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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Acidente com cobra Naja que deixou estudante em coma revela esquema de tráfico de animais, diz polícia do DF

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Nesta quinta (9), 16 serpentes foram encontradas em um haras, na região de Planaltina. Três estudantes de medicina veterinária prestaram depoimento.  
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Por Afonso Ferreira, G1 DF  
09/07/2020 19h07 Atualizado há uma hora
Postado em 09 de julho de 2020 às 20h15m

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Uma das 16 cobras apreendidas em um aras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma Naja — Foto: Afonso Ferreira/ G1Uma das 16 cobras apreendidas em um aras, no DF, após estudante de veterinária ficar em coma por picada de uma Naja — Foto: Afonso Ferreira/ G1

O acidente com o estudante de medicina veterinária picado por uma cobra da espécie Naja, na terça-feira (7), em Brasília, revelou um esquema de tráfico de animais silvestres no Distrito Federal. A afirmação é da Polícia Civil.

Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, permanece no hospital, mas, segundo amigos, saiu do coma na tarde desta quinta (9). Também durante a tarde, o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA) aprendeu dez serpentes exóticas – originárias de outros países – e outras seis cobras silvestres brasileiras, em um haras, na região de Planaltina (saiba mais abaixo).

Segundo o delegado Ricardo Bispo, da 14ª Delegacia de Polícia, do Gama, após o acidente envolvendo Pedro Henrique, a polícia começou a investigar a origem da Naja. Conforme a investigação, na casa do jovem, no Guará, foram encontrados objetos que indicavam que no local eram criadas outras serpentes.
"A investigação revela um possível esquema de tráfico de animais. Vamos investigar a origem dessas cobras, como chegaram no Brasil", disse o delegado.

Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por uma cobra da espécie Naja, no DF — Foto: Arquivo pessoalPedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado por uma cobra da espécie Naja, no DF — Foto: Arquivo pessoal

Até o momento, a polícia civil ouviu três estudantes de medicina veterinária. Segundo o delegado, os jovens são de classe média e classe média alta e "se identificam em estudar e fazer pesquisas com animais exóticos".

As investigações apontam que Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, que foi picado pela Naja, seria o proprietário das serpentes. Segundo o Ibama, o estudante não tem autorização para criar animais exóticos.

Um das testemunhas ouvidas pelos policiais contou que as 16 cobras foram deixadas no haras, em Planaltina, por um amigo de Pedro Henrique, após o acidente. Mas o jovem, que não foi identificado, afirma que não sabia da compra e venda de animais.
"Eu só fiquei sabendo através da mídia sobre o acidente. Aí eu fiz a ligação dos fatos", afirmou a testemunha.

Cobra Naja que picou estudante de veterinária é encontrada perto de shopping no DF Cobra Naja que picou estudante de veterinária é encontrada perto de shopping no DF
Naja foi abandonada perto de shopping e caixas em haras de Planaltina

A Naja que picou o estudante de veterinária Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul foi encontrada na noite de quarta-feira, perto de um shopping, no Lago Sul (veja vídeo acima). De acordo com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA), a serpente estava em uma caixa, em um local escuro, atrás de um monte de areia.
Nesta quinta-feira, após uma denúncia anônima, a Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal apreendeu 16 serpentes na área rural de Taquara, na região de Planaltina (veja fotos abaixo).

Conforme os militares, elas estavam em caixas – semelhantes a que foi encontrada com a Naja – em uma baia de cavalos. "O dono do haras não soube explicar quem tinha deixado as caixas no local", informou a PM.

A apreensão passa a fazer parte do inquérito que envolve a posse da Naja. As 16 cobras foram avaliadas pelo analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcos Freitas.
"É uma situação muito triste. O tráfico tá acontecendo de uma forma berrante. Isso pode trazer doenças que não eram conhecidas no Brasil. É um risco a saúde pública", disse o servidor do ICMBio.

As serpentes apreendidas foram levadas para o Zoológico de Brasília.

Veja fotos das cobras apreendidas no haras, em Planaltina

Servidor do ICMBio examina jiboia encontrada entre 16 serpentes apreendidas no DF, após estudante de veterinária entrar em coma — Foto: Afonso Ferreira/G1Servidor do ICMBio examina jiboia encontrada entre 16 serpentes apreendidas no DF, após estudante de veterinária entrar em coma — Foto: Afonso Ferreira/G1

Cobra encontrada em chácara, no DF, após denúncia anônima que envolve tráfico de animais silvestres — Foto: Afonso Ferreira/G1Cobra encontrada em chácara, no DF, após denúncia anônima que envolve tráfico de animais silvestres — Foto: Afonso Ferreira/G1

Uma das 16 cobras encontradas em caixas, em uma chácara na região de Planaltina, no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1Uma das 16 cobras encontradas em caixas, em uma chácara na região de Planaltina, no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1

Cobra apreendida pela Polícia Militar Ambiental do DF, após estudante de veterinária ser picado por uma Naja — Foto: Afonso Ferreira/G1Cobra apreendida pela Polícia Militar Ambiental do DF, após estudante de veterinária ser picado por uma Naja — Foto: Afonso Ferreira/G1

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