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quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,94, com política tarifária de Trump no radar

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Moeda norte-americana recuou 1,40%, cotada a R$ 5,9455, menor valor desde o fim de novembro. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, opera entre altas e baixas.
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Por Redação g1 — São Paulo

Postado em 22 de Janeiro de 2.025 às 09h25m

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Notas de real e dólar — Foto: Amanda Perobelli/ Reuters
Notas de real e dólar — Foto: Amanda Perobelli/ Reuters

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (22), enquanto investidores precificavam os possíveis rumos da política tarifária dos Estados Unidos com a chegada de Donald Trump à presidência.

A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,94, menor valor desde 27 de novembro, quando ficou em R$ 5,91. Na mínima da sessão de hoje, chegou também a R$ 5,91.

Na terça-feira (21), Trump reforçou a promessa de impor tarifas de 10% à China e à União Europeia. Também considerou alíquotas de até 25% contra o México e o Canadá.

Apesar das afirmações do republicano, a falta de medidas concretas sobre o tema beneficiou o real e outras moedas ao redor do mundo.

"A abordagem de Trump de primeiro ameaçar e depois estudar se realmente vai implantar alguma tarifa sobre as outras economias tem levado a um movimento de enfraquecimento global do dólar", disse Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX, à agência de notícias Reuters.

"Visto o que se antecipava, o receio era de que ele teria uma postura agressiva já no seu primeiro dia de mandato", completou. Esse cenário, no entanto, não aconteceu.

Nesta quarta, o mercado também monitorou as discussões no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) em Davos, na Suíça, e seguiu atento aos desdobramentos das contas públicas brasileiras.

Na agenda, balanços corporativos e dados econômicos locais e internacionais ficaram no radar.

Diante do cenário, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, oscila entre altas e baixas.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

  • SAIBA MAIS:
  • ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumulou alta 27% no ano; Ibovespa teve recuo de 10%
  • DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar desde o fim de 2024
  • O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda

Dólar acumula alta de quase 28% em 2024

Dólar

O dólar recuou 1,40%, cotado a R$ 5,9455. Na mínima do dia, foi a R$ 5,9154. Veja mais cotações.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 1,98% na semana;
  • recuo de 3,79% no mês e no ano.

Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,18%, cotada a R$ 6,0302.

Ibovespa

Por volta das 17h, o Ibovespa recuava 0,05%, aos 123.273 pontos.

Na véspera, o índice avançou 0,39%, aos 123.338 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,81% na semana;
  • ganho de 2,54% no mês e no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Os efeitos da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos continuam a influenciar os mercados nesta quarta. Além das ordens executivas assinadas no primeiro dia de mandato, novas declarações de Trump sobre um possível "tarifaço" a outros países geraram incertezas sobre os impactos no comércio global.

Na terça-feira, durante um evento na Casa Branca, Trump prometeu impor tarifas à União Europeia e afirmou que seu governo já está discutindo uma alíquota de 10% sobre produtos importados da China a partir de 1º de fevereiro.

O republicano também ameaçou impor tarifas para o México e para o Canadá, afirmando que há preocupação com o fluxo de drogas provenientes desses dois países.

Sobre a relação de Trump com o Brasil, continuam a repercutir as falas recentes do republicano, quando afirmou que a relação dos Estados Unidos com a América Latina e com o Brasil "é excelente", mas destacou que a região "precisa mais dos Estados Unidos" do que o contrário.

"A relação é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós", respondeu Trump ao ser perguntado se iria falar com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e com a América Latina.

A frase foi dita em resposta a uma pergunta da repórter da TV Globo Raquel Krähenbühl sobre se Trump falaria com o presidente Lula e como seria a relação com o Brasil e a América Latina, feita enquanto o presidente americano assinava os primeiros decretos do novo mandato no Salão Oval da Casa Branca

O presidente Lula afirmou que torce por uma "gestão profícua" (ou seja, proveitosa) por parte de Trump, afirmando que o Brasil "não quer briga" com os Estados Unidos.

"Tem gente que fala que a eleição do Trump pode causar problema na democracia mundial. O Trump foi eleito para governar os EUA e eu, como presidente do Brasil, torço para que ele faça uma gestão profícua para que o povo americano melhore e para que os americanos continuem a ser histórico ao que é do Brasil", disse Lula.

"Da nossa parte, não queremos briga. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia e nem com a Rússia", seguiu.

Desde sua campanha, o novo presidente dos EUA tem sinalizado uma agenda mais protecionista, priorizando o fortalecimento da atividade doméstica e limitando a concorrência estrangeira.

Por isso, investidores estão incertos sobre os impactos econômicos das medidas do republicano e os efeitos que essas propostas podem ter no Brasil.

Por aqui, o mercado está atento ao cenário fiscal, especialmente porque o Orçamento ainda não foi aprovado.

Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, listou as prioridades do governo na política econômica para este ano, destacando a necessidade de fortalecer o arcabouço fiscal e mencionando a reforma do Imposto de Renda.

Na agenda doméstica, o Banco Central informou que o Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de US$ 3,804 bilhões em janeiro até o dia 17, em um movimento puxado tanto pela via financeira como pela via comercial. Os dados são preliminares e fazem parte das estatísticas referente ao câmbio contratado.

Além disso, o investidor também segue na expectativa pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país e que será divulgado na próxima sexta-feira. A estimativa é que o indicador traga mais indicações sobre o futuro da taxa básica de juros, a Selic.

*Com informações da agência de notícias Reuters

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