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28/06/2012-03h30 | Atualizado - 09h31
DE BRASÍLIA
O fraco crescimento da economia levou a presidente Dilma Rousseff a anunciar nesta quarta-feira (27) mais um pacote de medidas de estímulo à economia.
Desde o fim do ano passado, o governo fez um total de sete grandes anúncios para tentar reverter a desaceleração da atividade doméstica em meio ao agravamento da crise externa.
Depois da desoneração da folha da pagamento para 15 setores, da redução de IPI de automóveis e linha branca, de linhas de créditos para investimentos e de R$ 20 bilhões para os Estados, Dilma decidiu apelar para o "poder de compra" da União na busca de incentivos à indústria.
Análise: Estímulo do governo dificilmente produzirá efeitos significativos
Para entidade, medidas anunciadas pelo governo não são suficientes
O impacto da medida sobre a economia é limitado e deve ser sentido apenas a partir do final deste ano.
Batizado de PAC dos Equipamentos, o novo programa prevê destinar R$ 6,6 bilhões para novas compras --não previstas no Orçamento-- de máquinas e equipamentos e outros bens produzidos no Brasil. No total, as compras governamentais no segundo semestre de 2012 devem somar R$ 8,4 bilhões.
A equipe econômica assegurou que os novos gastos anunciados ontem não vão reduzir a meta de superavit primário, de 3,1% do PIB --a economia do governo para pagar juros da dívida pública--, considerada essencial para o BC seguir cortando as taxas de juros.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Além das compras governamentais, Dilma Rousseff determinou que sua equipe reduzisse a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), de 6% para 5,5% ao ano, o que reduz o custo financeiro das empresas --a taxa reajusta a maior parte dos empréstimos do BNDES.
A Folha apurou que a Fazenda e o Banco Central eram contra o corte, por preocupações com o impacto fiscal, mas Dilma preferiu estimular investimentos.
PALÁCIO ENFEITADO
As novas medidas foram anunciadas no Palácio do Planalto, enfeitado dentro e fora com ônibus e carteiras escolares que farão parte do programa, com a presença de empresários e prefeitos.
A presidente foi aplaudida quando disse que não irá cair em "aventuras fiscais", mas vai tomar as "medidas necessárias para proteger" a produção e o emprego.
Antes dela, o ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que, com a decisão, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) aumentará seus recursos de R$ 42,6 bilhões para R$ 51 bilhões.
"A crise europeia continua piorando e está deprimindo a economia mundial", disse o ministro. "O governo está tomando medidas para podermos ter investimentos e aumentar a confiança."
Os benefícios envolvem os ministérios da Defesa, da Saúde, da Educação, das Cidades e do Desenvolvimento Agrário (veja arte).
O SUS poderá comprar 126 remédios e equipamentos produzidos no Brasil mesmo que sejam mais caros que similares estrangeiros. O governo estima o impacto dessa preferência em R$ 2 bilhões.
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