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White Island tem atividade permanente e cratera com lago de ácido sulfúrico.
Última erupção foi em 2013; fumaça e enxofre cristalizado dominam paisagem.
Rochas, cores diferentes, fumaça pelo ar – a sensação de se estar fora da Terra é a mesma que passa pela cabeça do turista ao desembarcar na White Island, único vulcão permanentemente ativo da Nova Zelândia, no Pacífico Sul, com rochas amareladas cobertas de enxofre e um lago verde fosforescente de ácido sulfúrico.
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No caminho, é possível ver os gêiseres e lagos borbulhantes comuns em Rotorua, além de antigas áreas vulcânicas que com suas erupções há milhares de anos moldaram a geografia da região.
Apesar de ser um dos vulcões ativos de mais fácil acesso no mundo – basta ter dinheiro para bancar a viagem de helicóptero ou encarar algumas horas de barco – a White Island é também uma das áreas de mais intensa atividade geotermal do país, o que não é pouco para a Nova Zelândia, que tem vulcões e gêiseres espalhados por boa parte de seu território.
Primeira visão da White Island já mostra a fumaça branca (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Segundos depois, quando o helicóptero começa a circulá-la, é impossível conter o sorriso no rosto conforme sua beleza se revela.
No pouso, a sensação é de se estar na lua, ou em um planeta inóspito parecido com a Terra.
Virtualmente não há vegetação na ilha, apenas rochas e muitos gases saindo de todos os orifícios surgidos no solo e nos paredões de pedra. A cratera principal ainda fica um pouco distante, mas a fumaça branca constante que sai dela dá um ar místico ao local.
Uma das paredes da ilha desabou há muitos anos, facilitando o acesso (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A ilha é relativamente pequena: tem cerca de dois quilômetros de diâmetro e uma altitude máxima de 321 metros – 70% dela fica debaixo d’água. Acredita-se que o vulcão tenha cerca de 200 mil anos de idade, mas a parte visível tem sua forma atual há 16 mil anos. Ele foi descoberto em 1769, mas apenas no fim do século XIX iniciaram as tentativas de exploração.
Diferentemente do imaginário comum de um vulcão, na White Island a cratera principal não ocupa quase toda a ilha. Parte da borda do vulcão cedeu, permitindo o acesso de barco e a chegada ao lago caminhando, sem ser necessário escalar nenhuma montanha. Por isso, o passeio pode ser feito por crianças e idosos, desde que tenham disposição para caminhadas leves.
A cratera fica em uma área mais central, e há muito espaço para exploração de pesquisadores e turistas, que passam por alguns caminhos pré-definidos pelo guia mas também têm certa liberdade para caminhar por perto, sempre tomando cuidado com os buracos e pequenos lagos de água borbulhante que surgem pelo caminho e usando calçados fechados.
É quase impossível fixar o olhar em algum ponto que não esteja expelindo a fumaça branca – que nada mais é do que enxofre. Por isso, além de capacete, os visitantes recebem na chegada uma máscara de respiração, que deve ser colocada sobre o nariz e a boca quando o cheiro fica mais forte devido a uma atividade maior ou mudança dos ventos.
Durante a visita do G1, que durou cerca de duas horas, foi preciso fazer isso três vezes – uma delas na beira da cratera principal.
Cratera principal da White Island tem um lago de ácido sulfúrico (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Pequenos lagos borbulhantes estão espalhados pelo vulcão (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Paisagem amarela e exploração comercial
Após ser expelido em forma de fumaça, o enxofre se cristaliza na superfície, criando cristais de um amarelo vibrante que chamam a atenção e montam uma bela paisagem em dias de céu azul.
Ele também já foi explorado comercialmente na ilha, e os destroços de uma fábrica abandonada ainda estão presentes no local – o único sinal visível de interferência humana.
O enxofre que se cristaliza e fica amarelo já foi explorado de forma comercial na ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Décadas depois, em 1988, um ciclone que passou pela região gerou fortes ondas que devastaram a estrutura, destruindo-a. Atualmente, apenas os metros superiores das paredes ainda podem ser vistos – as cinzas e outros materiais expelidos pelo vulcão ao longo dos anos foram soterrando-a aos poucos.
Os destroços que sobraram foram soterrados por detritos (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O vulcão não pertence ao governo, mas a uma família de Auckland. O primeiro dono, George Buttle, era advogado da empresa que operava a fábrica de enxofre e trabalhou no processo de falência. Em 1936, ele comprou a ilha por uma quantia considerada irrisória na época, não divulgada oficialmente.
Até hoje a área permanece com a família de Buttle, permite que pesquisadores monitorem a área e façam estudos – câmeras estão espalhadas pela ilha, assim como diversos equipamentos de medição geológica.
Apenas duas empresas de helicóptero e uma de barco são autorizadas a levar pessoas até o local, o que restringe o número de turistas diariamente – colaborando para sua preservação e seu ar de mistério e exclusividade.
Barco com turistas chega à White Island (Foto: Juliana Cardilli/G1)
A última erupção aconteceu em outubro de 2013, quando cinzas e rochas foram expelidas pela cratera principal. Não havia ninguém no vulcão, e a atividade foi captada pelas câmeras de monitoramento.
Segundo os guias, é possível prever a atividade do vulcão por meio da movimentação do lago da cratera principal. Antes de ocorrer uma erupção, o nível do lago de ácido sulfúrico varia bastante, subindo e descendo. Caso isso ocorra, normalmente há tempo suficiente para retirar as possíveis pessoas que estiverem no local.
A intensa atividade vulcânica – o magma, camada de rochas derretidas que fica sob a crosta terrestre, é muito raso por ali – também afeta o ecossistema do Oceano Pacífico nas proximidades.
Os gases e materiais orgânicos expelidos nas erupções atingem as águas no litoral da ilha, atraindo milhares de peixes, e como consequência, aves em busca de alimento. A ilha é casa de uma colônia de cerca de 3 mil alcatrazes australianos.
O enxofre é expelido por todos os lados da ilha (Foto: Juliana Cardilli/G1)
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