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Presidente reforça determinação a subordinados para evitarem a ‘agenda dois em um’, que mistura atos de governo com campanha
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11 de agosto de 2012 | 22h 46 -|- Atualizado em 12 de agosto de 2012 às 10h55
Vera Rosa e Christiane Samarco, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Às vésperas da estreia do horário político no rádio e na TV, a presidente Dilma Rousseff lembrou aos ministros que nenhum deles pode recorrer à “agenda dois em um” para pedir votos em campanhas municipais. A proibição consta de cartilha produzida pela Advocacia-Geral da União (AGU), que cita as condutas vedadas aos agentes públicos em eleições, mas Dilma decidiu reforçar a determinação porque não quer ver o governo acusado de uso da máquina nas disputas pelas Prefeituras.
Em recentes reuniões no Palácio do Planalto, a presidente disse que não admitirá “compromissos casados” em que auxiliares aproveitam atos oficiais no fim de semana, com viagens em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e depois esticam a visita para subir em palanques. Quando isso ocorrer, o cabo eleitoral da Esplanada terá de pagar passagem e estadia do próprio bolso.
“Nessa época de eleição, não passo nem perto de avião da FAB”, contou o ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB). Dilma também proibiu os subordinados de entrarem em “bola dividida” em capitais consideradas prioritárias por aliados do porte do PMDB ou do PSB. Caberá ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de apaziguar os ânimos onde houver conflito.
Apesar da preocupação do governo e do PT com o impacto do julgamento do mensalão nas campanhas - especialmente na de Fernando Haddad, em São Paulo, e na de Patrus Ananias, em Belo Horizonte -, a ordem é amenizar essa interferência.
“As pessoas querem saber dos problemas de sua cidade”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ex-militante da Juventude do PT, Padilha é o mais requisitado da Esplanada pelos candidatos. Ele já gravou 104 vídeos para internet e TV e está até no You Tube. “Vou onde me chamam”, desconversou.
Outro ministro em alta no palanque eletrônico é Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, que gravou mensagens de apoio para candidatos a prefeito de 20 Estados, de São Paulo à Paraíba, no estúdio montado pelo PT em Brasília. Responsável pela articulação política do Planalto, a titular das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também está na lista dos mais procurados para gravações.
Sintonia. Nos vídeos que vão ao ar na propaganda eleitoral, a partir do dia 21, ministros dizem que “o governo do PT de Lula e Dilma pode fazer muito mais”. Nessa toada, destacam a importância de eleger candidatos do partido “para fortalecer a ligação da cidade com o governo federal”. Os filmetes terminam com o slogan “2012 é 13”.
A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, decidiram dividir os compromissos eleitorais no Paraná. Os dois são casados, mas se separam na hora de pedir votos.
“Nunca vamos juntos aos lugares. Temos de fazer o máximo para aproveitar o tempo nos fins de semana”, comentou Bernardo. Recentemente, num único sábado, a ministra Gleisi - que é pré-candidata do PT ao governo do Paraná, em 2014 - gravou para cem concorrentes a prefeituras do interior. Enquanto isso, Bernardo cumpria intensa agenda de campanha em cidades como Londrina, Cornélio Procópio e Apucarana.
“Eu também tenho me virado mais que bolacha em boca de velho”, brincou, bem humorado, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB), numa referência à maratona eleitoral.
Pela primeira vez desde o governo Fernando Henrique (PSDB), a disputa na capital paulista não será a prioridade do Planalto, ao menos no primeiro turno. Dilma vai cuidar de Belo Horizonte, sua cidade, porque é lá que se dará o embate nacional com o PSDB, numa espécie de prévia da eleição de 2014.
Empenhada em derrotar o candidato do senador e presidenciável tucano Aécio Neves, ela está disposta a subir no palanque do petista Patrus Ananias, contra a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Embora o PT e o PSB estejam em lados opostos na capital mineira, a cúpula socialista lavou as mãos por entender que Lacerda só age de acordo com Aécio.
Diante desses confrontos, Dilma planeja gravar programas para Fernando Haddad somente em setembro, quando espera que ele vire o jogo contra José Serra (PSDB). Agora, não quer se indispor com o PMDB do vice-presidente Michel Temer, que lançou o deputado Gabriel Chalita à sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD). A presidente segue, na prática, a ordem dada aos ministros: “Nada de entrar em bola dividida”.
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“Nessa época de eleição, não passo nem perto de avião da FAB”, contou o ministro da Previdência, Garibaldi Alves (PMDB). Dilma também proibiu os subordinados de entrarem em “bola dividida” em capitais consideradas prioritárias por aliados do porte do PMDB ou do PSB. Caberá ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de apaziguar os ânimos onde houver conflito.
Apesar da preocupação do governo e do PT com o impacto do julgamento do mensalão nas campanhas - especialmente na de Fernando Haddad, em São Paulo, e na de Patrus Ananias, em Belo Horizonte -, a ordem é amenizar essa interferência.
“As pessoas querem saber dos problemas de sua cidade”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ex-militante da Juventude do PT, Padilha é o mais requisitado da Esplanada pelos candidatos. Ele já gravou 104 vídeos para internet e TV e está até no You Tube. “Vou onde me chamam”, desconversou.
Outro ministro em alta no palanque eletrônico é Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, que gravou mensagens de apoio para candidatos a prefeito de 20 Estados, de São Paulo à Paraíba, no estúdio montado pelo PT em Brasília. Responsável pela articulação política do Planalto, a titular das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também está na lista dos mais procurados para gravações.
Sintonia. Nos vídeos que vão ao ar na propaganda eleitoral, a partir do dia 21, ministros dizem que “o governo do PT de Lula e Dilma pode fazer muito mais”. Nessa toada, destacam a importância de eleger candidatos do partido “para fortalecer a ligação da cidade com o governo federal”. Os filmetes terminam com o slogan “2012 é 13”.
A chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, decidiram dividir os compromissos eleitorais no Paraná. Os dois são casados, mas se separam na hora de pedir votos.
“Nunca vamos juntos aos lugares. Temos de fazer o máximo para aproveitar o tempo nos fins de semana”, comentou Bernardo. Recentemente, num único sábado, a ministra Gleisi - que é pré-candidata do PT ao governo do Paraná, em 2014 - gravou para cem concorrentes a prefeituras do interior. Enquanto isso, Bernardo cumpria intensa agenda de campanha em cidades como Londrina, Cornélio Procópio e Apucarana.
“Eu também tenho me virado mais que bolacha em boca de velho”, brincou, bem humorado, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro (PMDB), numa referência à maratona eleitoral.
Pela primeira vez desde o governo Fernando Henrique (PSDB), a disputa na capital paulista não será a prioridade do Planalto, ao menos no primeiro turno. Dilma vai cuidar de Belo Horizonte, sua cidade, porque é lá que se dará o embate nacional com o PSDB, numa espécie de prévia da eleição de 2014.
Empenhada em derrotar o candidato do senador e presidenciável tucano Aécio Neves, ela está disposta a subir no palanque do petista Patrus Ananias, contra a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Embora o PT e o PSB estejam em lados opostos na capital mineira, a cúpula socialista lavou as mãos por entender que Lacerda só age de acordo com Aécio.
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