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terça-feira, 9 de julho de 2024

Como as mudanças climáticas estão unindo gerações

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Ansiedade e militância pelo meio ambiente aproximam jovens e idosos
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Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro

Postado em 09 de julho de 2024 às 09h00m

#.*Post. - N.\ 11.258*.#

A árvore solitária: salgueiro é símbolo de resistência na cidade de Wanaka, na Nova Zelândia — Foto: Mariza Tavares
A árvore solitária: salgueiro é símbolo de resistência na cidade de Wanaka, na Nova Zelândia — Foto: Mariza Tavares

Assisti a um seminário inspirador, intitulado Navigating climate anxiety through intergenerational connection (Navegando na ansiedade climática através da conexão intergeracional), que reuniu participantes entre 17 e 70 anos, todos compartilhando a sensação de urgência para fazer algo sobre a questão. Como Heidi Pam, ativista de 17 anos, que desabafou: às vezes, não tenho energia para falar com outro ser humano. O canadense Abhay Singh Sachal, de 22 anos, criou a Break the Divide Foundation (Fundação Quebre a Divisão) aos 14, depois de uma viagem ao Ártico durante a qual se horrorizou com o impacto humano no meio ambiente. Pondera que conectar-se com outras pessoas diminui a angústia: os jovens estão frustrados e zangados. Como cidadão canadense, sou um privilegiado, mas graças à perda dos direitos dos indígenas do país. A melhor maneira de os mais velhos começarem a mudar é reconhecendo que suas existências foram baseadas em privilégios às custas dos outros. O mundo que nos legaram não funciona para nós.

Abhay Singh Sachal, ativista de 22 anos que criou a Break the Divide — Foto: Divulgação
Abhay Singh Sachal, ativista de 22 anos que criou a Break the Divide — Foto: Divulgação

Em 2003, Kevin, primogênito de Sami Aaron, estudava políticas ambientais e não suportou a carga emocional do panorama que se descortinava, suicidando-se aos 27 anos. Em 2018, depois de se aposentar, ela criou a organização The Resilient Activist (O Ativista resiliente), e afirmou que quem milita há décadas pode compartilhar com os mais jovens sua jornada e ensinar a como lidar com experiências de frustração e raiva: são sentimentos que afetam todas as áreas da vida e a convivência intergeracional ajuda a seguir em frente. Estamos juntos nisso.

Sami Aaron: militância depois da morte do filho — Foto: Divulgação
Sami Aaron: militância depois da morte do filho — Foto: Divulgação

Segundo sua fundadora, Sarah Newman, a Climate Mental Health Network (Rede da Saúde Mental do Clima), é um lugar para todos que estão lidando com as emoções fortes relacionadas às mudanças climáticas, trata-se de uma vivência coletiva. A entidade criou uma roda de emoções do clima, que pode ser consultada no site da entidade, com todo tipo de sentimento desencadeado pela atual situação. A partir de quatro eixos (raiva, positividade, medo e tristeza), há mais de 20 opções listadas, que se somam e se complementam.

Lami Ritter Hall, de 70 anos, passou a integrar o movimento Th!rd Act (Terceiro Ato) depois da morte do marido e disse que, apesar de ainda viver a dor do luto, descobriu um novo propósito para sua vida: fui educadora durante anos e quero dar uma contribuição construindo pontes entre adolescentes e idosos unidos pela mesma causa. O Th!rd Act descreve seu trabalho seguinte maneira: estamos construindo uma comunidade de americanos experientes acima dos 60 determinados a mudar o mundo para melhor. É uma grande causa para todos os 50 mais.

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