Cientistas dizem que a imagem estável revela um pouco sobre a origem do Universo e desfaz a ideia de um início turbulento das galáxias.
Por G1
12/08/2020 12h00 Atualizado há 57 minutos
Postado em 12 de agosto de 2020 às 13h00m
Astrônomos europeus divulgaram nesta quarta-feira (12) na revista "Nature" a imagem da SPT0418-47, uma das mais distantes galáxias conhecidas do Universo. Em formato de um anel iluminado, o conjunto de estrelas está a mais de 12 bilhões de anos-luz de nós.
Isso significa que a imagem mostra a galáxia quando o Universo tinha
"apenas" 1,4 bilhões de anos, ou seja, a foto dá uma ideia de como era o
início do Universo. Inclusive, dizem os pesquisadores, o registro de um anel de luz estável desfaz a noção de que as galáxias desse período eram todas turbulentas.
A imagem foi obtida por pesquisadores de instituições da Alemanha e
da Holanda e divulgada pelo Observatório Europeu do Sul (ESO). Os
cientistas utilizaram os recursos do observatório Alma (Atacama Large
Millimiter Array), no Chile. Localizado a 5 mil metros de altitude, o
equipamento astronômico foi inaugurado em 2013 como um dos maiores do mundo.
Semelhanças com a Via Láctea
Segundo os pesquisadores, há duas grandes semelhanças da SPT0418-47 com a Via Láctea, galáxia que abriga a Terra: ambas são um disco que gira em torno do próprio eixo e formam uma aglomeração de estrelas ao redor do centro galático. A diferença é que a Via Láctea tem braços em espiral.
"O resultado representa uma novidade no campo da formação das galáxias ao mostrar que estruturas que observamos em galáxias espirais próximas e na nossa Via Láctea já existiam 12 bilhões de anos atrás", comenta Francesca Rizzo, doutoranda no Instituto Max Planck de Astrofísica (Alemanha).
Ao estudar galáxias distantes como a SPT0418-47, pesquisadores entendem
a formação e a evolução dessas estruturas desde a formação do Universo.
Apesar das semelhanças com a Via Láctea, a SPT0418-47 pode ter se
desenvolvido de outra forma.
Em estudos futuros, os pesquisadores vão desvendar se galáxias
circulares como a SPT0418-47 são de fato comuns no Universo — o que abre
caminho para novas pesquisas sobre a evolução dessas estruturas
espaciais.
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