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quinta-feira, 9 de julho de 2015

Desemprego fica em 8,1% no trimestre até maio, diz IBGE

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A taxa é a maior da série histórica, que começou em 2012.
Houve procura intensa de trabalho, sem geração proporcional de vaga.

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Cristiane Caoli e Marta Cavallini Do G1, no Rio e São Paulo
09/07/2015 09h00 - Atualizado em 09/07/2015 11h34
Postado às 12h40m

A taxa de desemprego subiu nos últimos três meses até maio deste ano e chegou a 8,1%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior da série histórica, que começou em 2012, segundo o IBGE.

No mesmo trimestre do ano anterior, o índice ficou em 7%, já no trimestre encerrado em fevereiro, a taxa foi de 7,4%.


TAXA DE DESEMPREGO
em % (o mês apontado é quando acaba o trimestre)
Created with @product.name@ @product.version@76,86,96,96,86,66,56,56,87,47,988,1em %Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15Abr/15Mai/156,577,5868,5
Fonte: IBGE
“O contingente de desocupados em um ano subiu 18,4%, isso é recorde em toda a série da pesquisa. A taxa de 8,1% também é uma taxa recorde”, afirma Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“A taxa de desocupação aumentou por uma procura intensa de trabalho, sem geração proporcional de vaga. Você tem pressão em cima do mercado, as pessoas estão buscando trabalho e elas não estão conseguindo”, explica.

Havia 8,2 milhões de pessoas de 14 anos ou mais desocupadas no país, na semana em que foi feita a pesquisa, informou o IBGE. "Esta estimativa era de 7,4 milhões no trimestre terminado em fevereiro, apontando aumento de 756 mil pessoas, ou seja, 10,2% que não estavam ocupadas e procuraram trabalho", analisou o IBGE.


Em um ano, o contingente de desocupados cresceu 1,3 milhão, ou seja, 18,4%, informou o instituto.

A taxa de desocupação aumentou. [...] Você tem pressão em cima do mercado, as pessoas estão buscando trabalho e elas não estão conseguindo"
Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE
“Foi a maior variação [aumento de 18,4% da desocupação no ano] da série [iniciada no primeiro trimestre de 2012] para este período de comparação”, informou o IBGE.

Segundo Cimar Azeredo, o aumento de 10,2% da desocupação, em comparação ao trimestre terminado em fevereiro, também foi o aumento mais intenso do que o observado em anos anteriores para o período analisado.

“Não houve queda da ocupação, mas ela subiu proporcionalmente menos do que subiu a desocupação, o que fez com a taxa se elevasse”, explicou Cimar Azeredo.

Os números fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substitui a tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). São investigados 3.464 municípios e aproximadamente 210 mil domicílios em um trimestre, informou o IBGE.

Total de desocupados chegou a 8,2 milhões em maio (Foto: G1)
Por atividade
Por grupamento de atividade, Cimar Azeredo ressaltou que duas atividades merecem destaque na alta do desemprego: agricultura e construção.


“Principalmente construção, que continuou reduzindo nesse vetor mais curto. Na comparação trimestral, reduziu 404 mil pessoas. Na comparação anual, menos 636 mil trabalhadores. A construção representava 8,6% [da população ocupada] e passou a representar 7,9%”. Na comparação anual, a agricultura teve queda de 2,3%, ou 223 mil pessoas a menos.

Ocupação
O nível de ocupação das pessoas com 14 anos ou mais, na semana da pesquisa, foi estimado em 56,2%, uma retração de 0,2% em comparação com o trimestre de dezembro a fevereiro de 2015.


Em um ano, a queda foi de 0,6%. O número de pessoas ocupadas foi estimado em 92,1 milhões, e “foi considerado estável em ambos os trimestres em análise”. Contudo, na comparação anual, o IBGE ressaltou que “foi a menor geração de postos de trabalho da série”.

A população está crescendo, mas a quantidade de emprego que está sendo gerado não está crescendo na mesma proporção"
Cimar Azeredo
“Essa queda de 0,6% [diferença entre nível de ocupação de 56,8% em 2014 e 56,2% em 2015] é importante. Mostra evolução da população ocupada inferior ao crescimento da população em idade de trabalhar”, diz Azeredo.

“A população está crescendo, mas a quantidade de emprego que está sendo gerado não está crescendo na mesma proporção, consequentemente, o nível de ocupação vai cair”, explica o coordenador.

População fora da força de trabalho
A população fora da força de trabalho foi estimada em 63,7 milhões, “se mantendo estável na comparação com o trimestre de dezembro a fevereiro de 2015”. Em um ano, esse percentual variou 1,4%.

“Em momento onde você vê esse cenário de redução ou crescimento menor da população não economicamente ativa, ou você vê uma taxa de desocupação maior, rendimento não crescendo, a tendência é as pessoas buscarem o mercado de trabalho até para poder atingir a estabilidade”.

