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Setor da construção apresentava o menor percentual de contratações intermediárias. IBGE ressalva que esse dado não configura terceirização; dados são de 2015.
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Setor da construção respondia, em 2015, pelo maior percentual de trabalhadores contratados de forma intermediária, segundo IBGE (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília)
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2015, havia no Brasil 9,8 milhões de empregados no setor privado que foram contratados de forma indireta. Este número corresponde a 18,9% do total de 51,7 milhões de empregados no país naquele ano – incluindo os trabalhadores domésticos.
Dentre os trabalhadores contratados de forma intermediária, 64,7% tiveram intermédio de pessoa física, enquanto para 30,4% a intermediação foi feita por empresas intermediárias. O IBGE destacou que a forma intermediária de contratação não configura terceirização trabalhista.
“A terceirização pode estar incluída neste dado, mas não o define. Nós não investigamos o vínculo trabalhista. Foi perguntado ao entrevistado se ele foi contratado de forma direta ou indireta. Então, essa pesquisa não tem elementos suficientes para identificar a terceirização”, destacou Cimar Azeredo, coordenador da pesquisa.
Segundo o pesquisador, um trabalhador que foi direcionado a uma vaga de emprego por meio de uma agência, por exemplo, teve a contratação feita de forma intermediária e não terceirizada.
Construção lidera contratação intermediária
Construção lidera contratação intermediária
O setor de construção era o que mais contratava de forma intermediária. Dos cerca de 4 milhões de trabalhadores do setor, 28,3% foram contratados por intermédio de terceiros. O setor de serviços, que respondia por 48,1% do total de empregados do setor privado, era o segundo com maior percentual de contratação indireta (20,6%).
A indústria, que tinha um contingente de 8,3 milhões de trabalhadores (16,1% do total de empregados do setor privado), aparecia em terceira posição quanto ao número de contratações intermediárias (17,9%). Já dentre os 10,7 milhões de empregados do setor de comércio e reparação (20,8% dos trabalhadores do setor privado), 16,9% tinham contrato intermediado.
No setor agrícola, com contingente de 3,6 milhões de trabalhadores (7,1% do total de empregados do país), apenas 5,1% eram contratados de forma intermediária.
Dentre os trabalhadores que recebiam entre meio e um salário mínimo, 20% foram contratados indiretamente. Na faixa salarial entre um e dois salários mínimos, este tipo de contratação atingia 19,6% do total. O menor percentual de contratações intermediárias no recorte pela faixa de rendimento foi identificado entre os trabalhadores que ganhavam mais de cinco salários mínimos (17,2%).
Salário, benefícios e satisfação com o trabalho
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A pesquisa mostrou ainda que do total de empregados do setor privado do país, 205 mil não recebiam remuneração. O IBGE considerou que a maioria destes eram de familiares dos donos das empresas que, apesar do vínculo trabalhista, não recebiam salário direto.
Além disso, o levantamento apontou que 58,6% dos empregados do setor privado não recebiam nenhum tipo de auxílio alimentação e 51% não recebiam nenhum outro tipo de benefício. Já 62,7% disseram receber algum tipo de capacitação profissional por parte do empregador e 85,2% consideravam ter flexibilidade no horário de trabalho.
Ainda segundo a pesquisa, 60,1% dos 51,7 milhões de trabalhadores do setor privado se disseram satisfeitos ou muito satisfeitos com relação ao nível do salário e gratificações trabalhistas. O IBGE destacou que os mais satisfeitos eram homens, brancos e com mais de 50 anos de idade.
O levantamento do IBGE faz parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que buscou quantificar os indicadores de trabalho decente no país. A pesquisa foi feita em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) que considera como trabalho decente, entre outros fatores, aquele que esteja associado à proteção social.
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