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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sócrates recebeu tratamento de ponta para recuperar o fígado


30/08/2011 - 09h46

Medicina & Saúde



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DÉBORA MISMETTI

EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE




![:]!=-=![:]! O procedimento a que o ex-jogador Sócrates foi submetido para tratar a hipertensão portal já existe há dez anos no país mas ainda é considerado um tratamento de ponta, segundo Raymundo Paraná, presidente de Sociedade Brasileira de Hepatologia.


Os médicos tiveram que colocar um stent (uma "mola") para desviar o sangue que entra no fígado pela veia porta para a veia supra-hepática.


O procedimento foi necessário porque o ex-jogador estava sofrendo de hipertensão portal.


Jorge Araújo/Folhapress

O ex-jogador Sócrates em foto quando estava internado; médicos colocarma um stent para desviar sangue no fígado

O ex-jogador Sócrates em foto quando estava internado; médicos colocarma um stent para desviar sangue no fígado
Isso acontece quando o sangue que entra no fígado pela veia porta tem seu caminho impedido pela formação de tecido fibroso no órgão.


Esse tecido de cicatriz surge quando o fígado sofre agressões por muito tempo, como o consumo de álcool de longo prazo, como foi o caso de Sócrates, ou por doenças como a hepatite.


"Quando a pessoa tem uma cirrose hepática, a fibrose bloqueia a passagem do sangue. Mas a veia continua trazendo o sangue. Isso cria a hipertensão portal. É como um canal de irrigação bloqueado", diz Paraná.


Por causa da pressão, o sangue é desviado pela veia gástrica até vasos do esôfago e do estômago.


Editoria de arte/folhapress

Como não estão preparados para esse fluxo, os vasos formam varizes e podem se romper, causando uma hemorragia --foi o que ocorreu com Sócrates.


Paraná explica que o sangramento pode ser controlado com remédio ou com um procedimento por endoscopia.


Quando isso não dá resultado, os médicos abrem um caminho pelo fígado para dar vazão ao sangue que vem da veia porta diretamente para a supra-hepática, que leva o sangue ao coração.


Isso é feito com um stent, inserido pela jugular (no pescoço) até o fígado.


"É um método recente, caro e muito pouco usado. Há poucos centros de hepatologia e poucos especialistas que fazem isso", afirma Paraná.


A decisão sobre um possível transplante de fígado após o procedimento depende do grau de comprometimento do órgão. "É possível reverter a cirrose se a agressão ao fígado parar. Se ele parou de beber, é possível." 
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