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Plantão | Publicada em 19/10/2011 às 11h54m
Cesar Baima *|#|*-=-*|#|* RIO - O turismo espacial está cada vez mais próximo do alcance de (nem) todos. O bilionário britânico Richard Branson batizou nesta terça-feira oficialmente como "Espaçoporto América" e "Portal Virgin Galactic para o Espaço" as instalações servirão de base para sua empresa dedicada ao setor. Acompanhado de Susana Martinez, governadora do estado americano do Novo México, onde o empreendimento está localizado, e do ex-astronauta Edwin "Buzz" Aldrin, segundo homem a pisar na Lua, Branson também anunciou que ele e seus filhos Sam e Holly estarão entre os passageiros do primeiro voo comercial da empresa, previsto para acontecer até o fim do ano que vem, e por isso quer garantir que a viagem será segura e tranquila.
- Estamos fazendo as últimas checagens para partirmos rumo ao espaço - disse Branson. - Queremos ter certeza de que testamos as naves de ponta a ponta antes de colocá-las à disposição dos astronautas que compraram passagens para voar. Se isso for demorar mais um pouco, então vai demorar mais um pouco.
Inicialmente, o bilionário esperava que a Virgin Galactic começasse a operar comercialmente em 2007, mas problemas no desenvolvimento das naves de lançamento "White Knight 2" e de voo suborbital "Space Ship 2" forçaram o adiamento do projeto. Apesar disso, mais de 450 pessoas de 21 países já pagaram US$ 200 mil cada para garantir seu lugar nos voos da empresa, que terão duração média de duas horas e meia, com direito a cerca de cinco minutos de gravidade zero. A própria Nasa, a agência espacial americana, já assinou contrato de US$ 4,5 milhões por três voos exclusivos para conduzir experiências.
Erguido no meio do deserto, o prédio do espaçoporto tem cerca de 11 mil metros quadrados e seguiu padrões de sustentabilidade, com uma fonte geotermal responsável por quase todo seu suprimento de energia. Nele estão o terminal de passageiros, instalações de preparação para os voos, um centro de controle de missão e uma área para amigos e familiares acompanharem a aventura dos futuros turistas espaciais, enquanto um hangar anexo poderá abrigar simultaneamente duas naves "White Knight 2" e cinco "Space Ship 2".
- Para qualquer pessoa que como eu cresceu lendo histórias de ficção científica, é um momento muito excitante poder finalmente usar a palavra "espaçoporto" para se referir a uma instalação de verdade - comemorou Branson. - Espero que um dia eu também possa dizer a mesma coisa para a palavra "base lunar". A corrida espacial privada está mesmo lançada.
Enquanto a conquista privada do espaço avança, os governos também se apressam para retomar seus voos. Nesta quinta-feira, a Agência Espacial Europeia (ESA) pretende lançar de sua base em Kourou, na Guiana Francesa, um foguete russo Soyuz, que levará para o espaço os dois primeiros satélites da constelação Galileu, futuro concorrente europeu ao Sistema de Posicionamento Global (GPS) dos EUA.
O lançamento marcará o primeiro voo oficial de um foguete Soyuz a partir de Kourou e também será o primeiro desde falha em um foguete do tipo no fim de agosto que provocou a queda de uma nave de carga não-tripulada Progress que seguia para a Estação Espacial Internacional (ISS). O incidente levou a agência espacial russa Roskosmos a suspender novas missões com os foguetes Soyuz até que as causas da falha fossem identificadas. Segundo as investigações, um entupimento no motor do terceiro e último estágio do foguete impediu que o combustível chegasse aos geradores de gás do equipamento, provocando seu desligamento e consequente queda.
Com a aposentadoria dos ônibus espaciais da Nasa este ano, o consórcio internacional de países que administra a ISS depende inteiramente dos foguetes russos para levar e trazer tripulantes e cargas da estação. A suspensão dos voos pela Roskosmos obrigou a ISS a operar com uma tripulação mínima de três astronautas - o russo Sergei Volkov, o americano Mike Fossum e o japonês Satoshi Furukawa - desde setembro .
A agência espacial russa agendou uma nova missão de abastecimento da ISS com uma nave Progress levada por um foguete Soyuz para o dia 30 de outubro. Se tudo der certo, em 12 de novembro a Roskosmos vai retomar as missões tripuladas e assim evitar o abandono da estação, cogitado pela Nasa porque as equipes em órbita podem ficar no máximo 200 dias no espaço devido a preocupações com a validade da segurança das cápsulas de retorno já acopladas à ISS.
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