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Técnico diz que usou a semana para corrigir os erros da estreia e ajustar time para o jogo de [br]amanhã contra o Paraguai...
** Sílvio Barsetti e Paulo Galdieri - O Estado de S.Paulo
ENVIADOS ESPECIAIS / LOS CARDALES
:*+!!+*: É muito raro, e corajoso, um técnico de futebol apontar mais erros que virtudes em seu time. Mano Menezes fugiu à regra e listou uma série de problemas que ele detectou na seleção no jogo de estreia na Copa América (0 a 0 com a Venezuela).
Na antevéspera da partida com o Paraguai, amanhã, em Córdoba, o treinador deixou claro que não está distante da realidade e disse que o trabalho dos últimos dias ficou centrado em várias correções.
Mano apontou seis falhas coletivas, técnicas ou táticas que tiveram influência direta no fiasco do Brasil logo na primeira rodada da Copa, entre as quais a lentidão no meio de campo, falta de tranquilidade e de objetividade nas finalizações e a ocupação das laterais para "jogadas óbvias".
Após três dias de treinos em Los Cardales, que se seguiram ao empate com a Venezuela, Mano acredita que o rendimento do time contra o Paraguai será bem superior. Isso, na avaliação dele, também está associado ao tradicional esquema de jogo dos rivais - que buscam a vitória com ímpeto o tempo todo.
Durante entrevista no Hotel Sofitel, local da concentração da equipe, Mano deu sinais de irritação com algumas perguntas. Quando indagado sobre a possibilidade de elaborar outra lista, com os aspectos positivos que observara na seleção na estreia, ele foi mais econômico nas palavras e se resumiu a dizer que gostou dos 30 minutos iniciais, período em que "o Brasil pressionou o adversário e criou várias chances de fazer o gol".
Pouco antes, Mano se enganou ao falar sobre a tolerância que se deve ter com resultados que não condizem com a história do futebol brasileiro. "O meu limite é o mesmo dos outros técnicos. Os últimos estrearam na Copa América com empate e derrota. Este é o meu limite."
Na verdade, o primeiro jogo do Brasil na edição do torneio de 2004, no Peru, terminou com vitória do time de Carlos Alberto Parreira por 1 a 0 sobre o Chile.
Já em 2007, com Dunga, a seleção começou perdendo por 2 a 0 para o México, na Venezuela.
O técnico voltou a defender o processo de renovação, iniciado logo após o Mundial da África do Sul. Enfatizou que o torcedor vai precisar de paciência. "Nosso foco é 2014." Ele reiterou que a comissão técnica sabia que a Copa América seria a etapa com mais dificuldades até o Mundial no País.
"Não se cria nada por decreto. Você vai construindo aos poucos toda a confiança de que se precisa, é impossível construí-la em menos de um ano com uma renovação tão significativa."
Saia-justa. Pela terceira vez em Los Cardales Mano fugiu de polêmicas com o técnico do Santos, Muricy Ramalho. Esquivou-se de comentar declarações do colega sobre a melhor maneira de se aproveitar o potencial de Neymar em campo.
Se na entrevista Mano manteve um ar mais sério e solene que o de costume, logo depois, durante a parte final do treino de finalização, num dos campos do hotel, ele se aproximou dos repórteres, com quem conversou amistosamente por minutos. Disse que sabe como funciona a dinâmica da seleção. "Nosso papo está ótimo, tudo muito cordial, o hotel é lindo, a carne na Argentina é maravilhosa. Mas se (a seleção) não ganhar do Paraguai, já sei o que me espera."
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