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Na passagem de maio para junho, queda na produção foi disseminada entre as grandes categorias econômicas e atividades industriais. Setor fechou o segundo trimestre do ano com perda de 2,5%.===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por Daniel Silveira, G1 — Rio de Janeiro
Postado em 03 de agosto de 2021 às 10h05m
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Indústria Automotiva registrou a queda — Foto: Shutterstock
A produção industrial brasileira ficou estagnada em junho, com variação nula, de 0,0%, na comparação com maio, quando havia avançado 1,4%. Com esse resultado, o setor completou dois trimestres seguidos de queda. É o que apontam os dados divulgados nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Com essa variação nula em junho, o setor permanece no patamar pré-crise, mas no resultado desse mês observa-se uma predominância de taxas negativas entre as atividades industriais”, apontou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Indústria registra variação nula em junho — Foto: Economia/G1
Segundo o pesquisador, ao se manter no patamar de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia, a indústria opera em nível semelhante ao que era observado em fevereiro de 2009. Isso equivale a dizer que o setor se encontra 16,7% abaixo de seu ponto mais alto, alcançado em maio de 2011.
Em janeiro deste ano, quando a indústria acumulava nove taxas positivas seguidas, a distância do patamar em relação ao ponto mais alto da série era de 13,8%. "Isso dimensiona a perda de ritmo do setor ao longo deste ano", destacou Macedo.
Embora o resultado do setor industrial como um todo ter sido de estagnação, três das quatro grandes categorias econômicas e 14 das 26 atividades investigadas pelo IBGE registraram queda na produção no mês.
Dois trimestres seguidos de queda
Diante destes resultados, o setor industrial fechou o segundo trimestre
do ano com queda de 2,5% na comparação com o primeiro trimestre. Foi a
segunda taxa trimestral negativa seguida nesta base de comparação
(trimestre contra trimestre imediatamente anterior).
Indústria tem queda na produção pelo segundo trimestre consecutivo — Foto: Economia/G1
Taxas altas frente base de comparação baixa
Já na comparação com junho de 2020, a indústria registrou crescimento de 12%, a 10ª décima taxa positiva consecutiva nesta base de comparação. Já o resultado do 2º trimestre na comparação com igual trimestre do ano passado foi de alta de 22,6%, acumulando alta de 12,9% no semestre na comparação com o segundo semestre do ano passado.
Também foi registrado novo avanço do indicador acumulado em 12 meses,
que passou de 4,9% em maio para 6,6%, o que demonstra manutenção do
ritmo de retomada do crescimento da produção industrial iniciada em
agosto do ano passado, quando apresentava queda de 5,7%.
Indicador acumulado em 12 meses mantém trajetória de recuperação iniciada em agosto do ano passado — Foto: Economia/G1
O gerente da pesquisa ponderou que a alta taxa acumulada em 12 meses "acontece diante de uma base de comparação muito depreciada". Ele lembrou que no primeiro semestre de 2020 o setor acumulou perda de 10,9%.
"A magnitude de crescimento [do acumulado em 12 meses] de dois dígitos está associada ao fato de que o setor industrial, por conta da pandemia de Covid-19, mostrou perdas importantes naquele período”, disse.
- VEJA TAMBÉM: Em seis anos, indústria brasileira perdeu 28 mil empresas e 1,4 milhão de postos de trabalho, aponta IBGE
De acordo com o gerente da pesquisa, o menor dinamismo do setor industrial está relacionado aos efeitos da pandemia de Covid-19 no processo de produção e na economia.
“Há, no setor industrial, uma série de adversidades por conta da necessidade das medidas de restrição, como a redução do ritmo produtivo, a dificuldade de obtenção de matérias-primas e o aumento dos custos de produção", apontou Macedo.
O pesquisador enfatizou que também pesam negativamente sobre a indústria a o alto desemprego no país, que compromete a massa salarial e impacta no consumo.
