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Africanos superam nervosismo inicial e, apoiados por torcedores fanáticos e barulhentos, empatam por 1 a 1. Alemanha será o desafio na próxima fase
Sonhar alto não é fácil. Aumenta a pressão, convida o nervosismo, atrapalha a cabeça. Mas realizá-lo é recompensador. Tudo isso a Argélia viveu nesta quinta-feira, na Arena da Baixada, em Curitiba, ao conseguir, pela primeira vez em sua história, a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo.
Os jogadores argelinos, pouco acostumados a decisões e grandes feitos, sofreram, esbarraram em seus próprios medos, mas superaram tudo e, apoiados por uma torcida fanática, empataram por 1 a 1 diante da Rússia, tornando-se heróis nacionais. A festa nas arquibancadas foi emocionante, mas sinalizadores, que são proibidos, foram vistos no estádio.
O principal deles é Islam Slimani. Veio da cabeça do atacante o gol da classificação da Argélia, no segundo tempo, depois de Kokorin abrir o placar na etapa inicial e incutir ainda mais tensão aos norte-africanos.
Mas o goleiro M’Bolhi e os incansáveis Feghouli e Brahimi também têm considerável parcela no mérito das Raposas do Deserto, que ficaram em segundo lugar no Grupo H, com quatro pontos, atrás da líder Bélgica, que venceu a Coreia do Sul por 1 a 0 e terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento. À Rússia, eliminada, resta se preparar para 2018, quando será a sede da Copa.
O sonho argelino terá um grande desafio para seguir vivo na próxima fase. A equipe enfrenta a Alemanha na próxima segunda-feira, às 17h (de Brasília), no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. A Bélgica pega os Estados Unidos na terça, no mesmo horário, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Além da Argélia, a Nigéria é a outra representante africana na segunda fase do Mundial.
Experiência russa faz a diferença para vantagem parcial
A preocupação do técnico Valid Halilhodzic com o nervosismo de seus jogadores numa partida tão decisiva foi justificada logo nos primeiros minutos. O peso do jogo logo se fez notar nas pernas dos argelinos, que corriam sem muito rumo, erravam muitos passes e se embolavam entre eles mesmos. Mais experiente, a Rússia não demorou para aproveitar.
Aos cinco minutos, Kombarov desceu livre pela esquerda – seu marcador, Feghouli, estava fora de campo, sendo atendido – e cruzou na cabeça de Kokorin, que, livre entre os zagueiros, testou no ângulo, sem chance para M’Bolhi: 1 a 0 Rússia.
A desvantagem foi um duro golpe para a Argélia. A tensão dos jogadores aumentou, apesar dos esforços de Feghouli e Brahimi, e passou para a área técnica, constantemente ignorada por Halilhodzic, desesperado para dar instruções a seus pupilos.
As Raposas do Deserto até tinham mais posse de bola, mas forçavam os lances, davam chutões para a frente e pouco perigo ofereciam à bem postada defesa russa. As melhores chances foram em lances de bola parada, em duas cabeças de Slimani defendidas por Akinfeev.
Se o rival estava atordoado, a Rússia tratou de manter a tranquilidade. Saía sempre com a bola dominada da defesa, trocava passes no meio e segurava o jogo. Sequer precisava criar espaços no ataque; bastava esperar aqueles oferecidos pelos argelinos. Mas faltou ambição aos comandados de Capello, que preferiram administrar a vantagem a ampliá-la.
Pelo alto, Slimani resolve e classifica a Argélia
A incapacidade em aumentar a diferença no placar fez a Rússia pagar caro. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, com a Argélia ainda atordoada, Samedov invadiu a área e, livre, chutou em cima de M’Bolhi. Os comandados de Capello não teriam outra chance tão boa na partida.
Curiosamente, a Argélia voltou tão ou mais nervosa do que na etapa inicial. Os espaços deixados eram ainda maiores, e a correria ofensiva, improdutiva. Mas, aos poucos, as Raposas do Deserto descobriram uma rota confiável para ameaçar Akinfeev: bola na área para Slimani cabecear.
Forte fisicamente, o artilheiro argelino deu trabalho a Berezutskiy e Ignachevich, mas só conseguiu concluir a gol aos 14 minutos, em sua terceira tentativa. Foi o bastante, após cobrança de falta de Brahimi pela esquerda, o camisa 13 subiu mais que a zaga russa, aproveitou a saída hesitante de Akinfeev e mandou para o fundo das redes, empatando o jogo.
Assim, nos poucos segundos que significaram a trajetória da bola para o gol, o nervosismo na partida trocou de lado. Com a torcida argelina em êxtase, gritando muito alto, o time norte-africano melhorou.
