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Vítimas foram descobertas por mergulhadores que entraram na embarcação.
Autoridades dizem que número de mortos e desaparecidos pode ir a 302.
Equipes de resgate trabalham nas buscas de sobreviventes ao naufrágio na Coreia do Sul (Foto: Issei Kato/Reuters)
Os corpos foram descobertos por mergulhadores que conseguiram entrar no navio durante as buscas para encontrar os mais de 270 desaparecidos.
Trata-se dos primeiros corpos localizados dentro do "Sewol", que está tombado sobre o mar a 30 metros de profundidade. No entanto, a guarda litorânea sul-coreana explicou que os mergulhadores estão tendo problemas para retirar os corpos, que estão com coletes salva-vidas, informou a agência Yonhap.
As autoridades avaliaram em 302 o número de mortos ou desaparecidos. Já foram recuperados 30 corpos - o corpo de uma mulher foi retirado da água neste sábado. Além disso, sobreviveram até o momento 174 pessoas.
Uma grande mancha de 300 metros de comprimento e dez de largura de combustível liberado pelo Sewol dificulta ainda mais os trabalhos.
Acredita-se que a embarcação ainda conserve em seus depósitos 139 mil litros de óleo e 39 mil de diesel que ameaçam ser expulsos ao mar, segundo as autoridades sul-coreanas, que enviaram 23 navios para limpar o combustível da superfície.
O capitão e outros dois membros da tripulação da balsa que naufragou nesta quarta-feira (16) na Coreia do Sul foram presos na madrugada de sábado, ainda sexta-feira (18) no horário do Brasil. Lee Joon-Seok, capitão da embarcação, enfrenta cinco acusações, incluindo negligência e violação do direito marítimo.
Promotores acreditam que tanto o capitão como os dois tripulantes infringiram a lei ao saírem do barco no início do resgate, sem levar em conta a segurança da maioria dos 475 passageiros a bordo, de acordo com a agência Efe.
Um suboficial, e não o capitão, pilotava a balsa no momento da tragédia em águas sul-coreanas há dois dias, informou a Justiça nesta sexta-feira (hora local).
"Era o terceiro-tenente que estava no comando no momento do acidente", declarou o procurador-geral Park Jae-eok, em entrevista coletiva. "O capitão não estava no leme", revelou Violentamente criticado pelas famílias dos desaparecidos por abandonar a embarcação quando centenas de passageiros estavam presos, o capitão Lee Joon-seok estava "na popa", acrescentou o procurador.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Vários passageiros disseram ter ouvido um forte ruído, quando a balsa parou de repente. Isso pode significar que o barco encalhou, batendo no fundo, ou que se chocou contra algum objeto submerso.
Alguns especialistas também sugerem que a carga da balsa , que transportava 150 veículos, tenha se deslocado e desequilibrado a embarcação. O capitão garantiu que não bateu em rocha alguma.
Cercado pela imprensa na sede da Guarda Costeira, ele pediu desculpas nesta quinta. "'Sinto muito, de verdade, pelos passageiros, pelas vítimas e pelas famílias", declarou.
As investigações sobre o naufrágio, o pior acidente marítimo da Coreia do Sul em 21 anos com base em possíveis vítimas, têm-se centrado sobre a possível negligência da tripulação, problemas com a estiva da carga e defeitos estruturais do navio, embora a embarcação tenha passado todas as suas verificações de segurança e de seguros.
Vice-diretor se suicida
O vice-diretor da escola sul-coreana Danwon, que acompanhava os alunos do ensino médio na viagem do barco que naufragou cometeu suicídio, disse a polícia nesta sexta-feira (18). Kang Min-Gyu, de 52 anos, foi encontrado morto enforcado pelo cinto em uma árvore que fica do lado de fora do ginásio da cidade portuária de Jindo, onde parentes dos alunos desaparecidos estão reunidos.
A polícia disse que Kang não deixou uma nota de suicídio e que eles começaram a procurá-lo depois que ele foi dado como desaparecido por um professor. Ele havia sido resgatado da balsa naufragada. "Quando eu soube do acidente ainda tinha esperança", disse Cho Kyung-mi, que espera por notícias de seu sobrinho de 16 anos. "Agora está tudo acabado."
Nas salas de aula dos desaparecidos, os colegas não deixaram mensagens em mesas, quadros e janelas, pedindo o retorno seguro de seus amigos desaparecidos. "Se eu te ver de novo, vou te dizer que eu te amo, porque eu não disse a você o suficiente", diz uma das mensagens.
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