Fundo alerta sobre obstáculos para impedir um colapso da economia em consequência da pandemia, especialmente se acontecer uma segunda onda de contágios.
Por France Presse
10/07/2020 10h26 Atualizado há 3 horas
Postado em 10 de julho de 2020 às 13h30m
A dívida pública global vai atingir o máximo histórico em 2020 devido
aos esforços dos governos para impedir um colapso da economia em
consequência da pandemia de coronavírus, mas o FMI adverte que cortar o
gasto público muito rápido pode prejudicar a recuperação.
Gita Gopinath, economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI),
e Vitor Gaspar, diretor do Departamento de Finança Públicas, alertaram
que será necessário que os gastos públicos continuem "como apoio e que
sejam flexíveis até que uma saída duradoura da crise seja garantida".
Apesar das taxas de juros em um nível mínimo em todo o mundo, a dívida
pública atingirá em 2020 um recorde histórico e vai ultrapassar o
tamanho da economia global, enquanto o déficit dos Estados deve ser
cinco vezes maior do que o que era calculado para o ano antes da
pandemia.
A crise de saúde e o confinamento para conter um vírus, para o qual não existe vacina, demandaram uma "imensa resposta fiscal", próxima dos US$ 11 trilhões para ajudar as famílias e impedir a falência de empresas.
"Mas as políticas de resposta contribuíram para que a dívida global
alcance o nível máximo na história e supere 100% do PIB global",
destacam os especialistas do FMI.
E ambos alertam: "Ainda não estamos fora de perigo".
A instituição multilateral com sede em Washington, que historicamente
defende os cortes dos gastos públicos, está em uma posição pouco
habitual de pedir aos governos para dar liquidez à economia e, ao mesmo
tempo, advertir sobre os obstáculos que restam pelo caminho,
especialmente se acontecer uma segunda onda de contágios.
"Embora a trajetória da dívida possa continuar aumentando (...) uma
redução da presença fiscal mais cedo do que o justificado representa um
risco ainda maior para a recuperação, com custos fiscais mais elevados
no futuro", acrescentam os economistas.
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