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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, diz estudo

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Pesquisa monitorou cerca de 2 mil lagos e reservatórios e descobriu que cerca de 53% deles registram declínio no armazenamento de água de 1992 a 2020.
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Por g1

Postado em 19 de maio de 2023 às 11h00m

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Mar de Aral é um lago entre Cazaquistão e Uzbequistão. Imagem de 2000

Mar de Aral em 2018


Fotos: NASA Earth Observatory via AP

Mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, pondo em risco o futuro hídrico da humanidade, afirma um estudo publicado na quinta-feira (18) na revista Science.

🎯 Motivos: os principais responsáveis por isso são o consumo insustentável e as mudanças climáticas.

💥 População impactada: cerca de dois bilhões de pessoas, ou 25% da população mundial, que vivem em uma bacia lacunar com tendência de declínio.

👉 Importância: lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce do planeta.

Alerta: lagos também perderam volume em áreas úmidas, como na Amazônia.

Uma análise detalhada de quase 2.000 dos maiores lagos do mundo revelou uma alarmante tendência: eles estão perdendo cerca de 21,5 trilhões de litros anualmente.

"Os lagos estão em dificuldades em todo o mundo e isso tem implicações por toda parte", disse à AFP Balaji Rajagopalan, professor da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, e coautor da pesquisa.

"Realmente, chamou nossa atenção que 25% da população mundial viva em uma bacia lacunar que está com tendência de declínio", acrescentou, o que significa que cerca de dois bilhões de pessoas são impactadas por estas descobertas.

Crise mais ampla

Ao contrário dos rios, que tendem a monopolizar a atenção dos cientistas, os lagos não são bem monitorados, apesar de sua importância crítica para a segurança hídrica, disse Rajagopalan.

Mas desastres ambientais de grandes proporções em corpos hídricos vastos, como o mar Cáspio e o mar de Aral, mostraram aos cientistas uma crise mais ampla.

📋 Como foi feita a pesquisa? Para acompanhar a questão sistematicamente, a equipe de pesquisadores, que inclui cientistas dos Estados Unidos, França e Arábia Saudita, observou os maiores 1.972 lagos e reservatórios da Terra, usando dados de satélites de 1992 a 2020.

Eles se concentraram em vastos corpos de água doce por causa da maior precisão dos satélites para registrar escalas maiores, e também por sua importância para os seres humanos e os animais selvagens.

'Clima permeia todos os fatores'

A base de dados reuniu imagens do Landsat, o programa de observação da Terra mais antigo em atividade, com informações sobre a altura da superfície da água, obtidas por altímetros via satélite, para determinar como o volume lacunar variou ao longo de quase 30 anos.

O resultado foi que 53% dos lagos e reservatórios registram declínio no armazenamento de água a uma proporção de aproximadamente 22 gigatoneladas (uma gigatonelada equivale a um milhão de toneladas) por ano.

Ao longo do período estudado, foram perdidos 603 quilômetros cúbicos de água, 17 vezes o volume de água do Lago Mead, o maior reservatório dos Estados Unidos.

Homem observa barco até que estava submerso no Lago Mead, reservatório nos estados de Arizona e Nevada (EUA) que fornece água potável para 20 milhões de pessoas. — Foto: AP Photo/John Locher, Arquivo
Homem observa barco até que estava submerso no Lago Mead, reservatório nos estados de Arizona e Nevada (EUA) que fornece água potável para 20 milhões de pessoas. — Foto: AP Photo/John Locher, Arquivo

🔎 Como se chegou nas causas? Para descobrir as causas desta perda, a equipe de pesquisadores usou modelos estatísticos incorporando tendências climatológicas e hidrológicas para identificar fatores naturais e os provocados pelo homem.

No caso dos lagos naturais, grande parte da perda líquida foi atribuída tanto ao aquecimento global quanto ao consumo de água pelos humanos.

🥵 As temperaturas mais altas provocadas pelo aquecimento global levaram à evaporação, mas também podem ter diminuído a precipitação em alguns lugares.

"O sinal climático permeia todos os fatores", disse Rajagopalan.

Fangfang Yao, principal autor do estudo e membro visitante da Universidade do Colorado, acrescentou em nota: "muitos dos impactos humanos e das mudanças climáticas na perda de água dos lagos já eram conhecidos anteriormente, como a dessecação do Lago Good-e-Zareh no Afeganistão e do Mar Chiquita, na Argentina", que, apesar do nome, é um lago em Córdoba (centro-norte).

Perdas também em regiões úmidas, como na Amazônia

Um aspecto surpreendente foi que tanto lagos em regiões secas quanto nas úmidas estão perdendo volume, sugerindo que o paradigma "o seco fica mais seco e o úmido, mais úmido", frequentemente usado para resumir como as mudanças climáticas afetam as regiões, nem sempre se mantém.

  • Perdas foram registradas tanto em lagos tropicais úmidos na Amazônia, como no Ártico, demonstrando uma tendência mais disseminada do que se previa.
  • Além disso, a perda de armazenamento em reservatórios em processo de secagem foi apontada como responsável pela acumulação de sedimentos.

Mas, embora a maioria dos grandes lagos no mundo esteja secando, quase um quarto teve um aumento significativo em seu armazenamento hídrico. O motivo? O degelo de geleiras.

Entre eles está o Planalto Tibetano, "onde o recuo das geleiras e o degelo do permafrost foram parcialmente responsáveis pela expansão do lago alpino", ressaltou o artigo.

Hilary Dugan, cientista que estuda sistemas de água doce na Universidade do Wisconsin em Madison e que não participou do estudo, disse à AFP que a pesquisa avançou na compreensão cientifica sobre a variabilidade do volume lacunar, o que é de "suma importância".

É "única ao se concentrar em lagos específicos e registrar a quantidade de água como volume", afirmou.

Mas também ponderou: "é importante ter em mente que muitas fontes de abastecimento de água são lagos e reservatórios pequenos" e que novas pesquisas precisam considerá-los também.

Globalmente, lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce do planeta, o que reforça a urgência de se adotar novas estratégias para o consumo sustentável e a mitigação das mudanças climáticas.

"Se boa parte dos lagos de água doce estão morrendo, então vamos ver o impacto chegar de um jeito ou de outro, se não agora, no futuro não muito distante", afirmou Rajagopalan.

"Então, cabe a todos nós sermos bons administradores", concluiu.

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