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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,55% em janeiro

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Indicador acelerou na comparação com dezembro pressionado, principalmente, por saúde e cuidados pessoais e alimentação e bebidas.
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Por Daniel Silveira, g1 — Rio de Janeiro

Postado em 24 de janeiro de 2023 às 11h00m

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Cliente em loja de venda de produtos para beleza e cosméticos; produtos de higiene pessoal foram os que mais pressionaram inflação em janeiro — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica
Cliente em loja de venda de produtos para beleza e cosméticos; produtos de higiene pessoal foram os que mais pressionaram inflação em janeiro — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do país – ficou em 0,55% em janeiro, informou nesta terça-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice acelerou em relação a dezembro, quando ficou em 0,52%, já o indicador acumulado em 12 meses desacelerou de 5,90% para 5,87%.

Em 2022, a prévia da inflação de janeiro ficou em 0,58%.

De acordo com o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento na média de preços.

As maiores pressões sobre a alta do indicador em janeiro vieram de Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas, com impacto de 0,14 ponto percentual (p.p.). e 0,12 p.p. respectivamente.

A maior alta , no entanto, partiu do grupo de Comunicação, cujo impacto sobre o índice geral foi de (0,11 p.p.).

Os grupos de Habitação e Transportes, por sua vez, registraram a menor variação.

Veja abaixo a variação dos grupos em janeiro:

  • Habitação: 0,17%
  • Transportes: 0,17%
  • Educação: 0,36%
  • Artigos de residência: 0,38%
  • Vestuário: 0,42%
  • Alimentação e bebidas: 0,55%
  • Despesas pessoais: 0,57%
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,10%
  • Comunicação: 2,36%
Higiene pessoal puxa alta de Saúde e cuidados pessoais

De acordo com o IBGE, o grupo Saúde e cuidados pessoais foi um dos que apresentou maior avanço na alta de preços - acelerou de 0,40% em dezembro para 1,10% em janeiro.

A maior pressão partiu do aumento em itens de higiene pessoal, que acelerou de 0,04% para 1,88% no mesmo período. Perfume e produtos para pele tiveram as altas mais expressivas, respectivamente de 4,24% e 3,85%.

Os planos de saúde mantiveram a variação do mês anterior, de 1,21%, refletindo a incorporação da fração mensal dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Cebola e leite mais baratos, batata, tomate e arroz mais caros

No grupo de Alimentação e bebidas, o índice desacelerou de 0,69% para 0,55% na passagem de dezembro para janeiro puxado pelo recuo no preço médio, sobretudo, da cebola (-15,21%) e do leite longa vida (-2,04%).

No lado oposto, houve pressão do reajuste nos preços médios da batata-inglesa (15,99%), do tomate (5,96%), do arroz (3,36%) e das frutas (1,74%).

A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,45% para 0,39% no período, enquanto a alimentação no domicílio desacelerou de 0,78% para 0,61%.

Gás e energia mais baratos

Segundo o IBGE, o índice para o grupo Habitação desacelerou, na comparação com dezembro, de 0,40% para 0,17% pressionado, sobretudo, pela queda no preço médio do gás de botijão (-1,32%) e da energia elétrica residencial (-0,16%).

Por outro lado, foi registrado aumento no gás encanado (7,09%), pressionado pelo reajuste de 9% das tarifas no Rio de Janeiro (3,64%) e São Paulo (10,90%).

Outro aumento significativo foi registrado na taxa de água e esgoto (0,75%), decorrente dos reajustes de 14,62% em Belo Horizonte e de 9,51% em Brasília.

Aumento em TV por assinatura, telefonia e internet

O grupo Comunicação foi o que registrou o avanço mais expressivo do indicador, que acelerou de 0,18% para 2,36% em janeiro. A maior pressão sobre essa alta partiu do aumento em tv por assinatura (11,78%), combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,24%), acesso à internet (2,11%) e aparelho telefônico (1,78%).

Transportes desacelera

Já o índice para o grupo de transportes desacelerou de 0,85% em dezembro para 0,17% em janeiro pressionado, principalmente, pela queda nos preços dos combustíveis (-0,58%).

O IBGE destacou que, à exceção da alta no etanol (0,51%), houve queda nos preços do óleo diesel (-3,08%), da gasolina (-0,59%) e do gás veicular (-0,40%).

O órgão destacou, também, que houve alta do subitem emplacamento e licença (1,61%), que incorporou, pela primeira vez, a fração mensal referente ao IPVA de 2023.

Alta disseminada

Todas as 11 regiões pesquisadas para composição do IPCA-15 tiveram aumento no preço médio dos produtos e serviços analisados. Na maioria, o índice ficou acima do nacional.

As menores variações foram registradas no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, Goiânia e Brasília - as cinco abaixo do índice nacional.

As demais seis regiões, a variação foi acima da nacional, sendo a maior registrada em Belo Horizonte.

Veja abaixo a variação em cada uma das 11 regiões pesquisadas:

  • Rio de Janeiro (RJ): 0,23%
  • Curitiba (PR): 0,3%
  • Porto Alegre (RS): 0,34%
  • Goiânia (GO): 0,39%
  • Brasília (DF): 0,43%
  • Recife (PE): 0,57%
  • Salvador (BA): 0,6%
  • São Paulo (SP): 0,62%
  • Fortaleza (CE): 0,69%
  • Belém (PA): 0,83%
  • Belo Horizonte (MG): 0,92%
Queda no acumulado em 12 meses

A inflação acumulada em 12 meses registrou ligeira desaceleração na comparação com o registrado em dezembro - caiu de 5,90% para 5,87%.

Dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o indicador, Transportes e Habitação registraram deflação no acumulado em 12 meses.

Vestuário, por sua vez, foi o grupo com a maior variação, seguido por alimentação e bebidas e saúde e cuidados pessoais.

Veja abaixo a variação acumulada em 12 meses de cada um dos nove grupos:

  • Transportes: -0,44%
  • Habitação: -0,22%
  • Comunicação: 0,08%
  • Artigos de residência: 7,3%
  • Despesas pessoais: 7,48%
  • Educação: 7,48%
  • Saúde e cuidados pessoais:11,43%
  • Alimentação e bebidas:11,5%
  • Vestuário: 17,16%
Metodologia

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de dezembro de 2022 a 12 de janeiro de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de novembro a 13 de dezembro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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