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Astronauta americano William McArthur quer compartilhar práticas de gestão de risco da Nasa com empresas de petróleo
RIO - “Houston, we have a problem”. A frase, dita por Tom Hanks no filme “Apollo 13", se tornou sinônimo para um problema urgente. A mensagem, porém, se dita por um astronauta em dificuldades no espaço, levaria cinco minutos para chegar à Terra. Um tempo longo demais em caso de acidente.
Os mesmos cinco minutos também são preciosos no caso de uma explosão em poço de petróleo de uma plataforma em alto-mar. Mais grave ainda se for no pré-sal na Bacia de Santos, a 300 quilômetros da costa e a profundidades de mais de sete mil metros.
Para garantir que antes dos cinco minutos os astronautas iniciem procedimentos para evitar um acidente iminente, a Nasa desenvolveu uma série de processos de gestão de risco.
Mas o que uma atividade no espaço sideral tem em comum com a exploração de petróleo a grandes profundidades no mar? O nível altíssimo de risco, no qual qualquer erro pode ter consequências catastróficas.
Quem explica isso é o astronauta americano da Nasa William Surles McArthur Jr. em entrevista ao GLOBO. Veterano, com três missões espaciais no currículo, além de uma expedição na Estação Espacial Internacional com a nave russa Soyuz TMA-7, McArthur defende que o custo de um acidente é muito maior que o investimento necessário para evitá-lo.
O astronauta, que já acumula 224 dias, 22 horas, 28 minutos e 10 segundos no espaço, é um dos principais palestrantes de evento da consultoria Deloitte, em parceria com a Nasa, na próxima terça-feira no Rio.
O objetivo é levar para a indústria de petróleo e gás as práticas de gestão de risco usadas nos voos espaciais.
— Não é preciso olhar muito longe para identificar semelhanças.
Ambos são considerados ambientes hostis, com operações remotas, sistemas de engenharia complexos, diversidade cultural da força de trabalho e dependência de fornecedores — disse o astronauta. — Esperamos ser capazes de contribuir para a redução da perda de vidas, bem como minimizar danos ao meio ambiente.
Viagem com Marcos Pontes
McArthur visita o Brasil pela primeira vez, mas já viajou com o astronauta brasileiro Marcos Pontes:
— Tive o privilégio de passar um tempo a bordo da Estação Espacial Internacional com o primeiro astronauta brasileiro no espaço, Marcos Pontes.
Nós retornamos à Terra juntos na nave espacial russa Soyuz em 2006 — contou.
O desenvolvimento de projetos de gestão de risco pela Nasa levou em conta acidentes como os dos ônibus espaciais Columbia, que explodiu em 2003, e o Challenger, em 1986.
Entre as várias metodologias desenvolvidas, o enfoque está na necessidade de antever riscos para saber como lidar com desafios prontamente.
— Investigações internas após perdas de ônibus espaciais revelaram deterioração da eficácia da cultura de riscos no momento de cada desastre — disse McArthur.
Ele alerta que, assim como a Nasa, empresas de petróleo desenvolvem projetos de investimentos significativos:
— Cronogramas de projeto, restrições orçamentárias e retorno a longo prazo sobre investimentos trazem riscos desconhecidos ou podem dificultar a identificação do aumento da exposição.
Segundo Eduardo Magalhães, gerente da área de Consultoria em Gestão de Riscos e especialista em Óleo e Gás da Deloitte, a parceria com a Nasa começou a ser construída em 2012:
— As tecnologias usadas no espaço, onde não pode haver erro, são aplicáveis na exploração de petróleo, que atua a profundidades cada vez maiores. São ambientes complexos e com alto nível de incertezas, como no pré-sal, com tecnologias, equipamentos e materiais novos.
Ricardo Savini, diretor do Centro de Excelência de Petróleo e Gás da Deloitte, ressaltou que um dos objetivos é focar na cultura inerente de riscos de uma empresa petrolífera. Além disso, seus controles de segurança podem “afrouxar” após vários anos sem acidentes.
