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Obra sobre desigualdade e concentração de riqueza, que propõe taxação de 2% sobre a renda dos mais ricos, supera ‘Frozen’ e ‘Game of Thrones’
Francês Thomas Piketty faz sucesso nos EUA e é elogiado por críticos e economistas como Paul Krugman
RIO - Desigualdade social em quase 700 páginas de um livro. O assunto, a princípio, pode não atrair a curiosidade de tantas pessoas, mas “Capital In The Twenty-First Century” (O Capital no Século XXI, em tradução livre), do economista francês Thomas Piketty, alcançou nesta semana o primeiro lugar na lista dos livros mais vendidos da Amazon, superando títulos como “Frozen” e “Game of Thrones”.
Logo após o lançamento da edição em inglês, no mês passado, o livro já aparecia entre os entre os 100 mais vendidos da varejista on-line. Além disso, foi elogiado por críticos e economistas.
Piketty, de 42 anos, é professor na Escola de Economia de Paris e seu livro trata da história e do futuro da desigualdade, a concentração de riqueza e as perspectivas de crescimento econômico.
A tese central do livro — cujo título é uma alusão a “O Capital”, de Karl Marx — é que a desigualdade não é um acidente, mas uma característica do capitalismo e os excessos só podem ser alterados por meio da intervenção estatal.
O trabalho argumenta que, a não ser que o capitalismo seja reformado, a ordem democrática será ameaçada.
O autor considera que o mundo está voltando a um “capitalismo patrimonial”, no qual boa parte da economia é dominada por uma riqueza herdada, que está crescendo, criando uma oligarquia.
Como solução para uma desigualdade extrema, Piketty propõe uma taxação anual em todo globo sobre riqueza de até 2%, combinada com um imposto de renda progressivo que chega a 80%.
De acordo com o economista, o crescimento econômico moderno e a difusão do conhecimento permitiu evitar desigualdades em escala apocalíptica como previsto por Marx.
O francês alerta, no entanto, que as estruturas profundas do capital não foram modificadas e a desigualdade não foi tão combatida como se imaginava nas otimistas décadas pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
E o principal fator de desigualdade — a tendência de os lucros sobre o capital excederem a taxa de crescimento econômico — hoje ameaça gerar um abismo tão extremo que é capaz de gerar descontentamento e minar os valores democráticos. Para o economista, a ação política restringiu desigualdades perigosas no passado e pode fazê-lo novamente.
Nova agenda
“Respostas satisfatórias têm sido difíceis de serem encontradas por falta de informação adequada e de teorias claras”, afirma a apresentação do livro no site da Amazon.
Reunidos ao longo de 15 anos, o autor analisa dados fiscais, desde o século XVIII, sobre 20 países, entre eles Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Japão, como forma de desvendar os principais padrões econômicos e sociais. “Suas descobertas vão transformar o debate e estabelecer a agenda para a próxima geração de pensamento sobre riqueza e desigualdade”, afirma a Amazon.
E a obra de 685 páginas tem sido muito elogiada. “A principal razão é porque ele prova agora, de forma irrefutável e clara, o que todos nós, de alguma forma, já suspeitávamos: os ricos estão ficando mais ricos em comparação com os demais e sua riqueza não está indo para baixo, na verdade está indo para cima”, escreveu Rana Foroohar, da “Time”.
O economista vencedor Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, escreveu no “New York Times” que o trabalho de Picketty é o mais importante do ano em economia e talvez também seja o melhor da década. “Piketty, sem dúvida o maior especialista do mundo em renda e desigualdade de renda, faz mais do que documentar a crescente concentração nas mãos de uma pequena elite econômica.
Ele também apresenta um argumento poderoso de que estamos no caminho de volta ao ‘capitalismo patrimonial’, no qual os altos comandos da economia não são dominados apenas pela riqueza, mas também pela riqueza herdada, na qual nascimento importa mais do que esforço e talento”, escreveu o americano.
Trabalho duro
Para a revista britânica “The Economist”, o livro tem como objetivo revolucionar a forma como as pessoas pensam sobre a história econômica dos últimos dois séculos e pode muito bem conseguir isso. “É, antes de tudo, um olhar muito detalhado de 200 anos de dados sobre a distribuição de renda e riqueza em todo o mundo desenvolvido”.
Jordan Weissman, da “Slate”, compara Piketty a um astro do rock e destaca o interesse que o economista francês despertou também em Washington: “Passando recentemente pela capital federal, ele teve um breve encontro com o secretário do Tesouro Jack Lew, o Conselho de Assessores Econômicos e o FMI”.
Em entrevista ao jornal francês “Le Monde”, Piketty reconhece que o sucesso superou o que ele esperava, mas afirma que o livro é resultado de muito tempo de trabalho sobre desigualdade. “A novidade é que é um trabalho mais abrangente, por isso é normal que ele chame mais atenção.
