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Agência classifica embarcações por pontuação de risco que vai de A a D.
Análises consideram itens como alimentação, água, ar-condicionado e lixo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) inspecionou 26 navios de cruzeiro que vieram de outros países e atracaram na costa brasileira entre outubro de 2012 e a primeira quinzena de janeiro. A maioria (73%) recebeu nota máxima, e três deles foram vistoriados duas vezes, para atender às irregularidades encontradas.
Esse foi o caso da embarcação maltesa Soberano (Sovereign), que no dia 3 de dezembro obteve 1.035 pontos – em uma classificação de risco que vai de A a D, ou de 0 a 5 mil pontos –, mas logo se adequou e baixou para 90 pontos na avaliação mais recente.
Até abril, a expectativa é que 46 navios passem pela costa brasileira. E a Anvisa diz que vai acompanhar cada um dos 20 que ainda devem ancorar por aqui.
Dos 26 navios visitados pelos fiscais de saúde, 19 foram classificados no grupo A (abaixo de 250 pontos), cinco no B (entre 250 e 500), dois no C (de 500 a 750) e nenhum no D (acima de 750). Mesmo o padrão C ainda é considerado satisfatório, com condições sanitárias dentro da média.
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Segundo o especialista em controle sanitário de cruzeiros da Anvisa, Fabio da Rocha, o roteiro de inspeção – sempre feita de surpresa, pouco depois de o navio atracar – inclui mais de cem itens. Os considerados críticos são aqueles relacionados à alimentação, à água potável servida a bordo e à manutenção e higienização do ar-condicionado.
Além desses critérios, são verificados o estado das piscinas e banheiras de hidromassagem, a limpeza das cabines e de ambientes de uso comum, o destino dado ao lixo, o sistema de tratamento de esgoto, o controle de insetos e animais peçonhentos, os spas e salões de beleza.
"O objetivo de divulgar essas informações é que a população possa usá-las na hora de escolher um cruzeiro. O critério sanitário deve ser importante ao comprar um pacote", ressalta Rocha.
Equipe de 4 a 8 pessoas
Em cada embarcação, entra uma equipe da Anvisa que varia de quatro a oito pessoas, dependendo do tamanho da área vistoriada. Cada profissional verifica uma área específica, e o processo dura de seis a oito horas.
"Se houver algum problema, seja na categoria A ou D, o navio só sai do porto após corrigi-lo, e sua pontuação continua a mesma até a próxima vistoria", explica o especialista.
De acordo com Rocha, a periodicidade das inspeções depende do resultado obtido, ou seja, as embarcações com nota ruim são monitoradas com uma frequência maior. Além disso, passageiros e tripulantes podem fazer denúncias pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo site da agência.
"Seguimos padrões sanitários internacionais, mas o Brasil tem algumas especificidades, como o clima e vetores – aqui há mais mosquitos, por exemplo. Mas, em geral, os navios se comportam de forma muito semelhante em vários países", diz Rocha.
Apesar de o ranking ser o mesmo para todos os navios avaliados, a Anvisa divide-os em duas categorias: de longo curso (aqueles que geralmente vêm da Europa e vão embora após algumas horas) e os de cabotagem (que permanecem o tempo todo na costa brasileira). No segundo caso, o risco sanitário pode ser maior, principalmente para os passageiros que transitam pela região amazônica – razão pela qual as exigências são diferentes.
Segundo Rocha, agentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA vêm ao Brasil em março para se encontrar com a Anvisa e discutir algumas questões de saúde sobre os cruzeiros marítimos.
Diariamente, por volta do meio-dia, a Anvisa também recebe dos hospitais de bordo dos navios um relatório sobre a atual situação de cada um. Quando há algum caso que chame a atenção, os agentes podem agir, entrar em contato com o médico da embarcação, ver como está o paciente e se há outros registros semelhantes.
"Nesta temporada, ainda não houve nenhuma situação em que foi preciso intervir, as notificações estão dentro do esperado. O mais frequente mesmo é diarreia, e muitas vezes não é por rotavírus, que pode ser transmitido, mas porque as pessoas abusam muito ao comer e beber", diz Rocha. Isso porque muitas viagens são do tipo "all inclusive", ou seja, o passageiro pode consumir tudo à vontade, visto que os alimentos e drinks já estão dentro do pacote.
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Esse foi o caso da embarcação maltesa Soberano (Sovereign), que no dia 3 de dezembro obteve 1.035 pontos – em uma classificação de risco que vai de A a D, ou de 0 a 5 mil pontos –, mas logo se adequou e baixou para 90 pontos na avaliação mais recente.
Até abril, a expectativa é que 46 navios passem pela costa brasileira. E a Anvisa diz que vai acompanhar cada um dos 20 que ainda devem ancorar por aqui.