— É prever o problema antes que aconteça. Buscamos uma série de informações: se os trabalhadores estão com sobrecarga de trabalho, se há insatisfação, se a unidade opera há muito tempo sem manutenção.
Os mesmos cinco minutos também são preciosos no caso de uma explosão em poço de petróleo de uma plataforma em alto-mar. Mais grave ainda se for no pré-sal na Bacia de Santos, a 300 quilômetros da costa e a profundidades de mais de sete mil metros.
Para garantir que antes dos cinco minutos os astronautas iniciem procedimentos para evitar um acidente iminente, a Nasa desenvolveu uma série de processos de gestão de risco.
Mas o que uma atividade no espaço sideral tem em comum com a exploração de petróleo a grandes profundidades no mar? O nível altíssimo de risco, no qual qualquer erro pode ter consequências catastróficas.
Quem explica isso é o astronauta americano da Nasa William Surles McArthur Jr. em entrevista ao GLOBO. Veterano, com três missões espaciais no currículo, além de uma expedição na Estação Espacial Internacional com a nave russa Soyuz TMA-7, McArthur defende que o custo de um acidente é muito maior que o investimento necessário para evitá-lo.
O astronauta, que já acumula 224 dias, 22 horas, 28 minutos e 10 segundos no espaço, é um dos principais palestrantes de evento da consultoria Deloitte, em parceria com a Nasa, na próxima terça-feira no Rio.
O objetivo é levar para a indústria de petróleo e gás as práticas de gestão de risco usadas nos voos espaciais.
— Não é preciso olhar muito longe para identificar semelhanças.
Ambos são considerados ambientes hostis, com operações remotas, sistemas de engenharia complexos, diversidade cultural da força de trabalho e dependência de fornecedores — disse o astronauta. — Esperamos ser capazes de contribuir para a redução da perda de vidas, bem como minimizar danos ao meio ambiente.
Viagem com Marcos Pontes
McArthur visita o Brasil pela primeira vez, mas já viajou com o astronauta brasileiro Marcos Pontes:
— Tive o privilégio de passar um tempo a bordo da Estação Espacial Internacional com o primeiro astronauta brasileiro no espaço, Marcos Pontes.
Nós retornamos à Terra juntos na nave espacial russa Soyuz em 2006 — contou.
O desenvolvimento de projetos de gestão de risco pela Nasa levou em conta acidentes como os dos ônibus espaciais Columbia, que explodiu em 2003, e o Challenger, em 1986.
Entre as várias metodologias desenvolvidas, o enfoque está na necessidade de antever riscos para saber como lidar com desafios prontamente.
— Investigações internas após perdas de ônibus espaciais revelaram deterioração da eficácia da cultura de riscos no momento de cada desastre — disse McArthur.
Ele alerta que, assim como a Nasa, empresas de petróleo desenvolvem projetos de investimentos significativos:
— Cronogramas de projeto, restrições orçamentárias e retorno a longo prazo sobre investimentos trazem riscos desconhecidos ou podem dificultar a identificação do aumento da exposição.
Segundo Eduardo Magalhães, gerente da área de Consultoria em Gestão de Riscos e especialista em Óleo e Gás da Deloitte, a parceria com a Nasa começou a ser construída em 2012:
— As tecnologias usadas no espaço, onde não pode haver erro, são aplicáveis na exploração de petróleo, que atua a profundidades cada vez maiores. São ambientes complexos e com alto nível de incertezas, como no pré-sal, com tecnologias, equipamentos e materiais novos.
Ricardo Savini, diretor do Centro de Excelência de Petróleo e Gás da Deloitte, ressaltou que um dos objetivos é focar na cultura inerente de riscos de uma empresa petrolífera. Além disso, seus controles de segurança podem “afrouxar” após vários anos sem acidentes.
— É prever o problema antes que aconteça. Buscamos uma série de informações: se os trabalhadores estão com sobrecarga de trabalho, se há insatisfação, se a unidade opera há muito tempo sem manutenção.
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