Estou surpreso com o sucesso, mas ao mesmo tempo o objetivo era chegar a tantas pessoas.”
Na Amazon.com, a versão em capa dura sai a US$ 24,59, sem custos de envio. Na versão brasileira do site, a edição para Kindle pode ser obtida on-line a R$ 49,19.
Logo após o lançamento da edição em inglês, no mês passado, o livro já aparecia entre os entre os 100 mais vendidos da varejista on-line. Além disso, foi elogiado por críticos e economistas.
Piketty, de 42 anos, é professor na Escola de Economia de Paris e seu livro trata da história e do futuro da desigualdade, a concentração de riqueza e as perspectivas de crescimento econômico.
A tese central do livro — cujo título é uma alusão a “O Capital”, de Karl Marx — é que a desigualdade não é um acidente, mas uma característica do capitalismo e os excessos só podem ser alterados por meio da intervenção estatal.
O trabalho argumenta que, a não ser que o capitalismo seja reformado, a ordem democrática será ameaçada.
O autor considera que o mundo está voltando a um “capitalismo patrimonial”, no qual boa parte da economia é dominada por uma riqueza herdada, que está crescendo, criando uma oligarquia.
Como solução para uma desigualdade extrema, Piketty propõe uma taxação anual em todo globo sobre riqueza de até 2%, combinada com um imposto de renda progressivo que chega a 80%.
De acordo com o economista, o crescimento econômico moderno e a difusão do conhecimento permitiu evitar desigualdades em escala apocalíptica como previsto por Marx.
O francês alerta, no entanto, que as estruturas profundas do capital não foram modificadas e a desigualdade não foi tão combatida como se imaginava nas otimistas décadas pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
E o principal fator de desigualdade — a tendência de os lucros sobre o capital excederem a taxa de crescimento econômico — hoje ameaça gerar um abismo tão extremo que é capaz de gerar descontentamento e minar os valores democráticos. Para o economista, a ação política restringiu desigualdades perigosas no passado e pode fazê-lo novamente.
Nova agenda
“Respostas satisfatórias têm sido difíceis de serem encontradas por falta de informação adequada e de teorias claras”, afirma a apresentação do livro no site da Amazon.
Reunidos ao longo de 15 anos, o autor analisa dados fiscais, desde o século XVIII, sobre 20 países, entre eles Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido e Japão, como forma de desvendar os principais padrões econômicos e sociais. “Suas descobertas vão transformar o debate e estabelecer a agenda para a próxima geração de pensamento sobre riqueza e desigualdade”, afirma a Amazon.
E a obra de 685 páginas tem sido muito elogiada. “A principal razão é porque ele prova agora, de forma irrefutável e clara, o que todos nós, de alguma forma, já suspeitávamos: os ricos estão ficando mais ricos em comparação com os demais e sua riqueza não está indo para baixo, na verdade está indo para cima”, escreveu Rana Foroohar, da “Time”.
O economista vencedor Nobel de Economia de 2008, Paul Krugman, escreveu no “New York Times” que o trabalho de Picketty é o mais importante do ano em economia e talvez também seja o melhor da década. “Piketty, sem dúvida o maior especialista do mundo em renda e desigualdade de renda, faz mais do que documentar a crescente concentração nas mãos de uma pequena elite econômica.
Ele também apresenta um argumento poderoso de que estamos no caminho de volta ao ‘capitalismo patrimonial’, no qual os altos comandos da economia não são dominados apenas pela riqueza, mas também pela riqueza herdada, na qual nascimento importa mais do que esforço e talento”, escreveu o americano.
Trabalho duro
Para a revista britânica “The Economist”, o livro tem como objetivo revolucionar a forma como as pessoas pensam sobre a história econômica dos últimos dois séculos e pode muito bem conseguir isso. “É, antes de tudo, um olhar muito detalhado de 200 anos de dados sobre a distribuição de renda e riqueza em todo o mundo desenvolvido”.
Jordan Weissman, da “Slate”, compara Piketty a um astro do rock e destaca o interesse que o economista francês despertou também em Washington: “Passando recentemente pela capital federal, ele teve um breve encontro com o secretário do Tesouro Jack Lew, o Conselho de Assessores Econômicos e o FMI”.
Em entrevista ao jornal francês “Le Monde”, Piketty reconhece que o sucesso superou o que ele esperava, mas afirma que o livro é resultado de muito tempo de trabalho sobre desigualdade. “A novidade é que é um trabalho mais abrangente, por isso é normal que ele chame mais atenção.
Estou surpreso com o sucesso, mas ao mesmo tempo o objetivo era chegar a tantas pessoas.”
Na Amazon.com, a versão em capa dura sai a US$ 24,59, sem custos de envio. Na versão brasileira do site, a edição para Kindle pode ser obtida on-line a R$ 49,19.
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