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domingo, 19 de agosto de 2012

Robô Curiosity usa laser em Marte pela primeira vez


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Laser bateu 30 vezes por 10 segundos em rocha do tamanho de um punho.
Experiência pode indicar composição diferente sob superfície de Marte.

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19/08/2012 18h08 - Atualizado em 19/08/2012 23h35
Do G1, em São Paulo

O robô Curiosity da agência espacial americana (Nasa) disparou seu laser pela primeira vez em Marte neste domingo (19). O robô usou o feixe de um instrumento de ciência para analisar uma rocha do tamanho de um punho chamada "Coronation".

O instrumento de química e câmera da missão (ChemCam) bateu na rocha durante um período de 10 segundos com 30 pulsos de seu laser. Cada pulso oferece mais de um milhão de Watts de energia por cerca de cinco bilionésimos de segundo.
Foto feita antes do uso do laser, mostra a rocha escolhida para ser o primeiro alvo do Curiosity. (Foto: Reprodução/Nasa)
Foto feita antes do uso do laser mostra a rocha escolhida para ser o primeiro alvo do Curiosity (Foto: Reprodução/Nasa)
A energia do laser excita os átomos na rocha, gerando um plasma ionizado, brilhante. A ChemCam pega essa luz com um telescópio e analisa com três espectrômetros para obter informações sobre quais os elementos estão no alvo.
"Temos um grande espectro da Coronation - muitos sinais", disse o investigador principal Roger Wiens, do laboratório nacional de Los Alamos. "Nossa equipe está emocionada e trabalhando duro, olhando para os resultados. Depois de oito anos de construção do instrumento, é hora da recompensa!"

Prática do alvo
O instrumento registra espectros da faísca induzida por laser em cada um dos 30 pulsos. O objetivo desta primeira utilização do laser em Marte era servir como prática de alvo para caracterizar o instrumento, mas a atividade pode ter mais valor.


Os pesquisadores vão verificar se a composição muda conforme os pulsos ocorrem. Se mudarem, pode indicar que a poeira ou outro material da superfície está sendo penetrado para revelar que há composição diferente abaixo da superfície. Os espectrômetros registram intensidade em 6,144 comprimentos de onda diferentes de luz, ultravioleta, visível e infravermelho.

"É surpreendente que os dados sejam melhores do que os que tivemos durante os testes na Terra, na relação sinal-ruído", disse o vice-cientista do projeto, Sylvestre Maurice, do Institut de Recherche en Astrophysique et Planetologie (IRAP) em Toulouse, França . "É tão rico, podemos esperar grandes descobertas por meio da investigação de milhares de alvos nos próximos dois anos."

A técnica usada por ChemCam, chamada espectroscopia induzida por quebra por laser, tem sido usada para determinar a composição de alvos em outros ambientes extremos, como dentro de reatores nucleares e no fundo do mar, e tem tido aplicações experimentais em monitoramento ambiental e detecção do câncer. A investigação deste domingo em "Coronation" é o primeiro uso da técnica em exploração interplanetária.

Missão de dois anos
O robô Curiosity pousou em Marte há duas semanas, iniciando uma missão de dois anos com 10 instrumentos para avaliar se uma área de estudo escolhida cuidadosamente dentro da cratera Gale algum dia ofereceu condições ambientais favoráveis ​​para a vida microbiana.


O equipamento foi desenvolvido, construído e testado pelo laboratório nacional de Los Alamos, do Departamento dos EUA, em parceria com cientistas e engenheiros da agência espacial francesa Centre National d'Etudes Spatiales (CNES) e a agência de pesquisa Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).

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