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Moeda chega a R$ 2,003 e fecha a R$ 1,99. Mantega diz que não há preocupação, mas analistas temem efeito sobre inflação
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Publicado:
Atualizado:
RIO — Sob o clima de pânico que tomou conta dos mercados financeiros
internacionais, o dólar comercial cruzou ontem a importante barreira de
R$ 2 pela primeira vez em quase três anos. O temor da saída da Grécia da
zona do euro, além da derrota do partido da chanceler Angela Merkel nas
eleições regionais alemães, levou o câmbio a ser negociado a R$ 2,003
no meio da tarde de ontem, antes de fechar a R$ 1,990, numa alta de
1,74%, o maior valor desde 10 de julho de 2009. Com a rápida escalada, o
câmbio passou a acumular uma valorização de 6,47% frente ao real neste
ano, o maior avanço entre as 16 principais moedas do mundo.
Economistas manifestam uma preocupação crescente com o câmbio, o que pode ter impactos sobre a inflação e a política de corte de juros. E questionam se o governo brasileiro e o Banco Central (BC) não podem ter ido longe demais em suas intervenções na cotação da moeda em março e abril.
Ontem, o dólar comercial valorizou-se no mundo inteiro. A moeda americana avançou frente à coroa sueca (1,41%), ao rand sul-africano (1,37%) e ao peso mexicano (1,18%). Mas o avanço foi maior em relação ao real. Segundo Nathan Blanche, especialista de câmbio da Tendências Consultoria, isso seria resultado da “muralha” criada contra a entrada de dólares no país, por meio de medidas como o aumento o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
— Quando o governo parou de intervir no câmbio, a moeda estava em R$ 1,90. O mercado entendeu que esse era o patamar que o governo queria a moeda. O dólar está agora a R$ 2. A impressão é, portanto, de um barco sem leme — diz Blanche.
— Para conter o dólar, o governo precisaria agora rever suas intervenções, o que significaria desmentir a “guerra cambial”, a “enxurrada” e o “tsunami”. Isso teria um preço politico desgastante perante a comunidade financeira mundial.
Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, mesmo com esse eventual desgaste, o governo precisa intervir no dólar para impedir os impactos sobre inflação. Ele cita operações como swap cambial (equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro), venda de divisas à vista e via leilões no mercado a termo.
— Para mim, a surpresa não chega a ser a valorização rápida do dólar frente ao real, mas a surpreendente ausência da autoridade monetária vendendo moeda para conter essa rápida alta — avalia Velho.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou ontem que a alta do dólar não preocupa o governo, pois torna a indústria brasileira mais competitiva. No entanto, nos bastidores da equipe econômica, técnicos admitem que a disparada da moeda americana decorrente da recente turbulência na Europa já provoca alguma ansiedade pelo impacto na inflação, que deu sinais de alta em abril. Esse impacto não seria imediato, pois existem fatores que têm contribuído para a queda dos preços, como a redução das cotações de commodities (matérias-primas) no mercado internacional e redução do ritmo de expansão da economia brasileira. Por isso, a ideia no momento é acompanhar com lupa as oscilações no câmbio e avaliar se seria preciso reverter alguma das medidas de controle de capitais adotada no início do ano.
— Ainda existe um processo de desinflação na economia. Se o IPCA ficou acima do esperado em abril, também ficou abaixo do esperado em março. Por isso, o momento é de observar a oscilação cambial. Se o dólar continuar disparando, isso pode vir a assustar em algum momento — disse uma fonte da área econômica.
O BC também tem acompanhado as variações de perto e continuará a agir para evitar sobressaltos na cotação. Desde fevereiro, a atuação da autarquia foi para elevar a cotação do dólar: enxugou R$ 18,2 bilhões do mercado financeiro em compras de dólares tanto à vista quanto no mercado futuro, segundo os dados mais recentes do BC. Esse mesmo tipo de instrumento pode ser usado agora num movimento contrário.
Os técnicos admitem que, no limite, uma disparada do dólar poderia até mesmo afetar os planos do governo de continuar reduzindo as taxas de juros no país. Essa medida, no entanto, não está sendo estudada no momento.
— O que está ocorrendo no momento é um movimento mundial de aversão a risco que precisa ser acompanhado — disse uma fonte.
Por enquanto, os analistas do mercado financeiro continuam a apostar que o BC aproveitará o espaço aberto pelas mudanças na rentabilidade da poupança e cortará ainda mais os juros. A previsão para a taxa básica (Selic) no fim de 2012 caiu de 8,5% ao ano para 8% ao ano. Já a aposta para o IPCA subiu de 5,12% para 5,22% neste ano.
O ministro Mantega, por sua vez, continua ressaltando os efeitos positivos sobre a indústria:
— O dólar alto beneficia a economia porque dá mais competitividade aos produtos brasileiros. Isso significa que a indústria brasileira pode competir melhor com os importados, que ficam mais caros, e exportar mais barato. Portanto, o dólar não preocupa.
Sobre o risco de a moeda ficar excessivamente valorizada, reafirmou que o dólar é flutuante.
Para o presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o dólar a R$ 2 é um alento, mas ainda não é possível comemorar porque não se sabe a trajetória da moeda daqui por diante. Ao participar do XXIV Fórum Nacional, Castro disse que seu desempenho dependerá do cenário externo.
