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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

A China e uma nova globalização

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A China oferece ao mundo uma globalização inclusiva, tolerante, pacifista e que gere valor e riqueza material a todos os países envolvidos nos projetos do Cinturão e Rota.
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Por Elias Jabbour – do Rio de Janeiro
História por CdB • Há 35 m
Postado em 16 de fevereiro de 2023 às 08h35m


 #.*Post. - N.\ 10.686*.#

Desde o início do processo de financeirização da economia internacional e , no início da década de 1990, o fim das primeiras experiências socialistas, o mundo tornou-se cada vez mais instável com crises financeiras recorrentes que trazem consigo um imenso rastro de destruição em todos os aspectos.

A China oferece ao mundo uma globalização inclusiva, tolerante e pacifista
A China oferece ao mundo uma globalização inclusiva, tolerante e pacifista© Fornecido por Correio do Brasil

A pobreza, a concentração de renda e a falta de esperança de populações inteiras no futuro têm aberto condições a um mundo cada vez mais intolerante e onde ideologias de extrema-direita, em sua maioria nascidas e desenvolvidas nos Estado Unidos e exportadas ao mundo, ganham terreno. Por exemplo, nos Estados Unidos o racismo praticado dentro do país se transforma em política de Estado quando este país age fora de seu território. O fascismo, o neocolonialismo e o imperialismo estão, mais do que nunca, presentes no horizonte internacional. 

“Globalização financeira”

Muitos analistas anunciaram o fim da globalização. Não acreditamos nisso. O que está chegando ao fim é uma forma não inclusiva de globalização. Uma globalização voltada aos interesses de um único país, que patrocinou uma chamada globalização financeira, e que em nenhum momento atendeu aos interesses dos povos da periferia do sistema. Esta globalização está em seu fim. Um fim melancólico com a potência hegemônica do mundo patrocinando guerras e intolerância por toda parte. Por outro lado, a República Popular da China com a Iniciativa Cinturão e Rota e a decisão firme de construir uma comunidade de destino compartilhado oferece ao mundo uma outra globalização: inclusiva, tolerante, pacifista e que gere valor e riqueza material a todos os países envolvidos nos projetos do Cinturão e Rota. 

Cinturão e Rota para a Saúde

Mas esta iniciativa não se encerra somente na construção de grandes obras de infraestruturas. Enquanto alguns países estavam buscando politizar a questão da pandemia, a China foi pioneira no lançamento do Cinturão e Rota para a Saúde. Outras iniciativas com o mesmo espírito inclusivo têm sido diariamente debatidas entre autoridades chinesas e estrangeiras. Porém, a que nos tem chamado muito a atenção é a chamada construção de uma comunidade de intercâmbio cultural. Esta iniciativa chinesa leva em consideração que os grandes desafios que enfrenta hoje a humanidade não passam somente por maior integração econômica entre os países ou cooperação em áreas-chave no setor de ciência, tecnologia e inovação.

Existe uma questão nodal que é a necessidade da construção de uma outra subjetividade no mundo que também acompanhe a superação da globalização financeira proposta pelos EUA cujos resultados estão aí: guerras, fome, desemprego, racismo, fascismo, intolerância. 

Essa iniciativa chinesa de construir uma comunidade de intercâmbio cultural é parte da necessidade de se construir um ambiente onde as diferentes formas de pensar e de sistemas políticos ou mesmo de ideologia deixem de ser obstáculos para a construção de um mundo melhor. Ao contrário, das grandes diferenças e do diálogo podem se encontrar soluções a um grande problema que afeta a humanidade: a falta de confiança entre os diferentes países e diferentes povos e civilizações. Todos nós sabemos que a época em que um único país ou o que chamam de Ocidente podiam ditar as regras para o restante do mundo e usar as diferenças entre povos e países como forma de atingir seus próprios interesses. Grandes parcelas da humanidade que inclui países como a China, Índia, Rússia, Brasil, República Islâmica do Irã e parcelas significantes da América Latina e Ásia já perceberam que juntos e exercitando a tolerância mútua o mundo poderá atingir um outro patamar de convivência e tolerância. 

Comunidade de intercâmbio cultural

Devemos louvar e levar às últimas consequências esta iniciativa chinesa de construção de uma comunidade de intercâmbio cultural. Por exemplo, em um país como o Brasil são várias as iniciativas neste sentido. Desde a promoção de viagens de grandes delegações de estudantes, professores, jornalistas e profissionais de diversas áreas de atuação até a ação do Instituto Confúcio. Este instituto não pode ser visto somente como um meio de divulgar a língua e a cultura chinesas. É um instrumento efetivo de difusão de cultura de paz e tolerância. A base material do mundo mudou significativamente nas últimas quatro décadas. Povos e países clamam por voz e igualdade nas relações internacionais. Clamam por tolerância e pelo fim da pilhagem e da violência. Repetimos: devemos ir às últimas consequências no sentido de apoiar essa iniciativa de construção de uma comunidade de intercâmbio cultural.

 

Elias Jabbouré doutor e mestre em Geografia Humana (FFLCH-USP). Professor Adjunto da FCE/UERJ. Membro do Comitê Central do PCdoB.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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