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quinta-feira, 1 de junho de 2023

PIB do Brasil cresce 1,9% no 1° trimestre, puxado por disparada da agropecuária, diz IBGE

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Resultado foi impulsionado pela agropecuária, que teve um avanço de 21,6% no período, a maior alta desde 1996.
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Por Bruna Miato, g1

Postado em 01 de junho de 2023 às 09h35m

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Agropecuária foi a grande impulsionadora do PIB no 1° trimestre de 2023 — Foto: Embrapa Agropecuária Oeste/Divulgação
Agropecuária foi a grande impulsionadora do PIB no 1° trimestre de 2023 — Foto: Embrapa Agropecuária Oeste/Divulgação

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,9% no 1º trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (1). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 2,6 trilhões no trimestre.

O resultado foi impulsionado, principalmente, pela agropecuária, que teve uma alta de 21,6% no período, na maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996.

Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. Enquanto isso, no acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2023, a alta foi de 3,3% na comparação com os quatro trimestres imediatamente anteriores.

O resultado representa uma forte aceleração em relação aos números observados no último trimestre do ano passado, quando o PIB apresentou uma queda de 0,1%, segundo dados revisados do IBGE.

O PIB do 1° trimestre veio bem acima das projeções do mercado. O Itaú Unibanco previa um crescimento de 1,4% entre janeiro e março e de 3,4% na comparação anual. As projeções do BTG Pactual apontavam para um aumento de 1,1% no trimestre ante o trimestre anterior e de 2,9% ano a ano.

Na ótica da oferta, além da forte alta de agropecuária, o setor de serviços também cresceu, com variação positiva de 0,6%. Já a indústria teve leve baixa de 0,1%.

Pelo lado da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos produtivos na economia) caiu 3,4% em relação ao trimestre anterior. O consumo das famílias teve alta de 0,2%, numa desaceleração frente os trimestre anteriores, e as despesas de consumo do governo se mantiveram estáveis em 0,3%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia (entenda como ele é calculado).

Destaques do PIB do 1º trimestre

  • Agropecuária: alta de 21,6%
  • Serviços: alta de 0,6%
  • Indústria: baixa de 0,1%
  • Consumo das famílias: alta de 0,2%
  • Consumo do governo: alta de 0,3%
  • Investimentos: baixa de 3,4%
  • Exportações: baixa de 0,4%
  • Importação: baixa de 7,1%
PIB brasileiro em primeiros trimestres nos últimos 10 anos — Foto: g1
PIB brasileiro em primeiros trimestres nos últimos 10 anos — Foto: g1

A força do agro

Já era esperado pelos especialistas que a agropecuária apresentasse um resultado bastante positivo, mas as projeções apontavam para uma alta bem menos expressiva do que realmente foi.

Além do crescimento de 21,6% no trimestre, o setor teve um avanço de 18,8% na comparação anual. As expectativas do Itaú, por exemplo, apontavam para uma alta de 14% ano a ano.

O IBGE destaca que a agropecuária tem um peso de cerca de 8% sobre toda a economia do país.

De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, após um período de problemas climáticos que impactaram negativamente o setor no último ano, as previsões para 2023 são de uma safra recorde de soja, com avanço de mais de 24% na produção.

"A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária", pontua. 
Serviços também aceleraram

Outro setor que teve um desempenho positivo no primeiro trimestre foi o de serviços, que cresceu 0,6% frente ao trimestre anterior. Nos últimos três meses de 2022, o setor havia registrado uma alta de 0,2% na comparação trimestral, o que revela uma aceleração no começo deste ano.

Dentro de serviços, os destaques foram:

  • Transportes, com alta de 1,2%
  • Atividades financeiras, também com alta de 1,2%;
  • Informação e comunicação, com queda de 1,4%, a maior do período para serviços.

Rebeca, do IBGE, explica que as altas de transportes e atividades financeiras, que foram as que mais contribuíram para o crescimento do setor, podem ser explicadas:

  1. pelo avanço dos transportes de cargas e de passageiros;
  2. pelo bom desempenho do segmento de seguros financeiros, já que o valor dos prêmios cresceu, enquanto o de sinistros caiu, gerando um ganho para o setor.

Também tiveram alta no período o comércio e as atividades imobiliárias, ambos com alta de 0,3%, e o grupo de administração., defesa, saúde e educação públicas e seguridade social, com alta de 0,5%.

Já no campo das baixas, o desempenho negativo do segmento de informação e comunicação pode ser explicado, "em grande parte, por uma base de comparação alta. Foi a atividade que mais cresceu depois da pandemia, se encontra 22,3% acima do patamar do quarto trimestre de 2019".

O segmento de outras atividades de serviços registrou baixa de 0,5%.

Indústria cai puxada por transformação e construção

A indústria recuou 0,1% no primeiro trimestre, representando uma estabilidade em relação ao trimestre anterior.

Os dois segmentos do setor que tiveram um resultado negativo foram a indústria de transformação (que transforma matéria-prima em outros produtos), com queda de 0,6%, e a construção, com baixa de 0,8%.

Já as indústrias extrativas e o grupo de eletricidade e gás, água, esgoto, atividade de gestão de resíduos tiveram crescimento de 2,3% e 1,7%, respectivamente.

"A queda na Indústria de Transformação foi influenciada pelas quedas de bens de capital e bens intermediários, enquanto a Atividade de Eletricidade e água, gás, esgoto, atividades de gestão de resíduos subiu 6,4%, visto que estamos em um momento de boas condições hídricas, sem escassez", destaca Rebeca.

Análise do PIB, sob a ótica da oferta — Foto: g1
Análise do PIB, sob a ótica da oferta — Foto: g1



Análise do PIB, sob a ótica da demanda — Foto: g1
Análise do PIB, sob a ótica da demanda — Foto: g1

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