— É um dólar virtual, não se sabe se vai se transformar numa taxa real — disse Castro, para quem o câmbio de equilíbrio seria de R$ 2,20.
** Colaboraram Bruno Rosa, Lucianne Carneiro e Daniel Haidar
Economistas manifestam uma preocupação crescente com o câmbio, o que pode ter impactos sobre a inflação e a política de corte de juros. E questionam se o governo brasileiro e o Banco Central (BC) não podem ter ido longe demais em suas intervenções na cotação da moeda em março e abril.
Ontem, o dólar comercial valorizou-se no mundo inteiro. A moeda americana avançou frente à coroa sueca (1,41%), ao rand sul-africano (1,37%) e ao peso mexicano (1,18%). Mas o avanço foi maior em relação ao real. Segundo Nathan Blanche, especialista de câmbio da Tendências Consultoria, isso seria resultado da “muralha” criada contra a entrada de dólares no país, por meio de medidas como o aumento o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
— Quando o governo parou de intervir no câmbio, a moeda estava em R$ 1,90. O mercado entendeu que esse era o patamar que o governo queria a moeda. O dólar está agora a R$ 2. A impressão é, portanto, de um barco sem leme — diz Blanche.
Sinal de alerta entre técnicos do governo
Já
Sidnei Nehme, analista da NGO Corretora, avalia que o governo alardeou
uma “guerra cambial” que pode não se confirmar e levar o dólar a R$ 2,20
nos próximos meses.— Para conter o dólar, o governo precisaria agora rever suas intervenções, o que significaria desmentir a “guerra cambial”, a “enxurrada” e o “tsunami”. Isso teria um preço politico desgastante perante a comunidade financeira mundial.
Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, mesmo com esse eventual desgaste, o governo precisa intervir no dólar para impedir os impactos sobre inflação. Ele cita operações como swap cambial (equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro), venda de divisas à vista e via leilões no mercado a termo.
— Para mim, a surpresa não chega a ser a valorização rápida do dólar frente ao real, mas a surpreendente ausência da autoridade monetária vendendo moeda para conter essa rápida alta — avalia Velho.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou ontem que a alta do dólar não preocupa o governo, pois torna a indústria brasileira mais competitiva. No entanto, nos bastidores da equipe econômica, técnicos admitem que a disparada da moeda americana decorrente da recente turbulência na Europa já provoca alguma ansiedade pelo impacto na inflação, que deu sinais de alta em abril. Esse impacto não seria imediato, pois existem fatores que têm contribuído para a queda dos preços, como a redução das cotações de commodities (matérias-primas) no mercado internacional e redução do ritmo de expansão da economia brasileira. Por isso, a ideia no momento é acompanhar com lupa as oscilações no câmbio e avaliar se seria preciso reverter alguma das medidas de controle de capitais adotada no início do ano.
— Ainda existe um processo de desinflação na economia. Se o IPCA ficou acima do esperado em abril, também ficou abaixo do esperado em março. Por isso, o momento é de observar a oscilação cambial. Se o dólar continuar disparando, isso pode vir a assustar em algum momento — disse uma fonte da área econômica.
O BC também tem acompanhado as variações de perto e continuará a agir para evitar sobressaltos na cotação. Desde fevereiro, a atuação da autarquia foi para elevar a cotação do dólar: enxugou R$ 18,2 bilhões do mercado financeiro em compras de dólares tanto à vista quanto no mercado futuro, segundo os dados mais recentes do BC. Esse mesmo tipo de instrumento pode ser usado agora num movimento contrário.
Os técnicos admitem que, no limite, uma disparada do dólar poderia até mesmo afetar os planos do governo de continuar reduzindo as taxas de juros no país. Essa medida, no entanto, não está sendo estudada no momento.
— O que está ocorrendo no momento é um movimento mundial de aversão a risco que precisa ser acompanhado — disse uma fonte.
Aposta em Selic a 8% no fim do ano
Pelas
estimativas do economista Fábio Kanczuk, da Universidade de São Paulo
(USP), cada 10% de alta do dólar sobre o real, distribuída em reajustes
de produtos importados ou influenciados pelo mercado internacional,
contribuem em pelo menos 1 ponto percentual para a inflação do ano.Por enquanto, os analistas do mercado financeiro continuam a apostar que o BC aproveitará o espaço aberto pelas mudanças na rentabilidade da poupança e cortará ainda mais os juros. A previsão para a taxa básica (Selic) no fim de 2012 caiu de 8,5% ao ano para 8% ao ano. Já a aposta para o IPCA subiu de 5,12% para 5,22% neste ano.
O ministro Mantega, por sua vez, continua ressaltando os efeitos positivos sobre a indústria:
— O dólar alto beneficia a economia porque dá mais competitividade aos produtos brasileiros. Isso significa que a indústria brasileira pode competir melhor com os importados, que ficam mais caros, e exportar mais barato. Portanto, o dólar não preocupa.
Sobre o risco de a moeda ficar excessivamente valorizada, reafirmou que o dólar é flutuante.
Para o presidente em exercício da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o dólar a R$ 2 é um alento, mas ainda não é possível comemorar porque não se sabe a trajetória da moeda daqui por diante. Ao participar do XXIV Fórum Nacional, Castro disse que seu desempenho dependerá do cenário externo.
— É um dólar virtual, não se sabe se vai se transformar numa taxa real — disse Castro, para quem o câmbio de equilíbrio seria de R$ 2,20.
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