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Medida deve afetar cerca de US$ 21 bilhões em exportações de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por Reuters
Postado em 04 de Março de 2.025 às 09h40m
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O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral
com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do
G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019. — Foto: REUTERS/Kevin
Lamarque/Foto de arquivo
A China impôs novas taxas de 10% a 15% sobre as exportações agrícolas dos Estados Unidos, em retaliação às novas tarifas de importação impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. O governo chinês ainda anunciou novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas dos EUA, afirmando "motivos de segurança nacional". (Entenda mais abaixo)
Segundo o governo chinês, produtos como frango, trigo, milho e algodão dos EUA terão uma taxa adicional de 15%, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios sofrerão uma tarifa extra de 10%. As medidas passam a valer em 10 de março.
A expectativa é que as novas taxas impostas pela China afetem cerca de US$ 21 bilhões em exportações de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos, deixando as duas maiores economias do mundo um passo mais perto de uma guerra comercial total.
O país já tinha anunciado tarifas de 15% para carvão e gás natural liquefeito (GNL) e taxas de 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis dos EUA em fevereiro, também em retaliação às medidas de Trump.
"Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim em uma entrevista coletiva, acrescentando que a China nunca sucumbiu à intimidação ou à coerção.
As medidas de retaliação da China vêm após o presidente norte-americano ter anunciado uma taxa adicional de 10% sobre as importações do gigante asiático, o que resultou em uma tarifa cumulativa de 20%.
Nesse caso, as novas tarifas já representam um aumento adicional nas taxas pré-existentes sobre milhares de produtos chineses. No ano passado, por exemplo, o então presidente dos EUA Joe Biden havia anunciado a duplicação de tarifas sobre semicondutores para 50% e a quadruplicação das tarifas sobre veículos elétricos para mais de 100%.
Agora, essa nova tarifa de 20% atingirá diversas importações importantes de eletrônicos de consumo dos EUA vindas da China, que antes escapavam ilesas. É o caso de smartphones, laptops, consoles de videogame, smartwatches, alto-falantes e dispositivos Bluetooth, por exemplo.
Segundo Trump, o motivo para a imposição de tarifas seria o grande fluxo de tráfico de drogas que tem chegado aos Estados Unidos da China e de outros países. Com isso, Pequim acusou a Casa Branca de "chantagem", reiterando que tem uma das políticas antidrogas mais rígidas do mundo.
Analistas disseram à Reuters que a percepção é que Pequim ainda espera negociar uma trégua nas tarifas. Isso porque o governo chinês tem definindo deliberadamente o aumento de suas taxas abaixo de 20%, dando espaço aos seus negociadores para chegar a um acordo.
A leitura, no entanto, é que a escalada das tensões entre os dois países reduz a chance de uma reaproximação, o que acende um alerta sobre uma nova guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
"O governo da China está sinalizando que não quer piorar a situação", disse Even Pay, analista agrícola da Trivium China.
"É justo dizer que estamos nos primeiros dias da Guerra Comercial 2.0", disse Pay, acrescentando que ainda há tempo para evitar uma guerra comercial prolongada se Trump e o presidente chinês Xi Jinping conseguirem fechar um acordo.
A China ainda afirmou que vai investigar alguns produtores norte-americanos de um tipo de fibra óptica por burlarem medidas antidumping, além de ter suspendido as licenças de importação de três exportadores norte-americanos e interrompido embarques de madeira serrada vindos dos EUA.
Pequim também adicionou 15 empresas norte-americanas à sua lista de controle de exportação, que proíbe empresas chinesas de fornecer tecnologias de uso duplo a empresas dos Estados Unidos, e colocou 10 empresas norte-americanas em sua Lista de Entidades Não Confiáveis por venderem armas para Taiwan. A China reivindica o país como seu próprio território, embora a ilha autônoma rejeite isso.
"Ainda estamos no caminho para 60% (de tarifas)", disse Cameron Johnson, especialista em cadeia de suprimentos da Tidalwave Solutions, referindo-se à ameaça de campanha de Trump.
"No momento, com 20%, isso mal faz diferença para empresas que querem mover potenciais cadeias de suprimentos para fora do país", acrescentou, destacando que as empresas devem começar a se movimentar ou considerar novas estratégias quando as taxas chegarem aos 35%.
A China é o maior mercado para produtos agrícolas dos EUA, e o setor há muito tempo é vulnerável a ser usado como saco de pancadas em momentos de tensão comercial.
Trump assina decreto que impõe tarifas recíprocas contra países que taxam produtos dos EUA
Tarifas dos EUA contra Canadá e México passam a valer
Além das taxas adicionais impostas à China, também começaram a valer nesta terça-feira (4), as tarifas há muito ameaçadas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Canadá e o México.
Agora, todas as importações do Canadá e do México serão taxadas em 25%, com produtos energéticos canadenses sujeitos a taxas de importação de 10%.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou que seu país aplicaria tarifas sobre mais de US$ 100 bilhões em produtos norte-americanos ao longo de 21 dias. Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse que seu governo tem "planos A, B, C e D" para lidar com as tarifas de Trump, mas sem dar mais detalhes.
A expectativa é que ambos os representantes do Canadá e do México anunciem ainda nesta terça-feira quais as medidas a serem tomadas.
As tarifas impostas pelos EUA ao Canadá e ao México deveriam começar em fevereiro, mas Trump concordou com uma suspensão de 30 dias para negociar por mais tempo com seus dois maiores parceiros comerciais.
Reações dos mercados
As últimas ações do presidente dos EUA voltam a levantar temores de inflação mais alta e a perspectiva de uma guerra comercial devastadora. A leitura é que Trump tem demonstrado disposição para contrariar os avisos dos economistas tradicionais e colocar sua própria aprovação pública em jogo, acreditando que as tarifas podem consertar o que aflige o país.
"É uma arma muito poderosa que os políticos não usaram porque foram desonestos, estúpidos ou pagos de alguma outra forma", disse Trump na segunda-feira (3) na Casa Branca. "E agora estamos usando-as."
As tarifas podem ter vida curta se a economia dos EUA sofrer. Mas Trump também pode impor mais tarifas à União Europeia, Índia, chips de computador, automóveis e medicamentos farmacêuticos. O presidente norte-americano injetou uma volatilidade desorientadora na economia mundial, deixando-a desequilibrada enquanto as pessoas se perguntam o que ele fará a seguir.
“É caótico, especialmente em comparação com a forma como vimos as tarifas implementadas na primeira administração (Trump)", disse Michael House, copresidente da prática de comércio internacional do escritório de advocacia Perkins Coie. "É imprevisível. Não sabemos, de fato, o que o presidente fará.’’
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, a Comissão Europeia afirmou que "lamenta profundamente" a decisão dos EUA de impor tarifas sobre importações do México e do Canadá.
"Essa medida corre o risco de interromper o comércio global, prejudicar parceiros econômicos importantes e criar incertezas desnecessárias em um momento em que a cooperação internacional é mais crucial do que nunca", afirmou.
Na Europa, os mercados acionários perderam a força e passaram a cair com a validade das tarifas de Trump, puxados principalmente pelas montadoras, que são mais sensíveis às novas taxas. Na Ásia, as ações acompanharam as perdas de Wall Street e fecharam em queda.
Entre os demais ativos, o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos caíram para o menor nível desde outubro, assim como os rendimentos dos títulos alemães de 10 anos. O dólar australiano, o peso mexicano e o dólar canadense também enfraqueceram, e o bitcoin caiu abaixo de US$ 84 mil, apagando a alta visto no início da semana.
* Também com informações da Associated Press
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