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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bombeiros conseguem levar à tona barco naufragado no DF

#**#  Proa da embarcação emergiu com a ajuda de balões infláveis.
Naufrágio no Lago Paranoá no último domingo deixou nove mortos.




Do G1 DF
 

*-+*+-* A equipe dos bombeiros que tenta retirar o barco Imagination, que naufragou no último domingo no Lago Paranoá, em Brasília, conseguiu trazer o barco à tona na tarde desta sexta-feira (27). Por volta das 15h50, a proa do barco emergiu do lago.

Proa do barco Imagination ao emergir do Lago Paraoná, em Brasília, nesta sexta-feira (27) (Foto: Ed Alves/News Free/AE)
Proa do barco Imagination ao emergir do Lago Paraoná, em Brasília, nesta sexta-feira (27) (Foto: Ed Alves/News Free/AE)
 
O barco foi levado à superfície por meio de balões infláveis que foram amarrados em seu casco. A retirada completa da embarcação deve ainda demorar, segundo os bombeiros.
Cinco balões foram usados na operação para levar o barco à tona. Os bombeiros pretendem amarrar a proa do barco a um rebocador para levá-lo para a margem.
Quando eu fiquei presa nos vidros, a única coisa que eu pedi foi a Deus para me ajudar a sair dali. Não sei se eu quebrei aquele vidro ou se eu consegui abrir. Machuquei minha perna, fiquei inchada por causa da força que eu fiz, fiquei roxa"
Eliane Cardoso de Souza, ajudante de cozinha que estava no Imagination no dia do naufrágio
O acidente deixou nove mortes. O corpo da última vítima foi resgatado na noite desta quarta-feira. Mais de cem pessoas estavam no barco quando ele naufragou. Nota divulgada pela Marinha na segunda-feira passada informava que o barco tinha capacidade para 90 passageiros e 2 tripulantes.
O naufrágio aconteceu por volta das 21h do domingo. No momento do acidente era realizada no barco uma festa organizada por uma empresária, dona de um buffet. A irmã dela morreu no naufrágio.
Segundo o delegado Rogério Leite, da Polícia Fluvial de Brasília, mergulhadores encontraram uma rachadura em uma estrutura na parte de baixo do barco que auxilia na flutuação.
Na segunda, em depoimento à polícia, o piloto do barco, Airton Carvalho da Silva Maciel, disse que a embarcação estava inclinada para a esquerda quando deixou o cais. Ele afirmou que pediu aos passageiros para irem para o outro lado, “para compensar” a inclinação.

Vídeo

Um vídeo gravado por peritos da Polícia Civil e obtido pela TV Globo nesta quinta-feira (26) mostra o barco no fundo do lago (assista ao lado). Nas imagens é possível ver o nome do barco, uma placa de identificação que detalha a capacidade de passageiros, uma agenda, coletes salva-vidas e até uma garrafa de bebida.
No vídeo, os mergulhadores nadam em volta do barco. A água é turva e há pouca iluminação. O barco está a uma profundidade de 18 metros.

Depoimentos

A polícia já ouviu mais de 30 pessoas que sobreviveram ao naufrágio. A partir dos depoimentos, a polícia já tem informação de que havia 110 pessoas a bordo, 18 a mais que a capacidade da embarcação.
O número atualizado de passageiros coincide com o número de coletes informados pelo comandante da embarcação. Mas, pelas normas de segurança, deve haver sempre mais equipamentos do que pessoas a bordo. A perícia espera localizar todos os coletes, inclusive os que estavam em pontos mais distantes do local do naufrágio, para saber exatamente quantos haviam à disposição dos passageiros no dia do acidente.
Pelo menos três pessoas reclamaram em seus depoimentos da quantidade de janelas e peças de vidro, que teriam atrapalhado na hora da fuga. “Quando eu fiquei presa nos vidros, a única coisa que eu pedi foi a Deus para me ajudar a sair dali. Não sei se eu quebrei aquele vidro ou se eu consegui abrir. Machuquei minha perna, fiquei inchada por causa da força que eu fiz, fiquei roxa”, contou a ajudante de cozinha Eliane Cardoso de Souza.
A ajudante de cozinha Juliane Ribeiro costumava trabalhar no Imagination. No último domingo, porém, estava como convidada. Ela afirmou que o barco já havia apresentado problemas. Além dos apagões de luz, era comum o comandante descer até a área do motor para tirar a água que entrava.
“Tinha muita água subindo, não chegava a ponto de encher tudo, mas estava começando. Ele ia lá, pegava uma espécie de mangueira para sugar água e jogar no lago de novo. Eu estava com medo”, afirmou.

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