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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Dólar opera em queda, após anúncio de congelamento de gastos e apagão cibernético global; Ibovespa sobe

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Na véspera, a moeda norte-americana fechou em alta de 1,89%, cotada em R$ 5,5872. Já o principal índice de ações da bolsa teve queda de 1,39%, aos 127.652 pontos.
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Por g1

Postado em 19 de julho de 2024 às 10h00m

#.*Post. - N.\ 11.267*.#

Notas de 1 dólar — Foto: Rafael Holanda/g1
Notas de 1 dólar — Foto: Rafael Holanda/g1

O dólar opera a sessão desta sexta-feira (19) em queda, à medida que investidores continuam de olho cenário fiscal brasileiro e repercutem eventuais impactos nos mercados financeiros após o apagão cibernético que atingiu diversos lugares do mundo.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um bloqueio de R$ 11,2 bilhões no Orçamento de 2024, além de um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões. As medidas vieram como uma tentativa do governo de cumprir a regra de gastos prevista no arcabouço fiscal.

O valor está abaixo do que queriam os agentes de mercado, mas a sinalização de contenção foi suficiente para, em certa medida, acalmar os nervos do mercado.

No exterior, além dos desdobramentos políticos e de juros nos Estados Unidos, os mercados também monitoram os efeitos do apagão cibernético global em ações de tecnologia. (entenda mais abaixo)

Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, operava em alta.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

Às 14h13, o dólar operava em queda de 0,23%, cotado em R$ 5,5743. Na mínima do dia chegou a R$ 5,5223Veja mais cotações.

Na véspera, a moeda fechou com um avanço de 1,89%, cotada em R$ 5,5872.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 2,88% na semana;
  • recuo de 0,02% no mês;
  • avanço de 15,14% no ano.

Ibovespa

No mesmo horário, o Ibovespa operava em alta de 0,19%, aos 127.904 pontos.

Na véspera, o índice caiu 1,39%, aos 127.652 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • queda de 0,97% na semana;
  • ganhos de 3,02% no mês;
  • perdas de 4,87% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

apagão cibernético que atrasou voos e prejudicou diversos serviços bancários e de comunicação ao redor do mundo ficava no centro das atenções nesta sexta-feira (19). O problema estaria relacionado a sistemas que utilizam Windows na empresa CrowdStrike, uma fornecedora de serviços de segurança digital.

Em nota, a Microsoft informou que a falha já teria sido resolvida, mas que problemas residuais ainda podem ocorrer. Não há indícios de que o apagão esteja relacionado a um ataque hacker.

Ainda assim, os futuros dos índices acionários de Nova York já sentiam os efeitos do apagão nos negócios desta sexta-feira, com investidores se desfazendo de algumas ações de tecnologia no pré-mercado. Os papéis da Microsoft e da CrowdStrike sinalizavam queda.

Nos Estados Unidos, a corrida eleitoral também continua no radar. Investidores seguem incerto sobre o futuro chefe de Estado da maior economia do mundo, em meio a um crescente favoritismo pelo ex-presidente Donald Trump e após o atual presidente dos EUA, Joe Biden, afirmar que "analisa almasobre desistir de sua candidatura.

Na agenda, dados econômicos e falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) devem ficar na mira, à medida que o mercado segue em busca de novas pistas sobre o futuro dos juros no país.

Na véspera, o Fundo Monetário Internacional (FMIafirmou que o Fed não deveria cortar os juros "antes do final de 2024", destacando que o governo norte-americano precisa aumentar os impostos para desacelerar o crescimento da dívida federal.

Na Ásia, o Banco Central do Japão (BoJ) informou que recebeu um número considerável de solicitações para reduzir a compra mensal de títulos nos próximos anos. Já na China, a falta de estímulos econômicos pesou nos preços do minério de ferro, que recuaram nesta sexta-feira.

No mercado local, o cenário fiscal continua a fazer preço nos negócios, com as atenções dos investidores voltadas para as discussões em torno do Orçamento.

Na véspera, depois do fechamento do mercado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciaram R$ 15 bilhões entre bloqueio e contingenciamento de verbas.

Agentes de mercado queriam ao menos R$ 30 bilhões contingenciados para que a meta de déficit zero seja cumprida.

A diferença entre bloqueio e contingenciamento é a seguinte:

  • Bloqueio: se refere a valores no Orçamento que têm que ser bloqueados para o governo manter a meta de gastos do arcabouço fiscal.
  • Contingenciamento: é uma contenção feita em razão de a receita do governo estar vindo abaixo do esperado.

Segundo Haddad, as medidas são necessárias para cumprir a regra de gastos do governo prevista no arcabouço fiscal.

O mercado já vinha mal com a perspectiva de que os cortes não fossem suficientes. Na quinta-feira, Tebet, descartou interromper programas sociais e obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já iniciadas, principalmente nas áreas de saúde e educação. Tebet admitiu que o governo deve cortar gastos, mas afirmou que isso deve ser feito com os gastos "desnecessários".

"Não tem nenhuma, nenhuma sinalização, nenhuma, de que o PAC, especialmente na área da educação e da saúde, vai ter corte", disse Tebet ao programa "Bom Dia, Ministra" do CanalGov.

"Ainda que a gente tenha que fazer cortes temporários, contingenciamento ou bloqueios em obras de infraestrutura a gente faz naquelas que não iniciaram ou que não iniciariam agora para que a gente possa depois de dois meses --porque a cada dois meses a gente faz essa revisão — repor de outra forma", declarou Tebet.

A ministra destacou que o governo pretende reestruturar alguns programas sociais, com cortes de gastos "naquilo que estiver efetivamente sobrando", com fiscalização de fraudes e irregularidades.

"Obviamente, na hora que tiver que cortar, nós vamos reestruturar alguns programas. Nós temos que fazer reformas estruturantes para poder ter [recursos] para aquilo que mais precisa. Onde mais precisa? E eu sou professora, então educação, saúde", declarou.

Ainda na quinta-feira, o governo manteve em 2,5% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024. Assim, o governo espera uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira, que cresceu 2,9% em 2023.

A informação consta no Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que também trouxe:

  • A previsão para a inflação deste ano subiu de 3,7% para 3,90%.
  • A perspectiva para o PIB em 2025 caiu de 2,8% para 2,6%.

* Com informações da agência de notícias Reuters.

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