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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Índice de inflação oficial no país fecha 2020 em 4,52%, o maior desde 2016

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A alta dos preços foi sentida principalmente na hora de abastecer a geladeira pela população com renda mais baixa.  
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Por Jornal Nacional  
12/01/2021 22h05 Atualizado há 1 horas
Postado em 12 de janeiro de 2021 às 23h10m


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IPCA fecha 2020 em 4,52%, o maior índice desde 2016
IPCA fecha 2020 em 4,52%, o maior índice desde 2016

O IPCA, o índice oficial de inflação do país, fechou 2020 em 4,52%. É o maior desde 2016, de acordo com o IBGE. E foi na hora de abastecer a geladeira que os brasileiros mais perceberam a alta dos preços, principalmente a população com renda mais baixa.

O essencial para sobreviver com custo nada básico. O preço da comida em 2020 teve um aumento que não se via desde 2002: alta de 14,09%. Vários itens da cesta básica dispararam. O carrinho vai mais vazio, diz a professora Lilian Guimarães.

O óleo de soja mais que dobrou; o arroz subiu 76,01%; e o feijão fradinho acompanhou: mais 68,08%. A batata inglesa subiu 67,27% e o tomate quase 53%. A lista de alimentos que ficaram mais caros é extensa.

Nem fazendo substituições deu para montar um prato mais barato. E a desvalorização do real tem a ver com isso. Desvalorizando a nossa moeda, o Brasil fica mais competitivo e aproveitou essa competitividade exportando mais. Isso é bom para a balança comercial, mas acabou gerando um desafio para a inflação porque desabasteceu o mercado doméstico e forçou o aumento de preços aqui, explicou o economista da FGV André Braz.

Mas em dezembro a grande vilã foi a energia elétrica, com tarifa na bandeira vermelha. A inflação no mês registrou a maior variação desde fevereiro de 2003.

Só que foi mesmo a pressão dos alimentos que contribuiu para o IPCA fechar 2020 em 4,52%, a maior taxa anual desde 2016, acima do centro da meta da inflação estabelecida pelo Banco Central, de 4%. Mas ainda dentro da margem de tolerância (5,5%).

Mas a inflação foi ainda mais cruel com quem ganha menos, pessoas que comprometem a maior parte da renda justamente com o que mais subiu em 2020, com comida. E aí foi preciso fazer adaptações, não só no cardápio, mas também na vida para poder sobreviver.

A gente comia carne toda semana, hoje em dia a gente reduziu a carne por um frango, por um ovo, conta a manicure Luciana Gonçalves.

Os gastos com comida aumentaram tanto que Luciana não conseguiu mais pagar uma pessoa para cuidar dos filhos. A manicure deixou de trabalhar fora e montou um salão em casa.O

impacto da inflação entre os brasileiros de renda mais baixa é medido pelo INPC e ficou mais alto que o IPCA: bateu 5,45% em 2020.

Enquanto o IPCA mede o impacto dos preços no custo de vida de famílias que ganham entre um e 40 salários-mínimos, o INPC mede a variação nas famílias mais pobres, que têm renda entre um e cinco salários-mínimos e sentem mais a alta dos alimentos. E a diferença entre os dois índices é a maior registrada desde 2003.A inflação para ela é percebida através do aumento do preço dos alimentos, que é a principal despesa dessas famílias, diz André Braz.

Os gastos com comida morderam ainda mais a renda da Luciana com as crianças fora da escola na pandemia e sem merenda escolar. A geladeira e o armário mais vazios agora fazem parte da nova vida da família: Tem hora que não tem. E dói, dói porque a gente quer o melhor para os nossos filhos.

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