MSC Música é um dos navios de cruzeiro que receberam nota máxima na vistoria da Anvisa (Foto: Divulgação)
Essas análises são feitas há oito anos nos portos do país, e há três a agência divide as embarcações nas quatro categorias de risco. A pontuação final é a soma de cada item não cumprido.Dos 26 navios visitados pelos fiscais de saúde, 19 foram classificados no grupo A (abaixo de 250 pontos), cinco no B (entre 250 e 500), dois no C (de 500 a 750) e nenhum no D (acima de 750). Mesmo o padrão C ainda é considerado satisfatório, com condições sanitárias dentro da média.
Nome | Origem | Grupo de risco/ pontuação |
Aida Vita | Itália | A / 0 ponto |
Grand Amazon | Brasil | A / 0 ponto |
MSC Música | Panamá | A / 0 ponto |
Seven Seas Navigator | Bahamas | A / 0 ponto |
Silver Cloud | Bahamas | A / 0 ponto |
Imperatriz (Empress) | Malta | A / 30 pontos |
MSC Fantasia | Itália | A / 42 pontos |
Grand Celebration | Itália | A / 60 pontos |
Prinsendam | Holanda | A / 60 pontos |
Soberano (Sovereign) | Malta | A / 90 pontos |
Costa Fascinosa | Itália | A / 96 pontos |
Veendam | Holanda | A / 135 pontos |
Grand Holiday | Espanha | A / 195 pontos |
Costa Fortuna | Itália | A / 205 pontos |
MSC Magnífica | Panamá | A / 205 pontos |
MSC Orchestra | Panamá | A / 210 pontos |
Costa Serena | Itália | A / 220 pontos |
Amadea | Bahamas | A / 231 pontos |
Seven Seas Mariner | Bahamas | A / 250 pontos |
Zenith | Malta | B / 255 pontos |
Aida Cara | Itália | B / 260 pontos |
Marina | Ilhas Marshall (Micronésia) | B / 285 pontos |
Costa Favolosa | Itália | B / 342 pontos |
Splendour of the Seas | Bahamas | B / 415 pontos |
Grand Mistral | Portugal | C / 610 pontos |
Azamara Quest | Malta | C / 639 pontos |
Além desses critérios, são verificados o estado das piscinas e banheiras de hidromassagem, a limpeza das cabines e de ambientes de uso comum, o destino dado ao lixo, o sistema de tratamento de esgoto, o controle de insetos e animais peçonhentos, os spas e salões de beleza.
"O objetivo de divulgar essas informações é que a população possa usá-las na hora de escolher um cruzeiro. O critério sanitário deve ser importante ao comprar um pacote", ressalta Rocha.
Equipe de 4 a 8 pessoas
Em cada embarcação, entra uma equipe da Anvisa que varia de quatro a oito pessoas, dependendo do tamanho da área vistoriada. Cada profissional verifica uma área específica, e o processo dura de seis a oito horas.
"Se houver algum problema, seja na categoria A ou D, o navio só sai do porto após corrigi-lo, e sua pontuação continua a mesma até a próxima vistoria", explica o especialista.
De acordo com Rocha, a periodicidade das inspeções depende do resultado obtido, ou seja, as embarcações com nota ruim são monitoradas com uma frequência maior. Além disso, passageiros e tripulantes podem fazer denúncias pelo telefone 0800 642 9782 ou pelo site da agência.
"Seguimos padrões sanitários internacionais, mas o Brasil tem algumas especificidades, como o clima e vetores – aqui há mais mosquitos, por exemplo. Mas, em geral, os navios se comportam de forma muito semelhante em vários países", diz Rocha.
Apesar de o ranking ser o mesmo para todos os navios avaliados, a Anvisa divide-os em duas categorias: de longo curso (aqueles que geralmente vêm da Europa e vão embora após algumas horas) e os de cabotagem (que permanecem o tempo todo na costa brasileira). No segundo caso, o risco sanitário pode ser maior, principalmente para os passageiros que transitam pela região amazônica – razão pela qual as exigências são diferentes.
Segundo Rocha, agentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA vêm ao Brasil em março para se encontrar com a Anvisa e discutir algumas questões de saúde sobre os cruzeiros marítimos.
Qualidade da água das piscinas dos navios também é analisada pelos agentes sanitários (Foto: Divulgação)
Diário de bordoDiariamente, por volta do meio-dia, a Anvisa também recebe dos hospitais de bordo dos navios um relatório sobre a atual situação de cada um. Quando há algum caso que chame a atenção, os agentes podem agir, entrar em contato com o médico da embarcação, ver como está o paciente e se há outros registros semelhantes.
"Nesta temporada, ainda não houve nenhuma situação em que foi preciso intervir, as notificações estão dentro do esperado. O mais frequente mesmo é diarreia, e muitas vezes não é por rotavírus, que pode ser transmitido, mas porque as pessoas abusam muito ao comer e beber", diz Rocha. Isso porque muitas viagens são do tipo "all inclusive", ou seja, o passageiro pode consumir tudo à vontade, visto que os alimentos e drinks já estão dentro do pacote.
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