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Para especialistas, bancos, construção civil e varejo devem ser os setores mais atingidos
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SÃO PAULO – A desaceleração da economia deve se refletir nos balanços do segundo trimestre das companhias abertas, que começam a ser divulgados esta semana. As empresas de construção civil, varejo e os bancos estão entre os que devem apresentar resultados mais fracos, segundo analistas ouvidos pelo GLOBO. Ventos melhores devem vir da mineração, que espera recuperar um pouco do faturamento no período, em comparação com o primeiro trimestre.
O varejo foi um dos segmentos mais atingidos pela queda do consumo, que ocorreu apesar das tentativas do governo de estimular o mercado interno.
— O governo reduziu pela oitava vez consecutiva a taxa básica de juro, que atualmente está em 8%, mas não se viu um movimento de aumento do consumo que pode ser atribuído à alta da inadimplência. Empresas desse setor devem ter números mais fracos no segundo trimestre — avalia Jason Vieira, economista da Cruzeiro do Sul corretora.
A atividade econômica também levou a uma redução dos investimentos no setor da construção civil. O sócio-diretor da Título Corretora, Márcio Cardoso, diz que a queda das ações dessas empresas na Bovespa já antecipa o resultado negativo. Levantamento da consultoria Economática mostrou que 13 das 22 empresas do setor perderam R$ 6,2 bilhões em valor de mercado no primeiro semestre. As principais perdas na Bovespa foram a PDG Realty, com queda de 41%; Brookfield (-30,5%); Rossi Residencial (-36,6%); Gafisa (-40%) e Tecnisa (-27,3%).
— Pesam sobre as construtoras o aumento de custos com a mão de obra, atrasos na entrega de unidades e inadimplência — afirma Luiz Roberto Monteiro, analista da corretora Renascença.
Redução de juros deve afetar resultados de bancos
Embora tenham apresentado lucros bilionários no primeiro trimestre, os bancos também devem vir com números menos robustos nesta temporada. De um lado, a inadimplência subiu, o que leva as instituições a aumentar o provisionamento e elevar os custos do setor financeiro. De outro, a redução dos juros e a entrada dos bancos estatais como indutores da redução das taxas de juros também devem afetar o resultado no período.
— Os bancos virão ainda com bons resultados, mas terão uma queda no retorno sobre investimento (ROI) por causa do aumento da inadimplência — diz Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.
Para o analista da Empiricus Research/Investmania, Roberto Altenhofen, o setor de mineração, em especial a Vale, deve ter resultados melhores. No primeiro trimestre, as chuvas dificultaram os embarques de minério de ferro e a empresa foi prejudicada pela queda de preço da commodity no mercado internacional. No período, o lucro da Vale caiu 40,5% em relação ao mesmo período de 2011 e ficou em R$ 6,7 bilhões.
— No segundo trimestre, a chuva não prejudicou e o preço médio do minério de ferro foi bom. A Vale também foi beneficiada pelo câmbio mais favorável — diz Altenhofen.
Também as empresas do setor automotivo, sobretudo de autopeças, devem melhorar seus balanços na comparação trimestral, beneficiadas pela redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis.
— Mesmo assim, na comparação anual, os números ainda serão mais fracos que os do segundo trimestre de 2011 — afirma Altenhofen.
Para as siderúrgicas, especialmente a Usiminas e a CSN, o cenário tampouco foi favorável no segundo trimestre. Segundo Galdi, as empresas enfrentam pressão dos custos do minério e do carvão.
Os analistas, no entanto, não arriscam uma previsão para a Petrobras. O aumento de 6% no diesel só deve se refletir nos resultados da empresa no segundo semestre. No primeiro trimestre, o lucro da empresa foi de R$ 9,2 bilhões, uma redução de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
— O mercado já conhece a dinâmica de produção da Petrobras e ela está estável — acrescenta Altenhofen, da Empiricus.
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O varejo foi um dos segmentos mais atingidos pela queda do consumo, que ocorreu apesar das tentativas do governo de estimular o mercado interno.
— O governo reduziu pela oitava vez consecutiva a taxa básica de juro, que atualmente está em 8%, mas não se viu um movimento de aumento do consumo que pode ser atribuído à alta da inadimplência. Empresas desse setor devem ter números mais fracos no segundo trimestre — avalia Jason Vieira, economista da Cruzeiro do Sul corretora.
A atividade econômica também levou a uma redução dos investimentos no setor da construção civil. O sócio-diretor da Título Corretora, Márcio Cardoso, diz que a queda das ações dessas empresas na Bovespa já antecipa o resultado negativo. Levantamento da consultoria Economática mostrou que 13 das 22 empresas do setor perderam R$ 6,2 bilhões em valor de mercado no primeiro semestre. As principais perdas na Bovespa foram a PDG Realty, com queda de 41%; Brookfield (-30,5%); Rossi Residencial (-36,6%); Gafisa (-40%) e Tecnisa (-27,3%).
— Pesam sobre as construtoras o aumento de custos com a mão de obra, atrasos na entrega de unidades e inadimplência — afirma Luiz Roberto Monteiro, analista da corretora Renascença.
Redução de juros deve afetar resultados de bancos
Embora tenham apresentado lucros bilionários no primeiro trimestre, os bancos também devem vir com números menos robustos nesta temporada. De um lado, a inadimplência subiu, o que leva as instituições a aumentar o provisionamento e elevar os custos do setor financeiro. De outro, a redução dos juros e a entrada dos bancos estatais como indutores da redução das taxas de juros também devem afetar o resultado no período.
— Os bancos virão ainda com bons resultados, mas terão uma queda no retorno sobre investimento (ROI) por causa do aumento da inadimplência — diz Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.
Para o analista da Empiricus Research/Investmania, Roberto Altenhofen, o setor de mineração, em especial a Vale, deve ter resultados melhores. No primeiro trimestre, as chuvas dificultaram os embarques de minério de ferro e a empresa foi prejudicada pela queda de preço da commodity no mercado internacional. No período, o lucro da Vale caiu 40,5% em relação ao mesmo período de 2011 e ficou em R$ 6,7 bilhões.
— No segundo trimestre, a chuva não prejudicou e o preço médio do minério de ferro foi bom. A Vale também foi beneficiada pelo câmbio mais favorável — diz Altenhofen.
Também as empresas do setor automotivo, sobretudo de autopeças, devem melhorar seus balanços na comparação trimestral, beneficiadas pela redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis.
— Mesmo assim, na comparação anual, os números ainda serão mais fracos que os do segundo trimestre de 2011 — afirma Altenhofen.
Para as siderúrgicas, especialmente a Usiminas e a CSN, o cenário tampouco foi favorável no segundo trimestre. Segundo Galdi, as empresas enfrentam pressão dos custos do minério e do carvão.
Os analistas, no entanto, não arriscam uma previsão para a Petrobras. O aumento de 6% no diesel só deve se refletir nos resultados da empresa no segundo semestre. No primeiro trimestre, o lucro da empresa foi de R$ 9,2 bilhões, uma redução de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.
— O mercado já conhece a dinâmica de produção da Petrobras e ela está estável — acrescenta Altenhofen, da Empiricus.
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