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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

França e Reino Unido convocam reunião sobre futuro da Líbia e Brasil é convidado



Avanço diplomático


INTERNACIONAL -- NOTÍCIAS



Publicada em 24/08/2011 às 17h44m

O GloboCom agências internacionais


]*//(-=-)\\*[ PEQUIM, SOSNOVY BOR e PARIS - França e Reino Unido convocaram nesta quarta-feira uma conferência a ser realizada na próxima semana para discutir como a comunidade internacional pode ajudar um futuro governo líbio caso Muamar Kadafi seja derrubado. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que o Brasil será convidado, assim como Rússia, China e Índia. O encontro acontecerá no dia 1º de setembro, quando o ditador líbio completa 42 anos no poder.


Sarkozy declarou ainda que a França manterá as operações militares na Líbia sob mandato da Organização das Nações Unidas enquanto for necessário.


- Estamos prontos para continuar as operações militares na Líbia sob a Resolução 1973 da ONU pelo tempo que os nossos amigos líbios precisarem - afirmou Sarkozy a repórteres em frente ao palácio presidencial, ao lado do líder rebelde líbio Mahmoud Jibril, do Conselho Nacional de Transição (CNT).


Rússia e China dão sinais de que vão reconhecer conselho rebelde


Em mais um avanço dos rebeldes líbios, desta vez no âmbito da diplomacia, os governos da China e da Rússia declararam também nesta quarta-feira que esperam uma transição pacífica de poder, dando indícios de que podem reconhecer os insurgentes.


Moscou e Pequim chegaram a criticar abertamente a ofensiva da Otan contra Kadafi, e seu apoio significaria uma grande vitória no campo diplomático para o CNT.


O presidente russo, Dmitri Medvedev, pediu que forças do ditador e combatentes rebeldes parem de se enfrentar e abram um canal de diálogo. Ao sugerir que o Kremlin poderia reconhecer os insurgentes como governo legítimo da Líbia, Medvedev lembrou que Kadafi ainda tem alguma influência no país, além de capacidade militar.


- Queremos que os líbios cheguem a um acordo entre eles. Gostaríamos que a guerra acabasse o mais rápido possível para que ambas partes possam sentar à mesa de negociação e alcançar um acordo sobre o futuro da Líbia - disse o presidente russo.


A China, porém, foi mais clara quanto seu apoio aos rebeldes, alegando que sempre conferiu importância ao Conselho e que já está em contato com líderes insurgentes.


- A China respeita a escolha do povo líbio e espera uma transição estável de poder - disse o porta-voz da chancelaria de Pequim, Ma Zhaoxu - Sempre conferimos significado ao importante papel do Conselho Nacional de Transição na solução dos problemas líbios, e mantemos contato com ele.


Apesar de ainda não ter oficializado o reconhecimento dos rebeldes, as novas declarações da China levam a crer que o país abandonou Kadafi. O país é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, e pelo menos 3% da sua demanda no ano passado foi atendida pela Líbia.


Na terça-feira, Pequim fez um apelo aos insurgentes para que seus investimentos sejam protegidos e que o comércio petrolífero entre os dois países seja mantido. A declaração foi uma resposta a um alerta de um rebelde líbio, segundo o qual empresas de petróleo chinesas poderiam perder espaço na Líbia, por Pequim não ter oferecido suficiente apoio aos insurgentes.


Patriota teria expressado desejo de que Brics participem de transição


Crítico declarado da ofensiva da Otan, o governo chinês entrou em contato com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para pedir que órgãos internacionais, como a própria Nações Unidas, coordenem a reconstrução da Líbia, ao invés de deixar a missão a cargo de governos ocidentais.


O Brasil também entrou no coro: segundo a chancelaria de Pequim, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, expressou por telefone o desejo de colocar os Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no comando da transição na Líbia. Segundo Pequim, Patriota teria dito que o bloco poderia "exercer uma influência ativa" na era pós-Kadafi.


Gabrielli diz que Petrobras vai aguardar para decidir sobre retorno das atividades na Líbia



Enquanto isso, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a empresa vai aguardar os acontecimentos políticos na Líbia para decidir se retornará as atividades de exploração de petróleo no país ou não. Gabrielli explicou que a empresa trabalhava em campo pequeno onde houve um investimento de US$ 3 milhões, mas que para a Petrobras "é muito pouco".


- Tínhamos sete pessoas trabalhando na Líbia, tiramos em fevereiro. Tínhamos alguns líbios trabalhando conosco, tiramos também, não estão no Brasil. Eu não vou dizer onde eles estão por questão de segurança. Nós não temos hoje nenhuma atividade na Líbia - afirmou. 
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