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Atualmente, quantidade de informação em formato digital caberia numa pilha de iPads Air de 256 mil quilômetros
Postado às 09h15m
Em 2020, estaremos imersos também na internet das coisas, que cresce a olhos vistos / Foto Reuters
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RIO - O universo digital já é tão vasto quanto o real e continua se expandindo. Estudo da EMC, empresa líder do mercado internacional de armazenamento de dados, divulgado ontem, revela que já existem disponíveis hoje no mundo quase 1 septilhão de bits de informação — ou o número 1 seguido de 24 zeros, total similar ao de estrelas conhecidas no céu, segundo a Agência Espacial Europeia.
A estimativa é que, até 2020, o número de dados armazenados em computadores, servidores, celulares, smartphones e tablets seja, no mínimo, multiplicado por seis; um volume tão gigantesco, que os especialistas passaram a medi-lo em termos de distância da Terra à Lua.
Hoje, as informações disponíveis em formato digital equivaleriam a uma pilha de iPads Air (os mais finos) de, nada menos, que 256 mil quilômetros, ou dois terços da distância do nosso planeta até o seu satélite.
No fim da década no entanto, seriam seis pilhas e meia: 1,6 milhão de quilômetros. Se todas essas informações fossem divididas pela população conectada em 2020, haveria quase 6 mil gigabytes de carga por pessoa.
Uma família comum hoje preenche com informações 65 iPhones de 32GB por ano; daqui a seis anos, preencherá 318 smartphones. E quem trabalha com tecnologia — os chamados profissionais de TI — já tem um pesado fardo sobre seus ombros, lidando hoje com aproximadamente 230GB de dados. Em 2020, a carga da turma especializada em tech será de 1.200GB.
Cérebro em apuros?
Até onde se sabe, do ponto de vista biológico, o cérebro humano, que há até bem pouco tempo lidava com muito menos informação diariamente, não sofreu nenhuma alteração evolutiva para se adaptar a tamanho volume.
— Não há nenhuma evidência de alteração biológica — garante o neurocientista Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Tampouco há indícios de que ele esteja em apuros para lidar com tanto conhecimento. Em princípio, o cérebro não tem um limite para a quantidade de informação absorvida. Mas, lembram os especialistas, há alguns limitadores.
— O mais importante deles é que o cérebro presta atenção a uma coisa de cada vez. Não importa se estamos falando de uma pessoa do passado ou dos dias de hoje: por definição, sempre há mais informação disponível no ambiente do que nossa capacidade de assimilá-la — explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, do mesmo instituto.
As estratégias desenvolvidas para lidar com tantas fontes de informação simultâneas, no entanto, foram alteradas, e são, atualmente, muito mais ricas e elaboradas.
— Essa é a História da Humanidade e do desenvolvimento tecnológico — compara Suzana. — Não só assimilamos mais conhecimento ao longo da História, mas o transmitimos, vamos aprendendo a fazer coisas cada vez mais complexas: transformamos informações, relacionamos dados, chegamos a novas conclusões.
Então, sim, uma criança de hoje pode ter o mesmo tipo de conhecimento de um sábio do passado, mas isso é consequência da boa transmissão cultural, da forma como as coisas foram elaboradas; não necessariamente da biologia do cérebro.
E, de fato, os dados continuarão crescendo numa proporção espantosa, de acordo com o estudo divulgado ontem. O maior desafio no ciberuniverso que, a exemplo do universo físico, continua a se expandir é a chegada da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) à cena. A conexão de objetos, de relógios a carros, passando por brinquedos e utensílios, que hoje não passa de 187 bilhões, chegará a 212 bilhões até o fim da década.
— A internet das coisas aumenta o desafio de transformar tudo isso em conhecimento — diz Karin Breitman, executiva líder do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Big Data da EMC.
— Aparecem dados de vários dispositivos, como o recenteAmazon Dash (leitor de código de barras dublê de microfone, ligado ao serviço de entregas Amazon Fresh, que lê os códigos de produtos que estão acabando em casa e os envia automaticamente à Amazon para reposição).
Falta de espaço
E se o armazenamento de dados em diferentes dispositivos facilita a vida de quem precisa dispor de muitos deles ao mesmo tempo e não pode contar apenas com o próprio cérebro, ele está criando uma nova dor de cabeça para os especialistas da área.
Vice-presidente da EMC, Vernon Turner lembra que os servidores e data centers terão que se aperfeiçoar cada vez mais no futuro para armazenar tanta coisa.
O estudo divulgado pela sua empresa sustenta que hoje os dados já ultrapassam a capacidade de armazenamento disponível. Só não acontece uma “inundação” porque a maioria das informações geradas no mundo é de caráter temporário (como as de games ou de interação com sites tipo Netflix).
Mas, se tudo fosse arquivado, só 33% do total atual caberiam. Por isso os especialistas em compressão de dados terão que rebolar até 2020, ou esse gap ficará mais dramático, diz o estudo.
— Acessar imediatamente os dados, hoje, é fundamental em certos setores, como nas bolsas de valores — pontua Victor Arnaud, diretor da empresa Alog, especializada em armazenamento.
No avanço dos bits, os mercados emergentes vão ultrapassar os países ricos nos próximos anos.
Hoje estes são responsáveis por 60% do universo, mas blocos como os Brics tendem a tomar esse lugar até o fim da década. O Brasil, no entanto, vai devagar — representará este ano 3% do volume de dados digitais no mundo.
