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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Chega o último Harry Potter. Prepare o lenço


 

CULTURA - - - Cinema


Sessão matinal em shopping de São Paulo revelou a conclusão da saga pela primeira vez aos brasileiros...




Jotabê Medeiros


#@#\/#@# Dramático, fúnebre, teratológico, sobrenatural. Na despedida de uma série histórica que dura 10 anos e 8 filmes, os cinemas se tornarão um festival de lágrimas & soluços, sem apelação. A Warner Bros exibiu Harry Potter - As Relíquias da Morte - Parte 2 pela primeira vez aos brasileiros esta manhã, no Shopping Eldorado, para críticos e jornalistas, e a choradeira predominou no fundão. O filme terá estreia mundial no próximo dia 14 - na semana que vem, chega ao Morro da Urca o ator Tom Felton (que faz o personagem de Draco Malfoy).
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Harry assume as ações nesta segunda parte, o que o levará à descoberta de sua própria natureza
A Warner também informou que conseguiu derrubar uma classificação que limitava o filme a maiores de 14 anos (agora, maiores de 12 também poderão vê-lo). É uma decisão temerária, porque o filme tem grande violência sugerida e até explícita, muitas mortes, fantasmas frustrados, mortos insepultos e pancadaria generalizada no final.
O final de Harry Potter foi feito em duas partes. Na primeira, Hermione (Emma Watson) concentrava o plot dramático, com o diretor David Yates explorando o próprio desabrochar da estrela e sua consistência interpretativa. Havia menos realismo fantástico e mais paisagens, e os jovens personagens estavam em movimento longe de "casa" - como num espetacular road movie.
Nesta segunda parte, é preciso fechar totalmente a série, então Harry (Daniel Radcliffe) assume as ações, o que o levará à descoberta de sua própria natureza e o conduzirá de volta a Hogwarts, o lar no qual ele descobriu o senso de fraternidade, amizade, solidariedade e cooperação. É em Hogwarts que se desenrolará a batalha final.
Ron (Rupert Grint) beijará finalmente Hermione (embora seja um beijo pudico, sem grande combustível afetivo). Harry enfrentará até a morte o vilão Voldemort (Ralph Fiennes). Este aparecerá com uma crueldade raras vezes exibida, mostrando seu cotéabsolutista com grande orgulho e sarcasmo.
Os professores e os alunos de Hogwarts terão de decidir de qual lado ficarão, e se valerá a pena lutar pelo futuro. O filme toca em questões humanistas a todo o tempo, como no momento em que Hermione decide escapar de uma armadilha montada no dorso de um dragão que viveu sua vida escravizado.
A chave de todo o filme, como de resto do último livro, está em Snape. Ele se revelará mais do que um menino que foi vítima de bullying por toda a vida. Os duendes-banqueiros da série terão um papel dos mais fundamentais nessa aventura, naquela que talvez seja a melhor passagem do filme. O encontro entre Dumbledore e Harry numa espécie de estação King's Cross do Paraíso lembra a nossa temporada de filmes espíritas, como Nosso Lar.
Na hora do pico dramático, os atores de verdade deram um banho, especialmente Maggie Smith (professora McGonagall), Alan Rickman (Snape) e Helena Bonham-Carter (Beatrix Lestrange). Também há uma sucessão de gags com bom tempero, como na cena em que Neville Longbottom (Matthew Lewis) desafia todo um batalhão de bruxos do mal a serviço de Voldemort.
Todos cresceram muito nos últimos 10 anos da série cinematográfica. Parecem jovens adultos ingleses normais de classe média, e há um momento em que Harry e Ron trocam de camisa numa montanha e fica claro que a ideia do diretor é realmente acentuar essa condição, e não mais escondê-la em caras de criança assustadas.
No finalzinho, a mais longa série do cinema termina bem, com jeito de que vai convencer, mas deixa uma interrogação - todos aqueles garotos embarcando de novo em direção às aulas não parecem ser um time de novos bruxinhos prontos a invadir o cinema em dois verões?

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