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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Cometa pode ser atração no céu a partir de novembro


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  • Descoberto em setembro, ISON está a caminho de sua primeira aproximação do Sol e da Terra

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O cometa Lovejoy, um “sungrazer“ como o ISON, visto no céu de Paranal, Chile, junto a um dos telescópios do Observatório Europeu do Sul, em dezembro de 2011: expectativa para espetáculo no fim do ano
Foto: GUILLAUME BLANCHARD / AFP/ESO/GUILLAUME BLANCHARD
O cometa Lovejoy, um “sungrazer“ como o ISON, visto no céu de Paranal, Chile, junto a um dos telescópios do Observatório Europeu do Sul, em dezembro de 2011: expectativa para espetáculo no fim do anoGUILLAUME BLANCHARD / AFP/ESO/GUILLAUME BLANCHARD
RIO - Se o meteoro que caiu na Rússia na semana passada já chamou a atenção de muitas pessoas para o verdadeiro universo de objetos que nos cercam no espaço, um cometa com previsões de fazer um espetáculo no céu no fim deste ano deverá reforçar este interesse. Batizado C/2012 S1 (ISON), ou simplesmente ISON, ele foi descoberto em setembro passado pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok além da órbita de Júpiter, a caminho do que se acredita ser sua primeira passagem pelo Sistema Solar interior. 

Por enquanto, o ISON ainda é um objeto muito tênue que só pode ser visto com a ajuda de telescópios sofisticados, mas se as previsões mais otimistas se confirmarem ele poderá passar a ser conhecido como o “cometa do século”, atingindo um brilho equivalente ao da Lua cheia, ficando visível a olho nu e talvez até durante o dia na época de sua maior aproximação do Sol e da Terra, respectivamente no fim de novembro e no fim de dezembro.

— O ISON tem o potencial de ser um cometa histórico — diz Bruno Mendonça, astrônomo da Fundação Planetário do Rio. — Se tudo correr como o previsto, ele vai se destacar no céu e acredito que será o cometa mais marcante que eu mesmo já tive a oportunidade de ver até agora na minha vida.

Diferentemente dos asteroides, aglomerados de rochas e metais em geral oriundos do cinturão localizado entre Marte e Júpiter, os cometas são grandes bolas de gelo recobertas por uma crosta de sujeira espacial originárias da Nuvem de Oort, uma gigantesca esfera de objetos gelados que cerca nosso Sistema Solar e cujo limite alcança mais de um ano-luz de distância da Terra.

 Às vezes, porém, um destes objetos tem sua órbita estável perturbada pela ação gravitacional da movimentação de uma estrela próxima ou da combinação dos efeitos gravitacionais do conjunto das estrelas da Via Láctea, sendo então lançado em uma longa viagem em direção ao Sol. E, a medida que ele se aproxima de nossa estrela, o calor começa a quebrar sua crosta e a fazer evaporar o gelo, gerando as características coma (cabeça) e cauda dos cometas, que brilham ao reflexo da luz solar.

Cometa do tipo chamado sungrazer (“pastor do Sol”, em uma tradução livre), o ISON vai passar a menos de 2 milhões de quilômetros do Sol em novembro e, caso sobreviva ao encontro, emergirá do outro lado da estrela e chegará a menos de 60 milhões de quilômetros da Terra em dezembro no seu caminho de volta aos confins do Sistema Solar. Segundo Mendonça, essas deverão ser as melhores épocas para observar o objeto, sempre em horários perto do anoitecer e do amanhecer devido à sua proximidade da linha de visão do Sol.

— Mas é muito difícil prever o comportamento de um cometa — explica Daniela Lázaro, astrônoma do Observatório Nacional. — Muitos deles se quebram no caminho ou mesmo não sobrevivem à aproximação do Sol. No caso do ISON, como é sua primeira passagem, não sabemos quão grossa é a sua crosta e se terá muitas áreas ativas, isto é, em que seu material é aquecido e lançado para o espaço. Mas a teoria é que, como ele é um cometa jovem, sua crosta é menor e ele ainda tem muito material volátil que pode ser evaporado para criar a coma e a cauda, devendo então ser muito brilhante.
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