Parece bem pouco comparado ao volume de informações do mundo. Mas, voltando à comparação espacial, até o fim do ano passado, o país produziu, em dados, uma pilha de tablets equivalente a 2% do percurso até a Lua. Em 2020, a pilha chegará a 25% do trajeto (ou 96 mil quilômetros).
A estimativa é que, até 2020, o número de dados armazenados em computadores, servidores, celulares, smartphones e tablets seja, no mínimo, multiplicado por seis; um volume tão gigantesco, que os especialistas passaram a medi-lo em termos de distância da Terra à Lua.
Hoje, as informações disponíveis em formato digital equivaleriam a uma pilha de iPads Air (os mais finos) de, nada menos, que 256 mil quilômetros, ou dois terços da distância do nosso planeta até o seu satélite.
No fim da década no entanto, seriam seis pilhas e meia: 1,6 milhão de quilômetros. Se todas essas informações fossem divididas pela população conectada em 2020, haveria quase 6 mil gigabytes de carga por pessoa.
Uma família comum hoje preenche com informações 65 iPhones de 32GB por ano; daqui a seis anos, preencherá 318 smartphones. E quem trabalha com tecnologia — os chamados profissionais de TI — já tem um pesado fardo sobre seus ombros, lidando hoje com aproximadamente 230GB de dados. Em 2020, a carga da turma especializada em tech será de 1.200GB.
Cérebro em apuros?
Até onde se sabe, do ponto de vista biológico, o cérebro humano, que há até bem pouco tempo lidava com muito menos informação diariamente, não sofreu nenhuma alteração evolutiva para se adaptar a tamanho volume.
— Não há nenhuma evidência de alteração biológica — garante o neurocientista Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Tampouco há indícios de que ele esteja em apuros para lidar com tanto conhecimento. Em princípio, o cérebro não tem um limite para a quantidade de informação absorvida. Mas, lembram os especialistas, há alguns limitadores.
— O mais importante deles é que o cérebro presta atenção a uma coisa de cada vez. Não importa se estamos falando de uma pessoa do passado ou dos dias de hoje: por definição, sempre há mais informação disponível no ambiente do que nossa capacidade de assimilá-la — explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, do mesmo instituto.
As estratégias desenvolvidas para lidar com tantas fontes de informação simultâneas, no entanto, foram alteradas, e são, atualmente, muito mais ricas e elaboradas.
— Essa é a História da Humanidade e do desenvolvimento tecnológico — compara Suzana. — Não só assimilamos mais conhecimento ao longo da História, mas o transmitimos, vamos aprendendo a fazer coisas cada vez mais complexas: transformamos informações, relacionamos dados, chegamos a novas conclusões.
Então, sim, uma criança de hoje pode ter o mesmo tipo de conhecimento de um sábio do passado, mas isso é consequência da boa transmissão cultural, da forma como as coisas foram elaboradas; não necessariamente da biologia do cérebro.
E, de fato, os dados continuarão crescendo numa proporção espantosa, de acordo com o estudo divulgado ontem. O maior desafio no ciberuniverso que, a exemplo do universo físico, continua a se expandir é a chegada da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) à cena. A conexão de objetos, de relógios a carros, passando por brinquedos e utensílios, que hoje não passa de 187 bilhões, chegará a 212 bilhões até o fim da década.
— A internet das coisas aumenta o desafio de transformar tudo isso em conhecimento — diz Karin Breitman, executiva líder do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Big Data da EMC.
— Aparecem dados de vários dispositivos, como o recenteAmazon Dash (leitor de código de barras dublê de microfone, ligado ao serviço de entregas Amazon Fresh, que lê os códigos de produtos que estão acabando em casa e os envia automaticamente à Amazon para reposição).
Falta de espaço
E se o armazenamento de dados em diferentes dispositivos facilita a vida de quem precisa dispor de muitos deles ao mesmo tempo e não pode contar apenas com o próprio cérebro, ele está criando uma nova dor de cabeça para os especialistas da área.
Vice-presidente da EMC, Vernon Turner lembra que os servidores e data centers terão que se aperfeiçoar cada vez mais no futuro para armazenar tanta coisa.
O estudo divulgado pela sua empresa sustenta que hoje os dados já ultrapassam a capacidade de armazenamento disponível. Só não acontece uma “inundação” porque a maioria das informações geradas no mundo é de caráter temporário (como as de games ou de interação com sites tipo Netflix).
Mas, se tudo fosse arquivado, só 33% do total atual caberiam. Por isso os especialistas em compressão de dados terão que rebolar até 2020, ou esse gap ficará mais dramático, diz o estudo.
— Acessar imediatamente os dados, hoje, é fundamental em certos setores, como nas bolsas de valores — pontua Victor Arnaud, diretor da empresa Alog, especializada em armazenamento.
No avanço dos bits, os mercados emergentes vão ultrapassar os países ricos nos próximos anos.
Hoje estes são responsáveis por 60% do universo, mas blocos como os Brics tendem a tomar esse lugar até o fim da década. O Brasil, no entanto, vai devagar — representará este ano 3% do volume de dados digitais no mundo.
Parece bem pouco comparado ao volume de informações do mundo. Mas, voltando à comparação espacial, até o fim do ano passado, o país produziu, em dados, uma pilha de tablets equivalente a 2% do percurso até a Lua. Em 2020, a pilha chegará a 25% do trajeto (ou 96 mil quilômetros).
Rua Décio Monte Alegre, 20
Bairro Santa Cruz -Valente - Bahia - Brasil.
Funcionamento:
das 05:00 às 00:30
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Gipope® - Gariba's ™ // Bar & Lanches. _._._._._|||
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