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Presidente da Venezuela teve infecção pulmonar, disse o ministro Villegas.
Chávez foi operado em 11 de dezembro de um câncer na região pélvica.
"Após a delicada cirurgia de 11 de dezembro, o comandante Chávez enfrentou complicações como consequência de uma severa infecção pulmonar", disse o ministro de Comunicação venezuelano, Ernesto Villegas, em uma cadeia de rádio e televisão. Ele lia a última atualização oficial sobre a condição do presidente, internado em um hospital em Cuba.
Villegas reiterou a confiança do governo da Venezuela na equipe médica que atende Chávez, "que deu acompanhamento permanente à evolução clínica do paciente e agiu com a mais absoluta rigorosidade perante cada uma das dificuldades apresentadas", disse.
Mais cedo, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, haviam dito que Chávez continuava "batalhando" por sua saúde, após voltarem da Venezuela depois de uma visita ao presidente em Havana.
Em foto de 9 de outubro de 2012, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fala em uma conferência segurando a ministura da constituição do país. (Foto: AP/ ASSOCIATED PRESS)
Na última quarta-feira (2), a posição venezuelana havia exigido a "verdade" sobre a saúde de Chávez."É essencial que o governo atue de modo que dê confiança. É essencial que diga a verdade", afirmou o secretário executivo da Mesa da Unidade Democrática, Ramón Guillermo Aveledo, taxando de "irresponsabilidade descomunal" a intenção de fazer crer que Chávez estivesse "em exercício de suas funções".
Vice nega transição
A cúpula chavista retornou a Caracas esta quinta-feira, após visitar o presidente em Havana, e negou que haja uma "transição" na Venezuela, acusando a oposição de alimentar boatos sobre a saúde do chefe de Estado a sete dias da posse prevista de Chávez.
"Aqui só há uma transição, começou há pelo menos seis anos, e foi decretada pelo comandante Hugo Chávez", disse o vice-presidente Nicolás Maduro, em alusão à transição ao socialismo, que o presidente pôs em marcha após sua reeleição em 2006.
Maduro também acusou a direita e a mídia internacional de "ter tentado manipular um conjunto de elementos" sobre a relação bilateral com os Estados Unidos, depois de um contrato entre os dois governos, confirmado esta quinta-feira por Washington.
Assegurou, ainda, que a situação está 'mais unida do que nunca', desmentindo supostas divisões que existiriam entre ele e Cabello.
Segundo a Constituição, Chávez, reeleito em outubro passado, deve assumir um quarto período de governo em 10 de janeiro perante a Assembleia Nacional, mas seu estado de saúde pode impossibilitar sua presença.
Cabello afirmou na semana passada que a data de 10 de janeiro é adiável e que Chávez poderia assumir seu novo mandato mais adiante, perante o Supremo Tribunal de Justiça.
Na mesma linha, o vice-presidente da Assembleia e membro da direção nacional do PSUV, Aristóbulo Istúriz, avaliou esta quinta-feira que "se o presidente não pode prestar juramento, deve se manter presidente até o momento em que se estabeleçam os mecanismos para o juramento".
Desde que Chávez foi operado em Havana, não foi publicado nenhum boletim médico, e os venezuelanos não viram nenhuma imagem nem escutado sua voz.
A Constituição prevê que se a falta absoluta do presidente for declarada, devem ser celebradas novas eleições em 30 dias.
O prefeito de Caracas, o opositor Antonio Ledezma, propôs esta quinta-feira que seja nomeada uma comissão política e médica, com a participação da oposição, que viaje a Cuba para "constatar em primeira mão a realidade sobre a saúde do presidente".
Antes de viajar a Havana para ser operado, Chávez anunciou que Maduro assumiria a presidência temporariamente caso ele ficasse "incapacitado" e seria o candidato da situação em novas eleições.
O candidato derrotado por Chávez nas presidenciais de outubro, Henrique Capriles, que tinha aceitado um eventual adiamento do juramento de Chávez e seria o mais provável adversário de Maduro nas urnas, afirmou na quarta-feira em mensagem publicada no microblog Twitter que "as respostas à incerteza que o governo gerou estão na Constituição".
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