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Se confirmado, será o pior resultado do PIB brasileiro desde 2009.
Resultado oficial do PIB de 2014 será divulgado somente em 27 de março.
CRESCIMENTO DA ECONOMIA
Resultado anual, em %
Fonte: IBGE e BC
A comparação foi feita sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais (ano contra ano), o que é avaliado como mais apropriado por economistas. Levando em conta o resultado de 2014 com ajuste sazonal (dessazonalizado), menos apropriado segundo o mercado, o índice recuou 0,12%.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial do PIB, porém, será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 27 de março.
Se confirmada a expectativa do Banco Central, o resultado do desempenho da economia brasileira, em 2014, será o pior desde 2009 – quando o país sentia os efeitos da crise financeira internacional e o PIB registrou retração de 0,33%. Em 2010, 2011 e 2012, a expansão foi de, respectivamente, 7,53%, 2,73% e 1,03%. No ano passado, o PIB cresceu 2,49% (valor revisado).
Pior que as expectativas
O resultado da "prévia do PIB" veio pior que expectativa do mercado financeiro, colhida na semana passada. Os analistas dos bancos previram uma alta de apenas 0,07% para o PIB do ano passado. O próprio BC previu, em dezembro do ano passado, que o PIB avançaria somente 0,2% em 2014. Ja a última previsão do governo, feita em novembro, era de uma elevação de 0,5%.
Contração no fim do ano
Os dados do Banco Central também apontam que a economia brasileira terminou o ano de 2014 com queda. Foi registrada contração tanto em dezembro quanto no quarto trimestre do ano passado.
O IBC-Br mensal, após o ajuste sazonal (considerado mais apropriado para esta comparação), registrou recuo de 0,55% em dezembro – a maior retração desde junho, quando o indicador recuou 1,59%.
Já no último trimestre de 2014, segundo indica a "prévia do PIB" do Banco Central, houve uma contração de 0,15%. Os números revisados indicam uma alta de 0,05% no primeiro trimestre do último ano, uma retração de 0,88% no segundo trimestre e uma alta de 0,48% no terceiro trimestre.
Resultados do IBC-Br x PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção mais importações)", explicou o Banco Central.
Em 2012, por exemplo, o IBC-Br mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 1%. O mesmo aconteceu em divulgações trimestrais do PIB, quando o indicador não correspondeu aos resultados oficiais do PIB – divulgados pelo IBGE. Em 2013, o BC acertou. Previu uma alta de 2,5% – que foi depois confirmada com as revisão feita pelo IBGE.
Mesmo assim, o Banco Central já informou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente", afirmou o diretor de Política Econômica da entidade, Carlos Hamilton, no fim de 2012.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 12,25% ao ano e a expectativa do mercado, até o momento, é de nova elevações: para 12,50% ao ano, no início de março e para 12,75% ao ano no final de abril.
Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
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