DIGITAL & MÍDIA
T E C N O L O G I A
$$º+º$$ RIO - Pioneiro no universo dos tablets, o iPad, da Apple, impressionou o mundo em 2010. Lançado em abril daquele ano, o aparelho da maçã alcançou a marca de 3 milhões de unidades vendidas em apenas 80 dias. A resposta veio menos de seis meses depois, quando a Samsung lançou a primeira versão do Galaxy Tab, este com o sistema Android, da Google. De lá pra cá, os sistemas operacionais evoluíram: o Android já está na versão 3.0, a oferta de aplicativos se multiplicou e outras gigantes de eletrônicos entraram na briga, como Motorola (Xoom), Dell (Inspiron conversível), HP (TouchPad), Asus (Eee Pad Transformer), RIM (Playbook) e até a chinesa Huawei, que anunciou há duas semanas o seu MediaPad, com lançamento mundial previsto para o próximo semestre.
Para adquirir um tablet, o consumidor tem um gasto que vai de R$ 300 a R$ 2.600 no mercado nacional e de US$ 130 a US$ 3.200 nos Estados Unidos. Se não quiser depender de redes Wi-Fi, o usuário tem que bancar também uma conta mensal de internet 3G, que pode variar de R$ 30 a R$ 200, dependendo da operadora e da franquia de dados.
Segundo Beto Largman, consultor e blogueiro da versão on-line do GLOBO, "a briga pelo mercado é de cachorro grande". O reinado da Apple, que abocanhou 83% do mercado mundial em 2010, já vem sendo ameaçado, diz.
- O HP TouchPad, que tem como um dos seus grandes atrativos o elegante e eficiente webOS (sistema operacional que roda vários aplicativos ao mesmo tempo), desenvolvido pela Palm, chegou ao mercado americano na última semana, junto com o novo Galaxy Tab de 10 polegadas. No entanto, neste momento, parece que o Asus Eee Pad Transformer, com um bom teclado para encaixar o dispositivo, é o primeiro real competidor à altura do iPad 2, que já está disponível nas prateleiras internacionais - diz.
Entre seus pontos fortes, afirma o especialista, o iPad 2 tem grande variedade de aplicativos, inúmeros acessórios disponíveis para compra, design e hardware reconhecidos pela qualidade. Por outro lado, não roda Flash (limitando o acesso de conteúdo dos sites que utilizam este recurso) e tem um sistema (iOS) pouco personalizável.
Já o Galaxy Tab 10.1, da Samsung, apresenta uma tela de alta definição, garantindo uma excelente qualidade de imagem.
- Pelo seu conjunto, está sendo considerado pelos especialistas como o iPad 2 dos aparelhos Android - diz Largman, que destaca ainda boas câmeras (frontal e traseira) e excelentes alto-falantes.
Tablet chinês é menor, mais leve e mais fino
O Android Market (loja virtual de aplicativos para o sistema Android), porém, ainda não tem a mesma variedade de conteúdo disponível na App Store da Apple, como versões de várias revistas e jornais, por exemplo. Por outro lado, é mais versátil, pois pode estar em várias marcas de tablets.
O Xoom (lê-se Zoom), da Motorola, tem uma reconhecida qualidade de hardware e uma bateria com excelente duração. Mas é um aparelho pesado em relação à concorrência, e a qualidade da imagem da tela não é das melhores.
O Playbook (da RIM) vem em tamanho menor, de 7 polegadas. É considerado por especialistas muito bom para executivos, pela interatividade com os smartphones BlackBerry, e muito seguro na proteção de dados. Entre os pontos fracos, está a sua tela pequena, bem como o botão Liga/Desliga.
Já o Inspiron (Dell) apresenta um design inovador em formato de laptop: a tela, ao ser destacada, vira um tablet. É indicado, explica Largman, para quem precisa rodar programas no ambiente Windows.
- Mas o Windows 7 não é um sistema feito para rodar em tablets, o que acarreta em alguns problemas, como o tempo que demora para iniciar - destaca o blogueiro, lembrando ainda que o tablet está fora dos ecossistemas mais usados nos tablets: o Android Market e a Apple App Store.
O TouchPad (HP), com sistema operacional multitarefa (webOS), pode atender ligações e trocar mensagens SMS via Bluetooth quando está perto de um smartphone rodando o mesmo sistema. O esquema de recarregamento da bateria é por indução: basta tocar o aparelho no carregador, não precisa de fios. Por outro lado, assim como o Inspiron, ele tem poucas opções de conteúdo no ecossistema do webOS.
Com o preço de US$ 399, o Eee Pad Transformer (Asus) tem tela de alta qualidade, com boa definição de imagem, e opção de um dock com teclado (vendido à parte) que o transforma praticamente em um notebook. Alguns usuários, porém, reclamam que o aparelho "engasga" quando executa algumas funções que exigem mais do processador.
O recém-lançado MediaPad (Huawei) vem com um tamanho menor (7 polegadas), além de ser mais fino e leve (10,5 mm de espessura e 390g de peso). O design que garante praticidade, no entanto, pode ser também um ponto negativo, já que assistir a vídeos e visualizar sites pode se tornar desconfortável. O MediaPad será o primeiro do mercado a rodar o sistema Android 3.2.
No Brasil, consumo doméstico é maior que corporativo
O editor do site Google Discovery e colunista do Techtudo, Renê Fraga, afirma que o mercado de tablets no Brasil está em expansão, mas acredita que, para se solidificar, os fabricantes devem conhecer melhor o consumidor nacional e suas reais demandas:
- A resposta aos lançamentos do aparelho tem sido boa, se olharmos os números de venda, mas é necessário entender melhor o público brasileiro. Aqui, o tablet é muito mais voltado para consumo doméstico do que corporativo. Mas, como ainda é um mercado novo, tudo pode mudar com as novas gerações do dispositivo.
O público também tende a se diversificar. Além da popularização, os tablets prometem ampliar a faixa etária de seus usuários. Para Rodrigo Vidigal, diretor de Marketing da Motorola Mobility, é uma tendência da evolução do mercado:
- É natural que os aparelhos atendam a uma gama cada vez maior de pessoas de diferentes idades. A popularização gera essa demanda. Hoje, a maioria de nosso publico alvo é constituído por jovens entre 25 e 35 anos.
Reportagem de: Adriana Lins, André Machado, Andrea Freitas, Carlos Alberto Teixeira, Cláudio Souza, Eliane Oliveira, Lino Rodrigues e Melissa Cruz
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