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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Inflação foi menor para classes de renda mais altas em 2021, aponta Ipea

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Diferença entre as taxas das faixas de maior e menor renda, no entanto, ficou mais estreita em 2021 do que em 2020.
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Por g1

Postado em 19 de janeiro de 2022 às 09h35m

Post.- N.\ 10.179

As classes de renda mais alta foram as que menos sentiram os efeitos da inflação no ano passado. Segundo dados divulgados nesta nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as faixas de renda média-alta e alta foram as únicas a registrarem inflação abaixo de 10% no ano passado.

A diferença entre as taxas da faixas de maior e menor renda, no entanto, ficou mais estreita em 2021 do que em 2020. No último ano, a distância entre uma e outra foi de 0,54 ponto percentual. Um ano antes, havia ficado em 3,48 pontos.

Veja no gráfico abaixo:

Inflação por faixa de renda — Foto: Economia g1
Inflação por faixa de renda — Foto: Economia g1

As diferentes taxas de inflação se explicam porque para cada faixa de renda os grupos de consumo têm pesos diferentes: para as classes de renda mais baixas, por exemplo, habitação e alimentação usualmente representam uma fatia maior dos gastos do que entre as que têm renda mais alta, onde lazer e viagens exercem maior peso.

Faixas de renda — Foto: Economia g1
Faixas de renda — Foto: Economia g1

Assim, a inflação para a classe de renda mais baixa sofreu principalmente o impacto dos reajustes de 21,2% nas tarifas de energia elétrica e de 37% do gás de botijão. Já para o segmento de renda mais alta, o foco residiu no grupo transportes, com o aumento de 47,5% da gasolina e de 62,2% do etanol.

Inflação em dezembro

Na passagem de novembro para dezembro, a inflação perdeu força em quase todas as faixas de renda. A exceção ficou por conta da classe de menor renda: na faixa de renda muito baixa, o indicador acelerou no último mês do ano.

Nas classes de renda mais baixas, além da alta do grupo alimentos e bebidas, os grupos habitação e saúde e cuidados pessoais também exerceram pressões adicionais. No caso dos alimentos, pesaram os reajustes das carnes (1,4%), das frutas (8,6%) e dos óleos e gorduras (2,2%). Já nos gastos com habitação, houve pressão dos aumentos de energia (0,50%), da tarifa de água e esgoto (0,65%), do gás encanado (6,6%) e dos aluguéis (0,65%).

Já as famílias de renda mais alta foram impactadas pelo aumento no preço das passagens aéreas (10,3%), do transporte por aplicativo (11,8%) e do aluguel de veículos (9,3%). Além disso, a alta dos serviços pessoais, principalmente os relacionados à recreação, como hospedagem (2,3%) e pacote turístico (2,3%) também contribuíram para a inflação desta classe no último mês de 2021.

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