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quarta-feira, 2 de março de 2011

Jobs sobe ao palco para lançar o iPad 2

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A segunda versão do iPad, lançada nesta quarta-feira em São Francisco (EUA), é exatamente como todos esperavam — ganhou duas câmeras e capacidade de processamento e perdeu espessura e peso. Ao contrário do tablet original, recebido com estranhamento no ano passado por quem achava que ele era apenas um iPhone gigante, a aparência ou características do iPad 2 não surpreenderam. Como esperado, o tablet da Apple agora vem em design bem mais fino e com a traseira arrendondada.

Seus detalhes técnicos já eram bem conhecidos por quem acompanha a cobertura da imprensa de tecnologia, que desde o fim do ano passado vinha colecionando rumores do anúncio, todas sopradas por “fontes anônimas”, algumas da própria Apple.

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As duas câmeras, uma na frente e outra atrás do aparelho, estão lá, assim como um novo e mais rápido chip, o proprietário A5, que trabalhará em parceria com um processador dual core para melhorar o desempenho gráfico do equipamento. A carcaça perdeu peso e ficou 33% mais fina, passando de 13,4 milímetros para 8,8 milímetros.

O produto final ganhou também uma versão branca e deve chegar às lojas norte-americanas em 11 de março (e em 25 de março em países da Europa, México, Canadá, Japão, Nova Zelândia e Austrália). A opção mais barata seguirá com o mesmo preço de US$ 499. No Brasil, o preço oficial do primeiro iPad, que era de R$ 1.650, foi reduzido na loja da Apple brasileira logo após o anúncio de Jobs, passando a custar R$ 1.400.

A descrição foi anunciada como novidade, mas ela já havia sido mais do que antecipada e praticamente dissecada nas semanas anteriores ao anúncio da Apple, principalmente porque concorrentes como a Samsung e a Motorola (entre muitos outros) lançaram dispositivos Android que não ficam atrás nem do velho e nem do novo iPad nas especificações técnicas.
Steve Jobs. A surpresa ficou por conta do apresentador do evento. Tim Cook, o atual responsável pelas operações da Apple desde a licença médica do CEO e fundador Steve Jobs, sequer apareceu no palco.

Ao contrário do que quase todos imaginavam (incluindo o Link), Steve Jobs fez uma pausa na sua licença médica, causada por um câncer pancreático que enfrenta desde 2008, e mais uma vez foi o responsável por adornar a novidade como “genial” e descartar as inovações dos vizinhos — as marcas Samsung, Motorola, HP, RIM e até o slogan do sistema operacional do Google, o Android Honeycomb, apareceram em um slide que os chamava de “copycats“, cópias de hardware e conceito, insulto que Jobs reafirmou logo depois:

“Tivemos um primeiro ano excepcional. E 2011, como será? Todos terão um tablet. Será o ano das cópias? Se nós não fizéssemos nada, talvez. Mas eu pessoalmente acho que não”, provocou o fundador da Apple, logo antes de desfilar os números do primeiro ano do tablet. Quinze milhões de unidades foram vendidas, o que rendeu US$ 9,5 bilhões para o caixa da empresa.

Jobs também mostrou as qualidades da segunda geração, que ganhou também uma entrada HDMI, um giroscópio (sensor de movimento no próprio eixo), e um sistema operacional (o iOS versão 4.3 será liberado para rodar no novo hardware). O quinto iPhone ficou para depois.

Futuro em jogo. A presença de Jobs, surpreendente e esperada ao mesmo tempo, se deve principalmente a situação que a Apple vem vivendo com desde que o CEO anunciou a sua ausência temporária em 17 de janeiro. Tim Cook recentemente participou de uma reunião privada de acionistas da Apple e enfrentou críticas de alguns deles, que esperavam que a Apple divulgasse um plano de sucessão para o cargo de Jobs.
Há uma semana, quando Jobs jantou com o presidente norte-americano, Barack Obama, e outros chefões da tecnologia, o fundador da Apple chamou atenção por aparecer mais magro, mas nesta quarta-feira ele não estava muito diferente de suas apresentações anteriores — usar a mesma roupa, o mesmo cenário e as mesmas músicas dos Beatles no fundo ajudam muito, é verdade.

A intenção foi a de acalmar o mercado mostrando disposto e empolgado como sempre, uma vez que as ações da Apple são afetadas ao menor sinal de piora no seu estado de saúde. Se no passado a Apple se antecipou e inaugurou o nicho dos tablets, conseguindo com isso dominar 90% desse mercado em 2010, o ano de 2011 certamente não será tão confortável com rivais como o Xoom, da Motorola, ou o novo Galaxy Tab, da Samsung.

O começo do ano foi dominado pelo lançamento de uma enorme quantidade de dispositivos equipados com Android, do Google, que vem apostando pesado também em smartphones — com a plataforma Gingerbread — e tablets (o seu sistema Honeycomb foi desenhado para eles).

De certa forma, foi o mercado que exigiu que a Apple mostrasse um novo iPad. Steve Jobs cumpriu o papel de se gabar do iPad e espezinhar o Android, que vem se tornando onipresente entre as outras empresas de hardware, sedentas por um sucesso como o do primeiro tablet de nova geração há ser lançado – também por Jobs – em fevereiro do ano passado.

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