Disseminação de resultados negativos
Na passagem de maio para junho, houve disseminação de resultados negativos entre a maioria das grandes categorias econômicas e das atividades investigadas pelo IBGE.
Das quatro grandes categorias econômicas, apenas bens de capital registrou avanço na produção. Foi a terceira taxa positiva nessa comparação, acumulando crescimento de 5,9% nesse período.
Já a queda mais acentuada foi observada em bens de consumo semi e não duráveis, eliminando parte do avanço de 3,6% registrado no mês anterior, quando interrompeu três meses seguidos de queda, período em que acumulou redução de 11,5%.
Resultados de junho por grande categoria:
- Bens de capital: 1,4%
- Bens de consumo: -0,9%
- Bens de consumo semiduráveis e não duráveis: -1,3%
- Bens intermediários: -0,6%
- Bens de consumo duráveis: -0,6%
Já entre as 26 atividades investigadas, 14 registraram queda na produção em junho. A perda mais relevante foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,8%), que voltou a recuar após crescer nos meses de abril (1,6%) e maio (0,3%).
Também se destacaram negativamente as atividades de celulose, papel e produtos de papel (-5,3%), que teve a terceira taxa negativa seguida, acumulando perda de 8,4% no período; e a de produtos alimentícios (-1,3%), cujo resultado eliminou parte do avanço de 2,9% registrado em maio.
Outras contribuições negativas importantes partiram de produtos de metal (-2,9%), indústrias extrativas (-0,7%), produtos diversos (-5,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,5%), móveis (-5,2%) e outros produtos químicos (-0,8%).
Já entre as 11 atividades que registraram crescimento na produção, o principal destaque ficou com a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,1%), que já havia crescido 2,7% no mês anterior.
Também se destacaram as atividades de máquinas e equipamentos (2,9%), de outros equipamentos de transporte (11,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (6,0%) e de impressão e reprodução de gravações (12,3%).
Maioria das atividades ainda não retomou nível pré-pandemia
Com a disseminação de resultados negativos em junho, a maior parte das atividades industriais ficaram com o patamar de produção abaixo do nível pré-pandemia - em maio, metade havia recuperado as perdas.
As atividades de confecção de artigos de vestuário e acessórios e veículos automotores, reboques e carrocerias eram as que apresentavam a maior distância do patamar de fevereiro do ano passado.
Do lado oposto, as atividades de máquinas e equipamentos e de outros
equipamentos de transporte eram as atividades que mais havia apresentado
crescimento frente ao patamar pré-pandemia.
Em junho, maioria das atividades industriais tinham patamar de produção abaixo do nível pré-pandemia — Foto: Economia/G1
Perspectivas
Em julho, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,8 ponto, para 108,4 pontos, segundo a Fundação Getulio Vargas. Esta foi a terceira alta seguida do indicador, que atingiu o maior patamar desde janeiro, quando ficou em 111,3.
Apesar da melhora, o otimismo dos empresários em relação aos próximos meses desacelerou, influenciado pela escassez de insumos e pela possibilidade de racionamento energético no país, além da alta incerteza econômica em relação ao segundo semestre do ano.
A despeito das incertezas, o mercado financeiro elevou, mais uma vez, a estimativa de crescimento da economia em 2021. Conforme o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi revisada de 5,05% para 5,30%.
Os analistas do mercado financeiro também elevaram de 6,36% para 6,38% a expectativa de crescimento da produção industrial este ano. Se a projeção se confirmar, o setor terá o primeiro resultado anual positivo após dois anos seguidos de queda - em 2020, a indústria brasileira registrou um tombo de 4,5%, depois de ter recuado 1,1% em 2019.
VEJA TAMBÉM: Desemprego fica em 14,6% em maio, 2ª maior taxa da história, e atinge 14,8 milhões, diz IBGE
Economistas têm destacado que uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser mais visível a partir o segundo semestre, e condicionada ao avanço da vacinação e também à retomada do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetado pelas medidas de restrição para conter o coronavírus.
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