Índice tenta antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Resultado ainda não captura efeitos da greve dos caminhoneiros, que aconteceu no fim de maio.
Por Alexandro Martello, G1, Brasília
Após três meses de retração, economia brasileira voltou a ter crescimento em abril, no início do segundo trimestre, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (15).
O chamado Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma "prévia" do resultado do PIB, teve alta de 0,46% em abril, na comparação com março. O percentual foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.
Histórico do IBC-Br
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fev/2018
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Fonte: Banco Central
De acordo com o BC, esse foi o primeiro crescimento mensal deste ano, na série revisada. Em janeiro, fevereiro e março, respectivamente, houve retração do indicador de 0,67%, de 0,04% e de 0,51%. A última alta havia sido registrada em dezembro do ano passado (+1,14%).
O indicador de abril ainda não captura os efeitos da greve dos caminhoneiros, que aconteceu somente no final do mês de maio. Durante a greve, houve crise de abastecimento em todo o país. Faltaram combustível nos postos de gasolina e alimentos em mercados e feiras. O Ministério da Fazenda estimou um impacto de R$ 15,9 bilhões do movimento.
Estimativas
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Em 2017 a economia cresceu 1% e interrompeu a pior recessão já registrada no país. No primeiro trimestre deste ano por sua vez, o PIB teve uma expansão de 0,4%, segundo dados oficiais do IBGE.
Entretanto, nas últimas semanas a projeção de analistas para o desempenho da economia tem piorado, após a paralisação dos caminhoneiros.
Para o mercado, o crescimento deste ano ficará abaixo de 2%. O governo ainda vê uma alta de 2,5% para o PIB em 2018, mas pode revisar para baixo este valor.
Parcial do ano e 12 meses
Os números do BC mostram ainda que, de janeiro a abril de 2018, o indicador do nível de atividade registrou uma expansão de 1,55%, sem o ajuste sazonal. No acumulado em 12 meses até abril, a prévia do PIB do Banco Central registrou crescimento de 1,52%, também sem ajuste sazonal.PIB x IBC-Br
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.
O cálculo dos dois é um pouco diferente - o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
Definição dos juros básicos da economia
O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 6,50% ao ano, na mínima histórica.
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
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