Segunda-feira, 25/08/2014, às 07:34,
por Thais Herédia
Postado às 08h50m
Bem que a semana que começa nesta segunda-feira, 25 de agosto, poderia começar logo pela sexta-feira, 29. Assim não teríamos que esperar tanto tempo para saber o resultado do PIB do segundo trimestre deste ano.
A economia de um país tem três posições possíveis: andando para frente, parada ou andando para trás. O que o cálculo do IBGE deve mostrar é se estamos parados ou andando para trás. O consenso dos analistas diz que a trajetória é descendente e a dúvida é sobre a intensidade dessa marcha a ré.
A inflação perdeu o posto de primeiro lugar na disputa pela atenção de quem acompanha a economia brasileira. Não que ela ainda não mereça toda atenção possível, mas é que o crescimento baixo e seus efeitos no curto e no médio prazos preocupam mais.
O quadro de estagflação (economia parada com inflação alta) está mais evidente, mesmo que ele ainda não se imponha como uma chaga que vai adoecer o Brasil por muito tempo. Esse cenário tende a ser circunstancial e conjuntural: as eleições têm um papel importante no desenho dessa conjuntura.
Junto com o PIB estão caindo a produtividade, a competitividade, os investimentos e, como consequência inevitável, a capacidade do país se reerguer mais forte e mais equilibrado depois da tormenta. Essa força de recuperação está sendo minada pela má condução da política econômica meio atropelada, meio duvidosa, nada tranquilizadora.
A semana também promete dados importantes no “meio do caminho” até o PIB. Saberemos o resultado das contas públicas de julho que, pelo andar - de ré - da carruagem da arrecadação, deve mostrar aumento da fragilidade na gestão do cofre nacional.
Principalmente no item “superávit primário”, que deve fechar metade do ano longe da meta de poupança nos gastos comprometida pelo governo para o pagamento dos juros da dívida pública.
Enquanto os dias forem passando à espera do PIB, a Fundação Getúlio Vargas vai soltar as pesquisas de confiança dos consumidores, da construção, da indústria, dos serviços e do comércio.
Enquanto os dias forem passando à espera do PIB, a Fundação Getúlio Vargas vai soltar as pesquisas de confiança dos consumidores, da construção, da indústria, dos serviços e do comércio.
A sondagem feita pela instituição mede o grau de confiança desses agentes todos com relação ao presente e ao futuro. O indicador já está no nível mais baixo desde 2009. Esse patamar é outra sinalização contundente de que estamos andando para trás.
A travessia desse “deserto” de indicadores econômicos termina finalmente na sexta-feira, quando o país vai estar frente a frente com a “Esfinge” do IBGE e de lá ouviremos a voz misteriosa: “Decifra-me ou devoro-te.
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