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TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
|>|*$-$*|<| O dólar passou de R$ 1,80 na semana passada, patamar não visto desde junho do ano passado, mas poderá ter dificuldade de se sustentar em cotações tão altas nas próximas semanas se o cenário internacional não se deteriorar mais, segundo analistas.
A expectativa média do mercado é que o nervosismo ceda --como ocorreu na sexta, quando a moeda americana já recuou 3,5%, para R$ 1,829-- e que as cotações retomem a trajetória de baixa. O argumento é que não houve mudança significativa no fluxo de capital ao país.
A maioria dos analistas, porém, errou feio ao descartar a recente alta do dólar.
Depois que o Banco Central surpreendeu reduzindo juros para 12%, bastou a situação piorar um pouco mais para o dólar saltar, em duas semanas, de R$ 1,65 para mais R$ 1,90.
Em uma semana a alta acumulada já chega a 5,5%; no mês, soma 14,8%.
Nas casas de câmbio, o dólar turismo já chegou a ser vendido a R$ 2 na semana passada --na sexta, desceu para R$ 1,970.
A mudança em tão pouco dias desafia o planejamento de turistas e de empresas --a última chacoalhada desse porte ocorreu em 2008 e quase quebrou empresas como Sadia e Aracruz.
PLANEJAMENTO
Diante da imprevisibilidade, a recomendação para quem tem compromissos em dólares ou vai viajar ao exterior é começar a comprar aos poucos a moeda americana.
"Se a viagem está programada para o final do ano, o turista pode comprar a cada mês um pouco, até chegar no valor total no final do ano", afirma Alexandre Milanov, gerente de câmbio da TOV Corretora.
Segundo Milanov, os clientes ficaram inseguros nos últimos dias na hora da compra e tendem a esperar o mercado ficar menos volátil para efetuarem o negócio.
Para Sidnei Nehme, diretor da corretora NGO, o dólar pode voltar ao equilíbrio entre R$ 1,60 e R$ 1,70 assim que os estrangeiros neutralizem eventuais perdas com câmbio na Bolsa.
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