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Baixo crescimento pode sinalizar piora da qualidade de crédito, diz Moody's.
Apesar da redução da perspectiva, país não perdeu grau de investimento.
A agência de classificação de risco Moody's alterou na manhã desta terça-feira (9) a perspectiva do rating (nota) dos títulos do governo brasileiro: de "estável" para "negativa". Em outubro de 2013, a Moody's já havia rebaixado a perspectiva da nota da dívida do Brasil de "positiva" para "estável".
Segundo a agência, a decisão "refletiu o risco crescente de que o contínuo baixo crescimento e a piora dos indicadores de dívida sinalizem uma redução na qualidade de crédito do Brasil e irão deflagrar uma migração em sentido declinante em seu rating de crédito".
Apesar da queda da perspectiva, a agência manteve a nota dos títulos do governo brasileiro em seu nível atual Baa2, ou seja, o país não perdeu grau de investimento.
Com o "investment grade", um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
Para isso, considerou a "contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em relação aos seus pares; e os benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil".
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira encolheu 0,6%, na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final de agosto.
O dado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%. Com a sequência de dois trimestres seguidos de resultado negativo, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica.
A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
O que poderia mudar a nota do Brasil
A Moody's afirma que provavelmente poderia rebaixar a nota do Brasil caso se confirme, por exemplo, a tendência de baixo crescimento do PIB, "evidenciando uma mudança mais enraizada em sentido declinante no crescimento".
Ainda que uma elevação seja improvável nos próximos um a dois anos, segundo a Moody's, a agência consideraria mover a perspectiva do rating soberano do Brasil de volta para estável se houvesse uma recuperação do crescimento da economia, puxado pelo aumento dos investimentos, e se as metas de superávit primário - no intervalo de 2% a 3% do PIB - fossem cumpridas.
Esforços do próximo governo
Em junho deste ano, a agência alertou que a perspectiva do rating do Brasil dependia do sucesso ou fracasso dos esforços do próximo governo em reverter as tendências econômicas negativas e elevar o crescimento para próximo do potencial.
"Provavelmente, os desafios que o país enfrenta vão se estender até 2015", disse a agência na ocasião. "Continuamos achando que as perspectivas para o rating do Brasil serão fortemente influenciada pela capacidade do próximo governo para reverter as tendências negativas e levantar taxas de crescimento econômico para patamares mais alinhados com o potential de crescimento do país."
Na ocasião, a agência havia sugerido que a perspectiva poderia ser revisada para baixo se o país continuasse enfrentando "declínio dos gastos com investimento, desaceleração do consumo e deterioração da confiança do investidor".
O que dizem as outras agências
Em março deste ano, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de "BBB" para "BBB-". A S&P também mudou a perspectiva do rating de negativa para estável.
A classificação de "BBB-" ainda mantém o país com grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é o último degrau para perder esse posto. O fato de ter mudado a perspectiva para estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.
Em julho, a agência de classificação de risco Fitch Ratings decidiu manter a nota de risco da economia do Brasil em BBB – acima, portanto do grau de investimento.
Segundo a agência, a nota refletia a diversidade econômica do país, as instituições relativamente desenvolvidas, uma alta capacidade de absorção de choques com uma robusta posição externa líquida e um sistema bancário adequadamente capitalizado.
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Apesar da queda da perspectiva, a agência manteve a nota dos títulos do governo brasileiro em seu nível atual Baa2, ou seja, o país não perdeu grau de investimento.
Com o "investment grade", um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
Para isso, considerou a "contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em relação aos seus pares; e os benefícios subjacentes derivados da economia extensa e diversificada do Brasil".
No segundo trimestre deste ano, a economia brasileira encolheu 0,6%, na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final de agosto.
O dado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2014 – que, ao ser divulgado, em maio deste ano, indicava expansão de 0,2% – foi revisado para queda de 0,2%. Com a sequência de dois trimestres seguidos de resultado negativo, configura-se um quadro que os economistas chamam de recessão técnica.
A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi no último trimestre de 2008 e primeiro de 2009, durante a crise econômica mundial.
O que poderia mudar a nota do Brasil
A Moody's afirma que provavelmente poderia rebaixar a nota do Brasil caso se confirme, por exemplo, a tendência de baixo crescimento do PIB, "evidenciando uma mudança mais enraizada em sentido declinante no crescimento".
Ainda que uma elevação seja improvável nos próximos um a dois anos, segundo a Moody's, a agência consideraria mover a perspectiva do rating soberano do Brasil de volta para estável se houvesse uma recuperação do crescimento da economia, puxado pelo aumento dos investimentos, e se as metas de superávit primário - no intervalo de 2% a 3% do PIB - fossem cumpridas.
Esforços do próximo governo
Em junho deste ano, a agência alertou que a perspectiva do rating do Brasil dependia do sucesso ou fracasso dos esforços do próximo governo em reverter as tendências econômicas negativas e elevar o crescimento para próximo do potencial.
"Provavelmente, os desafios que o país enfrenta vão se estender até 2015", disse a agência na ocasião. "Continuamos achando que as perspectivas para o rating do Brasil serão fortemente influenciada pela capacidade do próximo governo para reverter as tendências negativas e levantar taxas de crescimento econômico para patamares mais alinhados com o potential de crescimento do país."
Na ocasião, a agência havia sugerido que a perspectiva poderia ser revisada para baixo se o país continuasse enfrentando "declínio dos gastos com investimento, desaceleração do consumo e deterioração da confiança do investidor".
O que dizem as outras agências
Em março deste ano, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil de "BBB" para "BBB-". A S&P também mudou a perspectiva do rating de negativa para estável.
A classificação de "BBB-" ainda mantém o país com grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é o último degrau para perder esse posto. O fato de ter mudado a perspectiva para estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.
Em julho, a agência de classificação de risco Fitch Ratings decidiu manter a nota de risco da economia do Brasil em BBB – acima, portanto do grau de investimento.
Segundo a agência, a nota refletia a diversidade econômica do país, as instituições relativamente desenvolvidas, uma alta capacidade de absorção de choques com uma robusta posição externa líquida e um sistema bancário adequadamente capitalizado.
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