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Relatório das Nações Unidas apresenta melhores índices em 35 anos.
Gases estufa ajudam na recomposição, mas ampliam aquecimento global.
Imagem cedida pela NASA mostra comparações da camada de ozônio em 17 de setembro de 1979, 7 de outubro de 1989, 9 de outubro de 2006 e 1 de outubro de 2010 (Foto: AP Photo/NASA)
Cientistas disseram que o crescimento demonstra que a união mundial pode neutralizar o desenvolvimento de uma crise ecológica.
Pela primeira vez em 35 anos, cientistas foram capazes de confirmar um aumento estatístico significativo e sustentado no ozônio estratosférico, que nos protege da radiação solar que causa câncer de pele, danos à agricultura e outros problemas.
“É uma vitória para a diplomacia e a ciência o fato de que fomos capazes de trabalharmos juntos”, disse o químico Mario Molina. Em 1974, Molina e F. Sherwood Rowland foram autores de um estudo científico que previa o esgotamento do ozônio. Eles ganharam o Prêmio Nobel em 1995 pelo trabalho.
A camada de ozônio vinha se tornando cada vez mais fina desde o final dos anos 70. Clorofluorcarbonos produzidos pelo homem, chamados de CFCs, emitiam cloro e bromo, que destruíam as moléculas de ozônio suspensas no ar. Após um alerta de cientistas, países ao redor do mundo concordaram com um tratado em 1987 para eliminar progressivamente os CFCs. Os níveis desses elementos em alturas de 30 a 50 milhas estão diminuindo.
As Nações Unidas estimaram em um relatório anterior que, sem o pacto, em 2030, dois milhões de casos extras de câncer de pele seriam registrados por ano no mundo.
O químico Mario Molina, que ganhou em 1995 um
Prêmio Nobel por estudo sobre a camada de
ozônio (Foto: AP Photo/Centro Mario Molina)
Prêmio Nobel por estudo sobre a camada de
ozônio (Foto: AP Photo/Centro Mario Molina)
E, em outra tendência preocupante, os elementos químicos que substituíram os CFCs contribuem para o aquecimento global e estão aumentando, disse a cientista estudiosa de atmosfera do MIT, Susan Solomon. No momento, eles não representam grande ameaça, mas é esperado que aumentem dramaticamente até 2050 e façam “uma enorme contribuição” para o aquecimento global.
A camada de ozônio ainda está longe de ser recuperada. Elementos químicos devoradores de ozônio e de longa duração que ainda permanecem na atmosfera criam anualmente um buraco no extremo do Hemisfério Sul, e o buraco não foi fechado. Além disso, a camada de ozônio ainda está cerca de 6 por cento mais final do que na década de 80, segundo cálculos de Newman.
Os níveis de ozônio estão “em ascensão, mas ainda não chegaram lá”, disse ele.
Paul Wapner, professor de políticas ambientais globais na American University, disse que as descobertas são “boas notícias em um cenário geralmente sombrio” e enviam uma mensagem de esperança aos líderes mundiais que irão se encontrar no final deste mês em Nova York para um encontro das Nações Unidas sobre clima.
“O precedente é realmente importante porque a sociedade está encarando outro sério problema ambiental mundial, as alterações climáticas”, disse Molina, professor em San Diego e na Cidade do México. O cientista de 71 anos disse que achou que não viveria para ver o dia em que a camada de ozônio estaria se recompondo.
No início desta semana, a ONU anunciou que os níveis atmosféricos do principal gás de efeito estufa, o dióxido de carbono, bateram outro recorde em 2013. O aumento em relação a 2012 foi o maior salto em três décadas.
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