Lembranças do dia 20
GIPOPE - GARIBA'S.
NOTÍCIAS & INFORMAÇÃO.
INTERNACIONAL -- LÍBIA
*** PUBLICIDADE || Gipope - Garibas. 2.011
TUDO PARA SUA CONSTRUÇÃO COM O MELHOR PREÇO DA CIDADE!
Xx._______ ___ __..._____________......._____________ ... ____ ___ _______.xX
*:<:=-=:>:* Tímido e de aparência fraca, Omram Yuma se apresenta com três de seus companheiros de armas vestindo a mesma roupa que usavam em 20 de outubro, a data que nunca poderão esquecer. Imediatamente, como se quisessem oferecer provas de que sua história é irrefutável, colocam sobre a mesa seu mais apreciado prêmio: duas pistolas, uma delas de ouro, uma bota de couro preta made in London e um quepe militar.
Omran mostra os troféus com um sorriso de orgulho. Estudante de engenharia elétrica de 21 anos, não é dos rebeldes líbios mais aguerridos, aqueles que se lançaram ao combate contra as tropas de Muamar Kadafi nos primeiros instantes da revolta que nasceu em Benghazi, e que dias depois, em 19 de fevereiro, chegou a Misurata. É um jovem tranquilo, de voz ligeiramente aguda, que apenas em meados de abril se juntou aos insurgentes da Líbia. Sua cidade estava sendo cruelmente atacada.
- Me juntei à revolução porque os soldados de Kadafi empregavam em Misurata os métodos mais sujos. Em março, no meu bairro, qualquer homem que saía de casa era detido, matavam crianças, violavam mulheres - comenta.
Na quinta-feira da semana passada, alcançou a glória diante de um duto cheio de lixo em Sirta, cidade natal do tirano.
" Não acreditava no que meus olhos viam. Ninguém pensava que Kadafi está ali. É muito difícil descrever minhas sensações. "
As últimas horas do ditador, autoproclamado irmão líder, rei dos reis, começaram por volta das 8h do dia 20.
- Recebemos informação de que um comboio de 50 veículos estava se movendo do bairro 2 de Sirta. Sabíamos que Mutassim, o filho de Kadafi, estava na cidade porque muita gente que havia fugido comentava que havia visto, e ao mesmo tempo sabíamos que a Otan estava atacando essa caravana.
Ahmed Ghazal, funcionário de uma empresa hoteleira de 21 anos, Nabil Darwish, dono de uma oficina mecânica de 25, Salem Bakir, comerciante de 28 anos, e três outros milicianos acompanharam o futuro engenheiro na vigilância da zona onde o ataque da Otan transformou uma dezena de carros em lixo queimado.
Os soldados kadafistas se dispersaram em uma tentativa de fuga tão desesperada quanto inútil e os sete rapazes rastrearam a zona árida enquanto dezenas de rebeldes se somavam à busca.
- Os militares se escondiam na estação elétrica próxima e em árvores. Houve duros combates, mas matamos muitos deles e prendemos outros. Os soldados de Kadafi se dividiram: uns queriam se entregar, outros preferiram lutar - conta Omran.
Dois rebeldes se vangloriam pela morte
A 200 metros do que restou do comboio, havia dois dutos de cimento que serviam para evitar inundações. Foi a última distância que o ditador percorreu a pé nesse espaço aberto, com muito pouca vegetação, um péssimo lugar para buscar um esconderijo.
- Em um extremo dos dutos, um dos 15 soldados que ali estava levantava a bandeira branca, mas do outro lado, a apenas 20 metros, os kadafistas seguiam disparando. 'Nosso líder está aqui', gritou de repente o soldado disposto a se render. Mas não imaginávamos nem por um momento que esse líder era Kadafi - lembrou.
Salem Bakir se aproximou então da saída da tubulação. Foi o instante decisivo, o que a maioria dos líbios esperava ansiosa desde 17 de fevereiro.
- Durante toda a minha vida, quando via o comboio de dezenas de veículos que transportava Kadafi de Trípoli a Sirta, pensava que era um rei ou alguém sobrehumano. Eu o vi primeiro quando estava fora da tubulação, a dois metros de mim. Fiquei comovido e paralisado. Mas toquei o Alcorão que levo no bolso e isso me deu forças para gritar 'aqui está Kadafi!'. Disse para ele soltar sua arma três vezes, mas ele não o fez e me disse 'o que está acontecendo?'.
Ahmed Ghazal lembra:
" Pensei 'como o rei dos reis podia esta ali como um rato?'. Essa imagem vai me acompanhar todas as noites da minha vida quando for dormir "
Minutos depois, em pleno tumulto, gritos de alegria e de "Deus é grande", o macabro espetáculo do linchamento, as patadas e bofetadas contra o ditador indefeso e aturdido que pede clemência enquanto é agredido. Um poça de sangue ainda pinta o local. Centenas de nomes de guerrilheiros e de suas cidades de origem estão escritos no cimento em volta das tubulações.
Não se sabe com precisão quando nem quem descarregou as balas na cabeça e no abdômen de Kadafi, embora ao menos dois rebeldes se vangloriem de ter assassinado o ditador. O certo que na quinta-feira, 21 de outubro, os cadáveres de Kadafi, seu filho Mutassim e seu ministro da Defesa, Abu Baker Yunes Yaber, foram expostos em um freezer do mercado central de Misurata.
Gipope..--_________________________ 2.011 ____ 2.012 ___________________________________s'abiraG
Nenhum comentário:
Postar um comentário