01/09/2011 - 07h35
PODER & POLÍTICA
NOTÍCIAS & INFORMAÇÃO.
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
*$%$-=-$$* Analistas do mercado consideraram a decisão do Banco Central de cortar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual --de 12,5% para 12%-- um movimento arriscado e o interpretaram como um sinal de que a diretoria da instituição cedeu a pressões.
Segundo eles, a redução da Selic, mesmo com a inflação acima da meta oficial, faz crer que a autoridade monetária sucumbiu às investidas do governo, que está preocupado em evitar uma desaceleração muito forte da atividade econômica.
O diretor da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, não vê sinais claros de que a crise externa será forte e considera que BC fez uma aposta especulativa na piora do cenário internacional. "A independência do BC está arranhada. Ele é hoje um órgão auxiliar do Ministério da Fazenda", criticou.
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O ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni também diz acreditar que o BC exagerou na sua avaliação do cenário externo e teme que os preços voltem a subir, porque a renda dos trabalhadores brasileiros continua em alta e os gastos do governo continuam crescendo, apesar do esforço feito para freá-los.
"Seria um grande retrocesso o BC voltar a atuar cedendo a pressões políticas", disse Langoni. "Isso teria consequências negativas para o crescimento de longo prazo que depende muito da expectativa de estabilidade".
Além disso, destaca, os gastos do governo seguem crescendo num ritmo acima da expansão econômica e os R$ 10 bilhões a mais que vão engordar o superavit primário são fruto de arrecadação extraordinária, e não de contenção de despesas.
A expectativa dos analistas é de que o Copom promova novo corte nos juros na sua próxima reunião, que está marcada para 18 e 19 de outubro.
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