Google ameaça excluir sites jornalísticos franceses das buscas

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Em carta enviada a ministros, empresa critica projeto lei que impõe cobrança por notícias

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Publicado:19/10/12 - 11h48

Atualizado:19/10/12 - 11h48

Postado às 19h48

Jornais franceses querem parte de receita gerada por buscas de notíciasKIMIHIRO HOSHINO/AFP

A Google ameaçou excluir dos seus resultados sites jornalísticos da França caso uma proposta de lei, que obriga mecanismos de buscas a pagarem pelo conteúdo, seja aprovada no país. Em carta enviada para vários ministérios este mês, a empresa afirma que “não pode aceitar” tal mudança e que “como consequência seria necessário não mais referenciar sites franceses”. Como resposta, o governo do presidente socialista François Hollande alertou que a Google não deveria ameaçar estados democráticos.

De acordo com a carta, obtida pela AFP, uma lei que obrigue os mecanismos de buscas a pagarem por links para notícias ameaçaria a existência da Google. A empresa diz ainda que”redireciona quatro bilhões de cliques mensais” para sites jornalísticos franceses.

As empresas jornalísticas enfrentam dificuldade em monetizar o conteúdo on-line e sofrem com a queda nas receitas com publicidade impressa, pois mais pessoas buscam notícias na internet.

No mês passado, representantes de grandes jornais do país pediram que o governo adote uma lei que encerre a disputa com a Google, impondo que ela e outras empresas semelhantes dividam parte da receita obtida com publicidade nas buscas por notícias.

O governo francês se mostrou receptivo à demanda das empresas jornalísticas. A ministra da Cultura do país, Aurelie Filippetti, disse a uma comissão parlamentar esta semana que ela concordava com a ideia, que seria uma “ferramenta importante a ser desenvolvida”. A ministra se disse surpresa com a carta da Google.

— Você não lida com um governo democraticamente eleito com ameaças — disse Aurelie.
Uma associação francesa de mídia também criticou a atitude da gigante de buscas, classificando a carta como “uma refusa completa pelo ator dominante do mercado de dialogar”.

A representação da Google na França considera que leis como essa “seriam prejudiciais para a internet, usuários de internet e sites de notícia, que se beneficiam pelo tráfego” enviado pelos mecanismos de buscas.

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