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Ansiedade e militância pelo meio ambiente aproximam jovens e idosos<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Mariza Tavares — Rio de Janeiro
Postado em 09 de julho de 2024 às 09h00m
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A árvore solitária: salgueiro é símbolo de resistência na cidade de Wanaka, na Nova Zelândia — Foto: Mariza Tavares
Assisti a um seminário inspirador, intitulado “Navigating climate anxiety through intergenerational connection” (“Navegando na ansiedade climática através da conexão intergeracional”), que reuniu participantes entre 17 e 70 anos, todos compartilhando a sensação de urgência para fazer algo sobre a questão. Como Heidi Pam, ativista de 17 anos, que desabafou: “às vezes, não tenho energia para falar com outro ser humano”. O canadense Abhay Singh Sachal, de 22 anos, criou a Break the Divide Foundation (Fundação Quebre a Divisão) aos 14, depois de uma viagem ao Ártico durante a qual se horrorizou com o impacto humano no meio ambiente. Pondera que conectar-se com outras pessoas diminui a angústia: “os jovens estão frustrados e zangados. Como cidadão canadense, sou um privilegiado, mas graças à perda dos direitos dos indígenas do país. A melhor maneira de os mais velhos começarem a mudar é reconhecendo que suas existências foram baseadas em privilégios às custas dos outros. O mundo que nos legaram não funciona para nós”.
Abhay Singh Sachal, ativista de 22 anos que criou a Break the Divide — Foto: Divulgação
Em 2003, Kevin, primogênito de Sami Aaron, estudava políticas ambientais e não suportou a carga emocional do panorama que se descortinava, suicidando-se aos 27 anos. Em 2018, depois de se aposentar, ela criou a organização The Resilient Activist (O Ativista resiliente), e afirmou que quem milita há décadas pode compartilhar com os mais jovens sua jornada e ensinar a como lidar com experiências de frustração e raiva: “são sentimentos que afetam todas as áreas da vida e a convivência intergeracional ajuda a seguir em frente. Estamos juntos nisso”.
Sami Aaron: militância depois da morte do filho — Foto: Divulgação
Segundo sua fundadora, Sarah Newman, a Climate Mental Health Network (Rede da Saúde Mental do Clima), “é um lugar para todos que estão lidando com as emoções fortes relacionadas às mudanças climáticas, trata-se de uma vivência coletiva”. A entidade criou uma “roda de emoções do clima”, que pode ser consultada no site da entidade, com todo tipo de sentimento desencadeado pela atual situação. A partir de quatro eixos (raiva, positividade, medo e tristeza), há mais de 20 opções listadas, que se somam e se complementam.
Lami Ritter Hall, de 70 anos, passou a integrar o movimento Th!rd Act (Terceiro Ato) depois da morte do marido e disse que, apesar de ainda viver a dor do luto, descobriu um novo propósito para sua vida: “fui educadora durante anos e quero dar uma contribuição construindo pontes entre adolescentes e idosos unidos pela mesma causa”. O Th!rd Act descreve seu trabalho seguinte maneira: “estamos construindo uma comunidade de americanos experientes acima dos 60 determinados a mudar o mundo para melhor”. É uma grande causa para todos os 50 mais.
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