Rendimento médio ficou em R$ 1.863 nos três meses até maio deste ano (Foto: G1)
Rendimento
O rendimento médio real habitualmente recebido por mês em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi estimado em R$ 1.863, mostrando estabilidade em ambos os trimestres de comparação. “Estável, mas observe que o movimento foi menor ao observado no trimestre anterior de comparação”, apontou o IBGE.

Ainda segundo Cimar, desacelerou o crescimento do rendimento “quando se observa a variação anual registrada de 2013 para 2014, para o período em análise [2014 para 2015]”.


Em comparação com o mesmo trimestre de 2014 (R$ 1.870), o rendimento foi 0,4% menor. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro (R$ 1.877), foi 0,7% inferior.

Por posição na ocupação, frente ao trimestre de dezembro a fevereiro de 2015, os empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) apresentaram recuo de 2,2% em seus rendimentos reais, bem como os trabalhadores por conta própria (-3,5%). 

Frente ao trimestre de março a maio de 2014, apenas os trabalhadores por conta própria sofreram perdas reais em seus rendimentos (-3,5%).

Carteira de trabalho
O coordenador ressaltou ainda que o número de trabalhadores com carteira de trabalho reduziu 708 mil em um ano, ou 1,9%. “Caiu emprego sem carteira também, então, quando você vê essa janela de estabilidade afetada, a tendência de pessoas que antes não estão pressionando mercado, elas tendem a buscar trabalho.


Estudantes, donas de casa, diante desse cenário que acaba se desfazendo, tendem a buscar trabalho”, diz. Também houve queda do emprego sem carteira, de 310 mil.

“Essa perda expressiva no contingente de pessoas com carteira ela preocupa porque nesse período existe uma rede de proteção, dada pelo seguro-desemprego, pelo Fundo de Garantia, mas que os empregados sem carteira não têm essa proteção, então, é daí que vem esse aumento forte dos empregadores, dos pequenos empregadores e trabalhadores por conta própria”, afirma o coordenador do IBGE.

Segundo o IBGE, em um ano, cresceu o número de trabalhadores por conta própria, quase um milhão, ou seja, 4,4%, e o de empregadores subiu quase 300 mil, ou seja, 8,4% presentes no mercado de trabalho brasileiro.

“Essa queda do emprego faz com que as pessoas que estão perdendo seus empregos, tanto com carteira quanto sem carteira, venham montar seu próprio empreendimento”, diz Cimar.

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FMI prevê queda de 1,5% da economia brasileira em 2015


Previsão representa piora em relação à estimativa anterior, de queda de 1%.
Projeção de crescimento para 2016 diminuiu de 1% para 0,7%.

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Karina Trevizan Do G1, em São Paulo
09/07/2015 10h16 - Atualizado em 09/07/2015 10h16
Postado às 12h40m

O Fundo Monetário Internacional (FMI) aumentou a expectativa de encolhimento da economia do Brasil em 2015. Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (9), a previsão passou para contração de 1,5%, uma piora em relação à estimativa anterior, de redução de 1%.

Para 2016, a expectativa ainda é de crescimento, porém a previsão de expansão diminuiu de 1% para 0,7%.


Previsões do FMI para 2015
Veja as projeções para o PIB do Brasil por data.
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Fonte: FMI
O Fundo vem reduzindo as expectativas para o crescimento da economia brasileira para 2015 consecutivamente. No relatório de janeiro, a previsão era de crescimento de 0,3% para 2015 e de 1,5% para 2016. Em outubro de 2014, a previsão para 2015 era de crescimento de 1,4%. Em julho de 2014, de crescimento de 2%. Em abril de 2014, de 2,7%.

Crescimento mundial e outros países
A previsão de expansão da economia mundial também diminuiu. O FMI prevê crescimento de 3,3% em 2015, uma queda em relação à previsão de 3,5% do relatório de abril.

Segundo o FMI, o crescimento da economia dos países emergentes e em desenvolvimento deve desacelerar em 2015, passando de expansão de 4,6% em 2014 para 4,2% em 2015. O fundo justifica a previsão apontando que os países desse grupo devem sofrer o impacto da queda dos preços das commodities, especialmente os exportadores do petróleo – caso do Brasil.

No mesmo grupo de países, outra previsão de queda do PIB em 2015 do FMI é a da Rússia. O fundo estima contração de 3,4% da economia russa – número que representa melhora em relação à previsão anterior, de recuo de 3,8%. 

Já as previsões para a China e para a Índia se mantiveram estáveis. O FMI prevê que esses países cresçam 6,8% e 7,5%, respectivamente.

Para as economias avançadas, a previsão é de aquecimento em 2015. O FMI estima que o crescimento de países desse grupo passe de 1,8% em 2014 para 2,1% em 2015. A previsão representa uma piora em relação à estimativa anterior, de 2,4% de expansão. Para os Estados Unidos, a projeção de crescimento para 2015 ficou menor, passando de 3,1% para 2,5%.


A estimativa de crescimento para a zona do euro se manteve estável. O FMI prevê que o grupo tenha expansão econômica de 1,5% em 2015, com crescimento de 1,7% da Alemanha, 1,5% da França, 1,2% da Itália e de 2,5% da Espanha.


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