Revolta Árabe...
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Publicada em 24/08/2011 às 09h30m
A Otan voltou a bombardear a capital, atingida por pelo menos duas explosões. Confrontos podiam ser vistos em áreas no Sul e no Centro da cidade. Em frente ao Hotel Rixos, onde se concentram os jornalistas estrangeiros, também havia enfrentamentos que deixavam os correspondentes "presos" dentro do prédio. Em nova mensagem de áudio , o ditador indicou que está em Trípoli.
O complexo residencial de Kadafi foi atingido por ao menos sete foguetes em um intervalo de 40 minutos. Desafiando os rebeldes que tomaram a fortaleza de Bab al-Aziziya, mas não o encontraram dentro do QG, Kadafi pediu que o povo "limpe" os "traidores" das ruas da capital.
" Tenho saído um pouco em Trípoli discretamente, sem ser visto, e não senti que a cidade está em perigo "
"Todos os líbios devem estar presentes em Trípoli. Jovens, homens e mulheres tribais devem varrer Trípoli e limpá-la dos traidores", afirmou. "Tenho saído um pouco em Trípoli discretamente, sem ser visto, e não senti que a cidade está em perigo", acrescentou.
A convocação, feita em um áudio veiculado por uma rádio e retransmitido pela TV Al-Rai, do Kuwait, foi a segunda mensagem do ditador após a queda de sua fortaleza. Na primeira gravação, ele prometeu "martírio ou vitória" na luta conta as operações da Otan .
Seu porta-voz, Musa Ibrahim, também deu declarações em tom desafiador, garantindo que as tropas do regime estão prontas para lutar "não apenas por meses, mas por anos". O porta-voz do governo garantiu que os líderes rebeldes não terão paz se realmente forem para Trípoli.
Segundo Ibrahim, 6.500 voluntários se apresentaram na capital nas últimas seis horas e 80% da cidade ainda estaria sob controle de Kadafi. O porta-voz também atacou os rebeldes, ameaçando transformar o país "num vulcão em ebulição e incendiar os pés dos invasores".
Apesar da resistência, os rebeldes estão confiantes de que vão derrubar o ditador que está há 42 anos no poder e afirmam ter o controle de cerca de 90% da capital. Até o momento, estão os mantidos os planos do Conselho Nacional de Transição (CNT) de transferir a sede do governo rebelde de Benghazi para Trípoli ainda nesta quarta-feira.
Embora nem o ditador nem sua família tenham sido encontrados e muitos achem prematuro anunciar sua derrota, o conselho quer evitar um vácuo de poder na capital e mostrar que o antigo regime já não responde pelo país. Segundo Shamsiddin Ben Ali, porta-voz do grupo, os opositores também devem assumir em breve o controle de Sirta, a cidade natal de Kadafi.
Conforme as forças rebeldes avançam, o CNT ganha mais apoio, e a transferência do QG para a capital pode ajudar nisso. Bahrein, Iraque, Malta, Marrocos, Nigéria e Noruega engrossaram o grupo de mais de 30 países - que não inclui o Brasil - que reconhecem o conselho como representante legítimo do povo líbio.
Segundo Mustafa Abdel Jalil, chefe do CNT, 400 pessoas foram mortas e outras 2 mil ficaram feridas nos últimos três dias em Trípoli. Embora não seja possível confirmar os números, um médico em uma clínica da capital disse nesta quarta que o local está repleto de feridos e mais de 300 pessoas já foram atendidas desde o início da semana, inclusive crianças e pacientes que precisaram de amputações.
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