Criadora de um sistema que permite a cabelereiras, vendedores de hot dog e outros microempreendedores fazerem receberem pagamentos com cartão de crédito em smartphones, a startup PagPop entrou para o Business Call to Action, grupo de empresas que desenvolvem modelos de negócio focados em solucionar os objetivos do milênio.
A iniciativa é bancada, entre outros, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela fundação do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
A inclusão no BCtA foi contada com exclusividade ao Blog Start.Up pelo presidente da empresa, Márcio Campos.
No Brasil, apenas outras seis empresas já eram membros do grupo: Itaú-Unibanco e Santander (pelos programas de microcrédito), Sorridents (pelo tratamento odontológico popular), Pupa (pelo sistema de simulações educacionais), Grupo Orsa (pelo programa de sustentabilidade na Amazônia) e Sambazon (pela integração da cadeia do açaí).
A BCtA considerou que o sistema de pagamentos móveis da PagPop ajuda a incluir quem estava à margem no mundo financeiro. Assim, sem saber, a companhia trabalha pelo desenvolvimento, um dos oito objetivos do milênio.
Os outros são: fim da fome e da miséria, universalização da educação básica e de qualidade, igualdade entre sexos e valorização da mulher, redução da mortalidade infantil, melhoria da saúde para gestantes, combate à malária e à AIDS e respeito ao meio ambiente.
A empresa criou um sistema que dá a microempreendedores a capacidade de aceitar pagamentos feitos com cartão de crédito. Até 2012, a ferramenta registrava os pagamentos via telefone (atendimento automático) e via internet.
Nesse ano, a PagPop entrou na aceleradora 21212, do Rio de Janeiro, uma das primeiras a existir no Brasil, e expandiu o modo de atuação. Desde 2009, a Square, startup criada por Jack Dorsey, fundador também do Twitter, já trabalhava nos EUA com um sistema de pagamentos móveis criado para que smartphones registrassem compras com cartão de crédito.
O modelo foi importado pela PagPop. “A gente mantém o atendimento multicanal, mas o uso do smartphone tem crescido muito, e em todos os níveis sociais. Isso não é uma barreira dentro do nosso negócio”, diz Campos.
Do total de 70 mil pontos de venda atendidos pela startup no Brasil inteiro, 30 mil já utilizam o pagamento via smartphone. Das transações, 60% são feitas via celulares inteligentes.
Isso porque, por enquanto, apenas são aceitas transações com cartão de crédito. Dentro de 60 dias, a empresa lançará a oportunidade de usarem também cartões de débito com o lançamento de um leitor de plásticos com chips.
Vai vender fiado?
Pode parecer pouco, mas permitir a microempreendedores aceitar pagamentos com cartão de crédito é uma tremenda revolução em seus negócios. Permite que passem a cobrar não só em dinheiro ou em cheque, o que tende a elevar as vendas.
"Quando vende com cheque e com dinheiro, você só vende para quem você conhece ou à vista. Mas não cria um cenário à sua volta de venda para mais clientes. Isso só ocorre quando vende à crédito. Como microempreendedor, você não pode vender à crédito.
Vai vender fiado? Não, né. Mas o banco já deu crédito para essa pessoa, ela tem cartão. Quando vende parcelado, o garantidor é o banco. Então ela pode vender para qualquer um, então ela vai vender mais", explica.
Campos conta que criou o modelo para atender dentistas e médicos, mas começou a receber pedidos de outros empresários, como vendedores de cosméticos e cabelereiras, igualmente sem solução quanto à forma de pagamento.
“Eu sempre entendi que esse negócio tinha que ter um lastro maior, não podia ficar ligado ao mundo da área de saúde, que é um pessoal elitizado.”
Na 21212, olhou para as possibilidades que vinham de fora e surgiu a ideia de levar a democratização do acesso aos pagamentos via smartphone.
“Nos pitchs [exposição do modelo de negócio a investidores] que a gente faz, normalmente são em inglês. Eu falava ‘democratic’. O Benjamin White, nosso mentor na 21212, falava, ‘Esse negócio não soa bem’. Aí mudamos para ‘affordable’ [acessível]. Mas o que eu queria falar não era ‘affordable’, o que eu queria falar é que esse negócio é para o povo”, conta.
Rua Décio Monte Alegre, 20
Bairro Santa Cruz -Valente - Bahia - Brasil.
Funcionamento:
das 05:00 às 00:30
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