Recuou, compactou as linhas de marcação e passou a segurar o resultado. A Rússia, por sua vez, foi à frente, mas esbarrou na pressa e em M’Bolhi, autor de boas defesas para garantir a vaga nas oitavas de final.
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Os jogadores argelinos, pouco acostumados a decisões e grandes feitos, sofreram, esbarraram em seus próprios medos, mas superaram tudo e, apoiados por uma torcida fanática, empataram por 1 a 1 diante da Rússia, tornando-se heróis nacionais. A festa nas arquibancadas foi emocionante, mas sinalizadores, que são proibidos, foram vistos no estádio.
Mas o goleiro M’Bolhi e os incansáveis Feghouli e Brahimi também têm considerável parcela no mérito das Raposas do Deserto, que ficaram em segundo lugar no Grupo H, com quatro pontos, atrás da líder Bélgica, que venceu a Coreia do Sul por 1 a 0 e terminou a primeira fase com 100% de aproveitamento. À Rússia, eliminada, resta se preparar para 2018, quando será a sede da Copa.
O sonho argelino terá um grande desafio para seguir vivo na próxima fase. A equipe enfrenta a Alemanha na próxima segunda-feira, às 17h (de Brasília), no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. A Bélgica pega os Estados Unidos na terça, no mesmo horário, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Além da Argélia, a Nigéria é a outra representante africana na segunda fase do Mundial.
Slimani beija gramado ao fazer o gol de empate da Argélia diante da Rússia, em Curitiba (Foto: Reuters)
A preocupação do técnico Valid Halilhodzic com o nervosismo de seus jogadores numa partida tão decisiva foi justificada logo nos primeiros minutos. O peso do jogo logo se fez notar nas pernas dos argelinos, que corriam sem muito rumo, erravam muitos passes e se embolavam entre eles mesmos. Mais experiente, a Rússia não demorou para aproveitar.
Aos cinco minutos, Kombarov desceu livre pela esquerda – seu marcador, Feghouli, estava fora de campo, sendo atendido – e cruzou na cabeça de Kokorin, que, livre entre os zagueiros, testou no ângulo, sem chance para M’Bolhi: 1 a 0 Rússia.
A desvantagem foi um duro golpe para a Argélia. A tensão dos jogadores aumentou, apesar dos esforços de Feghouli e Brahimi, e passou para a área técnica, constantemente ignorada por Halilhodzic, desesperado para dar instruções a seus pupilos.
As Raposas do Deserto até tinham mais posse de bola, mas forçavam os lances, davam chutões para a frente e pouco perigo ofereciam à bem postada defesa russa. As melhores chances foram em lances de bola parada, em duas cabeças de Slimani defendidas por Akinfeev.
Se o rival estava atordoado, a Rússia tratou de manter a tranquilidade. Saía sempre com a bola dominada da defesa, trocava passes no meio e segurava o jogo. Sequer precisava criar espaços no ataque; bastava esperar aqueles oferecidos pelos argelinos. Mas faltou ambição aos comandados de Capello, que preferiram administrar a vantagem a ampliá-la.
Kokorin vence goleiro M'Bolhi e sai para comemorar o 1 a 0 da Rússia no primeiro tempo (Foto: Getty Images)
A incapacidade em aumentar a diferença no placar fez a Rússia pagar caro. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, com a Argélia ainda atordoada, Samedov invadiu a área e, livre, chutou em cima de M’Bolhi. Os comandados de Capello não teriam outra chance tão boa na partida.
Curiosamente, a Argélia voltou tão ou mais nervosa do que na etapa inicial. Os espaços deixados eram ainda maiores, e a correria ofensiva, improdutiva. Mas, aos poucos, as Raposas do Deserto descobriram uma rota confiável para ameaçar Akinfeev: bola na área para Slimani cabecear.
Banco argelino vai à loucura com a classificação
para a sequência do Mundial (Foto: Getty Images)
para a sequência do Mundial (Foto: Getty Images)
Assim, nos poucos segundos que significaram a trajetória da bola para o gol, o nervosismo na partida trocou de lado. Com a torcida argelina em êxtase, gritando muito alto, o time norte-africano melhorou.
Recuou, compactou as linhas de marcação e passou a segurar o resultado. A Rússia, por sua vez, foi à frente, mas esbarrou na pressa e em M’Bolhi, autor de boas defesas para garantir a vaga nas oitavas de final.
Argélia leva a bandeira na comemoração pela inédita classificação para as oitavas de final (Foto: Reuters)
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