Resultado negativo se deve aos reflexos da pandemia, que começaram a atingir a economia a partir de março. Resultado oficial do PIB será divulgado pelo IBGE em 29 de maio.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
15/05/2020 09h02 Atualizado há 4 hora
Postado em 15 de maio de 2020 às 13h40m
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A economia brasileira registrou retração de 1,95% no primeiro trimestre de 2020, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (15).
O recuo entre janeiro e março deste ano foi verificado na comparação com o quarto trimestre de 2019. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma "compensação" para comparar períodos diferentes de um ano.
PIB BRASILEIRO
Em % na comparação com trimestre anterior
Fonte: IBGE e BANCO CENTRAL
Quando a comparação é feita com o resultado do primeiro trimestre de 2019, porém, o IBC-Br indica uma queda menor, de 0,28% (sem ajuste sazonal).
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A pandemia do novo coronavírus começou a atingir a economia de forma mais intensa a partir de meados de março, quando foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no dia 11 de março.
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Os estados brasileiros começaram a anunciar medidas de distanciamento social também a partir de meados de março - quando o Distrito Federal suspendeu as aulas. Em 13 de março, São Paulo e Rio de Janeiro anunciaram medidas para limitar a circulação e a concentração de pessoas.
O IBC-BR do Banco Central é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, mas os números oficiais do PIB do primeiro trimestre serão divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 29 de maio.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
Mês a mês
Os números do BC mostram que o nível de atividade começou a se ressentir dos efeitos da pandemia do novo coronavírus em março, quando houve queda de 5,90% na comparação com fevereiro, segundo o IBC-Br.
O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes).
Em janeiro e fevereiro deste ano, de acordo com dados revisados pelo BC, o índice de atividade econômica havia registrado, respectivamente, altas de 0,05% e de 0,32% (na comparação com o mês anterior).
Evolução do IBC-Br
Em %, frente ao mês anterior
Fonte: Banco Central
Em 12 meses até março de 2020, sem ajuste sazonal, os números do BC indicam uma expansão de 0,75% na prévia do PIB.
Previsões para 2020
Por conta dos efeitos da pandemia, o mercado financeiro estimou, na semana passada, um tombo de 4,11% para o PIB de 2020.
Os reflexos da pandemia têm derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma forte recessão.
O BC informou, nesta semana, BC, que seu cenário básico pressupõe "queda forte do PIB na primeira metade deste ano", seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre de 2020.
O governo, por sua vez, previu uma retração de 4,7% para este ano - considerando que as medidas de distanciamento social terminarão em maio.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o PIB deverá recuar 4,2% neste ano, mas também avaliou que se medidas de auxílio econômico se mostrariam insuficientes para impedir uma redução forte na renda das famílias e uma falência generalizada de empresas, o tombo poderá atingir 7,3%.
PIB X IBC-Br
Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 3% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que poderá reduzí-la para 2,25% ao ano em meados de junho - no seu próximo encontro.
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